Alimentos funcionais atenuam efeitos do tabagismo passivo
Experimento constata prevenção aos danos da mucosa do duodeno e isso pode inibir desenvolvimento de doenças

Visando promover a prevenção à saúde um estudo científico desenvolvido na Unoeste alia dois temas contrários e atualíssimos: o mal promovido pelo tabagismo passivo e o bem produzido pelo consumo de alimentos funcionais. Seguindo a tendência de que o bem sempre vence o mal, a pesquisa encontra evidências de que tais alimentos reduzem os efeitos tóxicos causados pela fumaça do cigarro e podem prevenir danos da mucosa do duodeno - a parte inicial do intestino delgado - inibindo o desenvolvimento de doenças.
O zootecnista e especialista em bovinocultura de corte Thiago Tomio Takabatake, que é de Presidente Venceslau, realizou o experimento no Laboratório de Biofísica, no campus I da Unoeste. Utilizou 96 ratos Wistar, separados em oito grupos de 12, especificados como controle, prebiótico, probiótico e simbiótico; cada especificação com e sem a inalação de fumaça. Num período de 180 dias ficou exposto à fumaça durante cinco dias por semana, sendo uma 1 hora por dia: 30 minutos pela manhã e outros 30 à tarde.
A orientação foi do médico veterinário e doutor em ciências Hermman Bremer Neto, autor de estudos nas áreas de agressão tecidual e celular, imunidade e nutrição em humanos e animais. O foco no tabagismo foi pelo fato de ser uma das principais causas de morte no mundo, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). A utilização de alimentos funcionais decorre de suas ações em prol das bactérias benéficas e combate às bactérias patogênicas que são causadoras de doenças.
Com os animais anestesiados foi feita a eutanásia e as posteriores avaliações histomorfométrica e histopatológica da porção inicial do duodeno. “Os animais expostos ao fumo passivo apresentaram menor desenvolvimento das vilosidades e criptas duodenais, aumento nos perfis inflamatórios e alterações degenerativas”, disse o autor da pesquisa ao fazer a defesa pública de sua dissertação junto ao mestrado do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal, na tarde desta terça-feira (13).

Porém, a constatação obtida com ratos é um indício positivo para obtenção de idênticos resultados com as pessoas que, por diferentes motivos, são submetidas ao tabagismo passivo. O trabalho foi avaliado pelos doutores Luís Souza Lima de Souza Reis e Andreia Luciane Moreira, convidada junto à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), resultando na aprovação de Takabatake para receber o título de Mestre em Ciência Animal.
Alimentos funcionais são produzidos com microrganismos benéficos ao bom funcionamento do intestino, podendo prevenir doenças, sendo os prebióticos extraídos de vegetais e os probióticos encontrados em produtos lácteos fermentados, como é o caso de iogurtes; sendo que a junção desses dois tipos alimentares origina os chamados simbióticos. Vários estudos científicos têm comprovado a eficácia desses alimentos, com a recomendação de que sua ingestão seja regular, a fim de que seus benefícios sejam alcançados.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste