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Estudos avançados trazem panorama da leishmaniose na região

Pesquisas sobre esta doença alertam população da região oeste do Estado de São Paulo


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Foto: Gabriela Oliveira Estudos avançados trazem panorama da leishmaniose na região
Cão não é culpado! O homem ou o animal infectados se tornam reservatórios da doença; prevenção é o principal remédio

A leishmaniose visceral aumenta exponencialmente na região de Presidente Prudente. Para evitar essa continuidade, pesquisas são desenvolvidas na Unoeste em diferentes áreas. Recentemente, pela primeira vez foi publicado um trabalho sobre a expansão da leishmaniose visceral canina na cidade e no distrito de Montalvão, já disponível para visualização internacional na base de dados PubMed. Em outro estudo foi realizado um levantamento epidemiológico da leishmaniose visceral humana no Brasil, com ênfase na mesorregião prudentina – tema de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do bacharelado em Ciências Biológicas e que revelou dados que alertam ainda mais a população sobre esse assunto.

O TCC foi desenvolvido por Maykon Ramos Brasileiro e Mirian Pires Correia Brasileiro, com orientação do professor André Fellipe Freitas Rodrigues. O levantamento considerou dados de 2003 a 2013 e confirmou que o Brasil é endêmico à leishmaniose visceral humana. Conforme o estudo, nesse período foram 40.427 casos – a região Nordeste é a que teve mais casos confirmados, com 52% do total; em seguida, com 19,56%, vem o Sudeste; a região Norte está na terceira posição ao apresentar 18,46% do total; por fim, Centro-oeste e Sul confirmaram 9,8% e 0,1%, respectivamente.

Em comparação com levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, feito em 2014, que considerou o período de 1984 a 2002 e verificou-se um total de 48.455 casos confirmados, os alunos da Unoeste fizeram uma estatística da quantidade de casos estimada em mais oito anos. “Através da média anual do país de 3.675 casos por ano, em 2021 o Brasil poderá alcançar 69.827 casos confirmados de leishmaniose visceral humana, crescimento de 30,6% em relação aos dados federais de 2014”, declara Ramos.

“É necessário ressaltar que o cão não transmite a doença e sim a fêmea do vetor, conhecido como mosquito-palha ou birigui”. O estudante destaca que o município prudentino apresentou uma média de 21 casos por ano. “O tema é pouco discutido e a sociedade não tem muito conhecimento da doença. A prevenção é o melhor a se fazer!”, ressalta Ramos.

Visibilidade internacional – O médico e professor da Unoeste, Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, é um importante pesquisador do tema. Uma de suas pesquisas, após ser apresentada nos Estados Unidos, cogita-se uma colaboração com o pesquisador Geoff Hide, da Universidade de Salford (Inglaterra). O estudo apresentado em agosto deste ano na Conferência Internacional de Parasitologia, na Filadélfia (EUA), mostrou o crescimento da doença no oeste paulista. “Há 12 anos não tínhamos leishmaniose visceral, mas hoje está se espalhando, é assustador”, preocupa-se o médico que dirigiu um simpósio dentro da conferência e conseguiu uma publicação no Journal of Bacteriology & Parasitology.

“Extensa malha viária ligando regiões endêmicas a regiões livres da doença, clima tropical, solo arenoso, seco no inverno e úmido no verão, além de grandes lagos artificiais podem estar relacionados a esse rápido avanço”, declara Carneiro. O médico, doutor em imunologia, também aponta que é difícil fazer a destinação adequada do lixo orgânico e os mecanismos de controle dos vetores e dos cães infectados, que podem transmitir ao ser humano por nova picada do mosquito.

De 2005 a 2013 houve 348 pessoas com a doença na região, das quais 19 morreram. Quem é acometido pode até curar-se, mas o imunologista alerta para casos que podem chegar à morte, como crianças, idosos, pacientes com HIV/Aids ou câncer. “A leishmaniose visceral é grave porque é sistêmica, atinge as vísceras. Os sintomas são variados, como emagrecimento acelerado, aumento do volume abdominal, perda de apetite, indisposição, náusea, vômito e icterícia”.

Outra pesquisa, que tratou sobre a expansão da leishmaniose visceral canina em Prudente e no distrito de Montalvão, a qual teve artigo publicado no BMC Veterinary Research e que tem o Dr. Euribel como um dos autores, está também disponível na base de dados PubMed. “Entre 2009 e 2011, 4.547 cães foram examinados e 509 (11,2%) deram positivos no teste de triagem; 204 deram positivo no teste confirmatório e foram eutanasiados. Além disso, no artigo são discutidos diagnósticos diferenciais entre a leishmaniose canina e outras doenças”. O médico pontua que a maioria dos pesquisadores é de Prudente e de diferentes instituições, como do Centro de Controle de Zoonoses, Unesp e do Instituto Adolfo Lutz.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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