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Participação da Unoeste no Projeto Rondon vem dos anos 70

Participantes pioneiros foram da 1ª turma do curso de Odontologia e três permanecem vinculados à instituição


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Foto: João Paulo Barbosa Participação da Unoeste no Projeto Rondon vem dos anos 70
Dr. César Lima: Rondon exige vontade, capacidade e garra
Foto: João Paulo Barbosa Participação da Unoeste no Projeto Rondon vem dos anos 70
Dr. Calixto: Rondon oferece estágio, oportunidade e possibilidade
Foto: João Paulo Barbosa Participação da Unoeste no Projeto Rondon vem dos anos 70
Professora Arlete: contato com realidade que nunca irá esquecer


Estruturado no final dos anos 60, o Projeto Rondon esteve ativo nas duas décadas seguintes. Nos anos 70 contou com a participação da Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec), instituição de ensino superior criada em 1972 e que em 1987 recebeu o título de Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Estiveram envolvidos alunos da primeira turma da Faculdade de Odontologia de Presidente Prudente (Fopp), sendo que três deles permanecem vinculados à universidade: o diretor administrativo da Apec, Augusto César de Oliveira Lima, e os professores Edison Calixto da Fonseca e Arlete Gomes Santos Parizi. Na condição de pioneiros do projeto, recordam da ajuda que puderem oferecer para moradores do Vale do Ribeira e enaltecem a iniciativa do governo federal como realização de extrema importância nas formações profissional, humanitária e pessoal.

Desativado em 89 e retomado em 2005, o projeto volta a ter a participação da Unoeste agora em 2015. Os pioneiros estão entre os que comemoram essa volta, por entenderem ser uma rica oportunidade aos alunos selecionados a participar e que no retorno podem socializar informações com os colegas. Uma equipe de oito alunos de cinco cursos de graduação e dois professores participarão da Operação Bororos, organizada pelo Ministério da Defesa para o período de 10 a 16 de julho, no município de Acorizal, no Mato Grosso. “A vontade eles já demonstraram, ao se inscreverem. A capacidade, oferecida pelos cursos, foi auferida no processo de seleção. Restam ter garra”, comenta Lima para citar que o projeto atende comunidades que enfrentam problemas de várias naturezas e as condições para o estudante desenvolver as atividades, geralmente, exigem superação.

Lembra que no Vale do Ribeira, em tempos mais difíceis que nos dias atuais, ficou sozinho numa escola do município de Jacupiranga. Lá se alojou por 15 dias e somente no último, antes de iniciar o retorno a Presidente Prudente, conseguiu falar com os pais num telefone público. Durante o projeto trabalhava o dia inteiro, com apenas 1 hora para o almoço. A cadeira de dentista era muito antiga. Teve que levar seu instrumental. Porém, considera que o mais difícil foi ter que extrair dentes de crianças, como único meio para se livrarem das fortes dores. “Não tinha como fazer um canal, uma coroa ou uma prótese removível”, recorda-se. “O projeto proporciona ao estudante o convívio com a realidade de brasileiros que enfrentam sérios problemas. Isso toca no íntimo e faz amadurecer. É muito ruim ver pessoas, por exemplo, sem acesso ao dentista ou ao médico”, comenta.

Enquanto estudante de odontologia, Lima já praticava atendimento clínico na Apec/Unoeste e permaneceu junto dessa realidade de prestar serviços para pessoas com poucos recursos financeiros durante os 12 anos como professor no curso de Odontologia. Fazia de cinco a seis ou até oito procedimentos clínicos por dia, incluindo restauração, prótese total, parcial e extração. Fez mestrado e doutorado em cirurgia bucomaxilofacial. Depois, fez Direito e Medicina Veterinária. Da odontologia ficaram ricas lembranças, do direito a aplicação no dia a dia e da medicina veterinária a ocupação com questões de reprodução animal. “Aqui na instituição tudo começou com os meus pais [Dona Ana Cardozo e Agripino Lima]. Eu e meus irmãos fizemos a nossa parte. Agora, são nossos filhos e sobrinhos que se prepararam para isso”, pontua.

Por sua trajetória, na qual inclui o Projeto Rondon entre as coisas mais importantes que pode participar, Lima entende que a participação nessa iniciativa do governo federal deve ocorrer com o coração aberto, por representar lição de humildade, com a qual os problemas ficam menos difíceis de serem enfrentados. Entre seus amigos de vivência no Vale do Ribeira, então considerada a região mais pobre do Estado de São Paulo, lembra-se de Calixto e Arlete, professores que em 1º de agosto deste ano irão completar 37 anos lecionando na Fopp. Ele fez o mesmo mestrado e doutorado que Lima. Na mesma área fez residência, por três anos, no Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, também conhecido como hospital do câncer. Antes da odontologia, havia sido licenciado em ciências pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Dracena. Calixto manifesta orgulho em ter sido rondonista.

Sua atuação ocorreu em Jacupiranga, num posto de saúde. Esteve lá duas vezes, em 76 e 77. Porém, antes passou por duas fases regionais: no bairro do Campinal, em Presidente Epitácio, e no município de Sandovalina. Cada uma durou três dias. Ainda fez capacitação em Marília, onde os estudantes de Medicina também estavam inseridos no Rondon. Calixto recorda-se que eram duas frentes do governo federal para levar serviços às comunidades carentes, especialmente na área de saúde. O Rodon nas férias de começo e de meio de ano. O Centro de Atuação Permanente (CAP), mantido em funcionamento durante o ano letivo, com a atuação de estudantes universitários. Para ele, essa última versão é tão importante que o governo federal tem manifestado interesse em voltar o CAP.

Calixto classifica a importância do Rondon pelo estágio extracurricular, pela oportunidade de o aluno já na graduação conhecer de perto a realidade do país e pela possibilidade de crescimento interior. Arlete, que fez o Rondon no município de Registro, conta ter sido uma experiência marcante ir para uma região tão carente como era do Vale do Ribeira. “Nunca me esqueço dessa participação. O contado com outra realidade e com colegas de outras faculdades foi um grande aprendizado acadêmico e pessoal”, afirma a professora que fez mestrado na USP de Bauru, na turma de 1980, dividindo seu tempo entre a faculdade, os estudos e com a família, o marido e três filhos. “Aconselho que os estudantes participem do Rondon, por poder receber um aprendizado que fica para a vida”, afirma.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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