CAMPUS:
0800 771 5533
Área do Egresso Aprender Unoeste
Você está em: Notícias

Estudo sobre envenenamento por cascavel usa nova tecnologia

Ferramenta digital associada à histologia determina gravidade de lesões causadas por intoxicação no fígado


email facebook twitter whatsapp Linkedin

Foto: João Paulo Barbosa Estudo sobre envenenamento por cascavel usa nova tecnologia
Isabella em atividade laboratorial no Hospital Veterinário da Unoeste

Estudo científico sobre a toxidade hepática do veneno de cobra cascavel faz uso inédito de software de processamento de imagens, até então utilizado em outras áreas e por profissionais da saúde com diferentes formações.
 
Pesquisadora vinculada à Unoeste e com notáveis experiências em estudos sobre toxicologia, reparação de feridas cutâneas e endocrinologia, a Dra. Rosa Maria Barilli Nogueira, após sua mais recente orientação concluída, disse que o uso da ferramenta de domínio público ImageJ, associada com a histologia, possibilitou analisar com eficácia as lesões causadas pela intoxicação do fígado.
 
O experimento com 90 ratos de laboratório, mediante a inoculação do veneno e utilização do soro antiofídico mostrou que após 6 horas não foi possível neutralizar o efeito hepatotóxico. O veneno causou lesões no fígado que é um órgão de metabolização. O referido prazo adotado na pesquisa, conduzida pela bióloga Isabella Keyko Navarro Saneshigue dos Santos, levou em consideração ser esse o tempo médio entre o momento da picada e o início do atendimento.
 
A gravidade das lesões também foram analisadas nos períodos de 8 e 24 horas, sendo que a severidade das leões aumentaram, proporcionalmente, ao passar do tempo. Embora a terapia em casos de animais picados por cobra não se restrinja ao soro antiofídico, ele foi o único medicamento utilizado no estudo, exatamente por ser indispensável. A análise histológica e dimensão fractal com a utilização da tecnologia de baixo custo encontrou concordância com autores de outros estudos.

A hepatotoxidade do veneno foi semelhante a outros achados histológicos. Idem sobre as lesões; sendo um resultado que mostra a eficácia do novo método aplicado com a utilização da ferramenta digital, já experimentado em outras áreas, entre as quais estão a cardiologia e odontologia; conforme Rosa. O estudo com o veneno dessa espécie de cobra foi por estar a cascavel como 1ª do ranking em acidentes quando o assunto é óbito de animais e seres humanos, embora seja a 2ª com  relação ao número de ocorrências: jararaca (90%) e cascavel (8%).
Foto: João Paulo Barbosa Banca examinadora, formada pelas doutoras Leonice, Rosa e Cecília
Banca examinadora, formada pelas doutoras Leonice, Rosa e Cecília

O estudo desenvolvido no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal, pelo qual a Unoeste oferece mestrado e doutorado, apresenta a importância de ser um dos poucos realizados em condição experimental nessa área, pela qual são permitidas alternativas de estudar os efeitos do veneno em vários órgãos, a exemplo do rim que responde pela excreção. É também uma área que reúne pouca informação, pois diferentemente da medicina humana, na veterinária não existe obrigação de registro de casos de acidentes ocasionados por animais peçonhentos.
 
Acidentes causados por cobras são mais comuns em propriedades rurais, tanto em relação aos animais quanto aos trabalhadores. Também apresentam significativa incidência na zona urbana, com aumento em períodos de estiagem, quando ocorrem queimadas e os animais buscam outros espaços. No Brasil existem 380 espécies identificadas (Museu de Zoologia da USP, 2015), cerca de 60 são venenosas. São 28 mil acidentes ofídicos com humanos por ano no país (Ministério da Saúde, 2014). Estima-se que com animais, incluindo a criação rural e os de estimação, seja bem maior o número de ocorrências.
 
A pesquisa recém-concluída teve caráter interinstitucional. Houve a contribuição do Centro de Estudos de Venenos de Animais Peçonhentos (Cevap), do campus da Unesp em Botucatu. A dissertação produzida por Isabella foi levada à defesa pública no último dia 24 e resultou na aprovação para obtenção do título de mestre em Ciência Animal, mediante a avaliação da banca composta por Rosa e sua colega de profissão a médica veterinária e também pesquisadora Cecília Braga Laposy, juntamente com convidada externa Leonice Seolin Dias, bióloga e doutora em geografia.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

Alguma mensagem