Novos equipamentos ampliam ambiente tecnológico agronômico
Unoeste investe na expansão do aparato para pesquisas e avança para integrar redes de sensores sem fios

Acaba de ser instalado na Fazenda Experimental da Unoeste dispositivo que faz leitura da temperatura e umidade do solo através de sensores, disponibilizando os dados em tempo real e que podem ser acessados até pelo celular. O Laboratório de Sementes, instalado no campus II, recebeu um contador de sementes por sensor infravermelho. Os dois mais novos equipamentos ampliam o ambiente tecnológico no setor de agronomia. Estes e outros investimentos na expansão do aparato técnico voltado à pesquisa sinalizam a inserção da comunidade acadêmica em redes de sensores sem fios. Fato apontado pelo pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, como grande ganho, diante da previsão de que as redes serão cada vez mais presentes na produção científica nos próximos cinco anos.
“Estamos seguindo a tendência mundial em termos de tecnologias”, afirma o pró-reitor que credita os investimentos, que não são restritos às ciências agrárias, ao modelo de gestão empreendedora da Unoeste para continuar oferecendo ensino, pesquisa e extensão de qualidade. “Através das redes, o banco de dados da universidade poderá colaborar e receber colaborações de outras instituições, através de compartilhamento nacional e internacional. Poderá fazer mais ainda. Por exemplo: entrar numa rede de sensores e colocar algoritmos de aprendizagem de máquinas para que os dados possam servir em tomadas de decisões por produtores rurais, investidores e quem mais se interessar”, comenta Guelfi ao anunciar que os novos investimentos implicam no montante de R$ 40 mil.
Parte dos recursos é proveniente de reserva técnica para infraestrutura institucional de pesquisa, proporcionada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Outra parte decorre de contrapartida da universidade. O Datalogger, equipamento que registra as informações captadas pelos sensores, e cinco sensores foram instalados na fazenda, na terça-feira (13) desta semana, pelos professores pesquisadores Fábio Rafael Echer e Alexandrius de Moraes Barbosa. Desde então, dados sobre temperatura e umidade do solo são fornecidos de hora em hora. Eles são encaminhados ao servidor do fabricante, a empresa norte-americana Decagon que tem representação no Brasil, e disponibilizados com acesso pela internet.
“São dados que podem ser utilizados pelos que fazem trabalho de pesquisa, seja em iniciação científica ou na pós-graduação e que precisam caracterizar as condições climáticas de determinado período, com o uso de gráficos”, explica Echer e conta sobre a opção de exportar os dados como imagem ou arquivo do Excel. São várias as possibilidades de utilização dos equipamentos que, por exemplo, servem para monitorar pivôs de irrigação, visando funcionamento automático, em escala industrial, em campo de produção. “Pode ser para irrigação eventual, para recuperar estresse hídrico. Pode ser usado como parâmetro para tomada de decisão: se vai irrigar ou não”, exemplifica e conta que os dados são úteis para a maior parte dos experimentos de campo que estão em andamento na Fazenda Experimental.
O contador de sementes, adquirido junto a Sanick Equipamentos de Precisão que tem sede em Chapecó (SC), é recebido por professores pesquisadores como um grande ganho para os experimentos científicos que envolvem culturas de grãos, como são os casos de soja, milho e feijão. A contagem serve para questões de produtividade. Por exemplo: se aumentou a produtividade da soja porque o grão está mais pesado ou se tem maior número de grãos por planta; mediante análise de componentes de produção, tais como massa de mil grãos; o número de grãos por vagem ou por espiga. Para Tiago Catuchi, que leciona Culturas Agrícolas na graduação, a precisão na contagem representa ganho na qualidade da pesquisa.
Responsável técnica pelo Laboratório de Sementes, para finalidades de certificação de biossegurança, Ceci Custódio aponta outro fator importante, proporcionado pelo contador de sementes, que é a agilidade. “O que precisava de semanas, agora pode ser feito em um ou dois dias, pois a outra opção era a contagem manual”, comenta a professora de Produção e Tecnologia de Sementes na graduação e de Análise de Sementes no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia (mestrado e doutorado). Para exemplificar, cita que num experimento de campo com cinco amostras por parcelas, cada uma tem mais de mil sementes para serem contadas. Outro benefício com o equipamento é para experimento que tem que ter um determinado número de sementes na linha.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste