Terça-Feira, 20 de Novembro de 2018

Doutoranda em Agronomia faz intercâmbio nos EUA

Excelente trajetória acadêmica construída na Unoeste possibilita o doutorado sanduíche no Estado da Carolina do Norte 

  • Foto: Cedida Doutoranda em Agronomia faz intercâmbio nos EUA Luanda na área de acesso à Universidade do Estado da Carolina do Norte

Mais uma história de sucesso enriquecida com intercâmbio de doutorado na modalidade denominada sanduíche é vivida por um estudante da Unoeste nos Estados Unidos. Desta vez quem tem esse privilégio é Luanda Torquato Feba, egressa dos cursos de graduação e mestrado em Agronomia da universidade e aluna do doutorado na área da instituição. Ela está na Universidade do Estado da Carolina do Norte (NC State University), com permanência de um ano até agosto de 2019.
 
Natural de Santo Anastácio (SP), sua trajetória acadêmica tem sido pontuada por sucessivas conquistas, iniciada com o encantamento pela estrutura da Unoeste, incluindo a Fazenda Experimental utilizada por alunos e professores de Agrárias. Luanda ingressou no curso de Agronomia em 2010 e, no ano seguinte, começou a aproveitar as oportunidades fora da sala de aula.
 
Fez iniciação científica no laboratório de ecofisiologia com estudo sobre a cultura da soja, submetida ao déficit hídrico que recebeu apoio financeiro da Stoller do Brasil para o desenvolvimento do Biorregulador Stimulate. A pesquisa também serviu para a produção do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e, durante o estágio supervisionado, atuou na fazenda Uirapuru, de Ruy Terra, e na empresa Matsuda.
 
Ao concluir a graduação em 2013, por incentivo de sua mãe, ingressou no mestrado. Foi bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação. Orientada pelo professor Dr. Edemar Moro, desenvolveu pesquisa sobre a aplicação de fosfato na recuperação da pastagem em sistema de sucessão capim e soja.
 
Os experimentos ocorreram na Fazenda Experimental e possibilitaram a constatação econômica de R$ 300 a mais por hectare, considerando a diferença de 276 kg entre o cultivo com e sem fosfatagem. Assim que ingressou no doutorado, começou a se preparar para estudar um período fora do país. O estudo sobre diferentes doses de calcário com e sem gesso agrícola no solo abriu novas oportunidades.
 
Na parte de física do solo, orientada pelo Dr. Henrique Debiasi, desenvolveu as análises na Embrapa Soja de Londrina (PR), onde mantém vínculo. A tomografia do solo foi realizada na Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP). “O trabalho é bem amplo e realizá-lo em diferentes lugares, tem agregado muito conhecimento em diversos aspectos na minha vida, tanto profissional, quanto intelectual”, comenta Luanda.
 
Seu orientador atual é o Dr. Carlos Sérgio Tiritan. Luanda também atua como pesquisadora dos grupos de Pesquisa Agropecuária do Oeste (Gpagro) e de Manejo de Solos Arenosos (Gmasa) “Tenho orgulho imenso em fazer parte desses times, pois temos uma ótima gestão sob os cuidados dos doutores Tiago Aranda Catuchi e Wellington Eduardo Xavier Guerra”.
 
Passo a passo
A oportunidade de intercâmbio nos Estados Unidos começou em conversa com o pesquisador Dr. Cristiano Magalhães Pariz que foi um dos avaliadores da sua dissertação. Foi assim que chegou ao Dr. Alan Joseph Franzluebbers, seu orientador norte-americano, sendo que o primeiro contato pessoal com ele foi durante o Congresso Brasileiro de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária, em Cascavel (PR).
 
Na Universidade do Estado da Carolina do Norte, Luanda faz parte do Departamento de Ciência do Solo e Cultura. Suas atividades de pesquisas são intensas, mas ainda assim faz aulas de inglês de segunda a quinta-feira (12 horas por semana), embora tenha estudado a língua desde os oito anos.  Nas horas vagas, ela treina na academia da universidade e aos finais de semana joga tênis.
 
“A Universidade é maravilhosa, parece coisa de filme, tem tudo o que se imagina, desde cinema até estádios de jogos profissionais. Está localizada na cidade de Raleigh que é uma grande referência e a capital do Estado da Carolina do Norte. Existem aproximadamente 30 mil alunos de diferentes lugares do mundo, tais como China, Paquistão e Índia, na verdade, seria absurdo citar um por um, pois são diversos”, conta.
As análises que Luanda faz nos Estados Unidos são diferentes das realizadas no Brasil. Já as que são similares possuem metodologias distintas como são as análises de agregado seco e úmido e de carbono e nitrogênio contidos nos agregados. Porém, para dar complemento ao trabalho do Brasil, enviou solo brasileiro, coletado em seu experimento, para o laboratório da universidade norte-americana.
 
“Iniciei boa parte das avaliações e estou aprendendo muita coisa nova. Recebi como proposta do Dr. Alan, utilizar um solo da Carolina do Norte como complemento ao trabalho e uma forma de experiência e contato com outros tipos de solo”. Acrescenta que a pesquisa do seu orientador é sobre a ecologia do solo e gestão para o desenvolvimento de sistemas agrícolas mais sustentáveis.
 
Ferramentas
Luanda diz que os métodos biológicos de qualidade do solo e sequestro de carbono orgânico no solo são recursos frequentemente utilizados para interpretar os efeitos do manejo sobre os recursos do solo. Relata que as áreas recentes de pesquisa estão em cultivos de cobertura multiespécies, sistemas agroflorestais, sistemas de integração lavoura-pecuária, manejo de nitrogênio e cultivo de lavoura de conservação.
 
“Alan é o chefe do ARS do Hub do Clima da Região Sudeste da universidade. Ele atua no conselho de diretores da Soil Science Society of America e foi premiado como companheiro da Soil Science Society of America da American Society of Agronomy e da Soil and Water Conservation Society. Esse pesquisador se formou e defendeu o mestrado na Universidade de Nebraska e o doutorado na Universidade Texas A&M”, descreve a aluna.
 
A oportunidade fora do país foi concretizada por meio do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) da Capes. “O intercâmbio para mim sempre foi um sonho e que hoje tenho a oportunidade de torná-lo realidade. Estou adquirindo experiência, além de fazer contato com pessoas de vários lugares do mundo, conhecendo uma nova cultura, vivência de mundo, ou seja, algo inesquecível”, diz.
 
“Antes de chegar aqui, sabia que não seria fácil, pois sair da nossa zona de conforto não é tão simples assim. É como se renascêssemos, as coisas são novas e extremamente diferentes da experiência que temos no Brasil. Mas os obstáculos nos auxiliam no crescimento e impulsionam a maturidade pessoal. É como diz um velho ditado: o que não te desafia, não te transforma”, comenta.
 
Para Luanda, a maior realização pessoal é poder contribuir com a sociedade a partir dos resultados da sua pesquisa. “Por isso, estou me especializando e buscando diversas oportunidades científicas antes de entrar no mercado de trabalho. Sei que terei um diferencial”, avalia diante da expectativa de alcançar o sucesso profissional, mesmo considerando que os desafios são infinitos.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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