Mais de mil pessoas participam da 31ª edição da Infoeste

Em um futuro próximo, Nyechynna Natyelly Oliveira, 20, se imagina como uma mulher de sucesso, atuando em uma área predominantemente masculina, já que cursa o 5º termo de Sistemas de Informação da Unoeste. Quem também possui essa pretensão positiva é Allan Rodrigo Gonçalves Santos, 24, mas, para ele, o êxito pode vir em um prazo mais curto, pois faz o superior de tecnologia em Sistemas para a Internet. Ambos universitários acreditam que, a 31ª Semana de Computação e Informática (Infoeste), pode contribuir com esse importante processo de transformação e de aprendizado. O evento, que teve início nesta segunda-feira (14), prossegue até sábado (19).
 
Na abertura oficial, o assunto de destaque foi Inteligência Artificial (IA), conduzido pelo egresso de Ciência da Computação, Suemar Éverton Contessoto. O cientista de dados explica que esse conceito tecnológico já é uma realidade e pode ser empregado em diversas áreas. “A Inteligência Artificial está presente no cotidiano, seja em uma consulta ou exame médico, para a classificação de doenças e análise de imagens; na avaliação de contratos; na agricultura de precisão ou na disponibilização de carros autônomos. São inúmeras as possibilidades para esse tipo de inteligência que é similar à humana”, diz.
 
Para a plateia cheia de futuros profissionais, o ex-aluno comenta que a ciência de dados possui vários campos de atuação como o cientista e o engenheiro de dados. “O mais conhecido é o primeiro, que cria modelos de machine learning, para a análise preditiva, ou seja, se antes, o foco era a geração de sistemas a partir de uma perspectiva do passado, atualmente, a intenção é o desenvolvimento de modelos que preveem uma análise de um cenário específico bem como possíveis tendências e soluções”.

Em relação ao segundo tipo de atuação, ele pontua que, os modelos idealizados pelos cientistas precisam ser alimentados por um grande volume de dados, sendo que, muitas vezes, é necessária a criação de uma infraestrutura para o processamento, seja na empresa, ou na cloud computer, que remete à computação na nuvem, estrutura da Amazon e do Google. “É justamente esse processamento que cabe ao engenheiro de dados”.

Foto: Gabriela Oliveira

  
Quem também participa da Infoeste é Lêda Lucia Spelta, psicóloga que atua como psicoterapeuta e consultora em acessibilidade. Uma das primeiras pessoas cegas a trabalhar com informática no Rio de Janeiro, ela abordará na quinta-feira (17), o tema “Acessibilidade versus inacessibilidade: de que lado você joga?”. A profissional almeja falar sobre os conceitos de acessibilidade, não só de forma intelectual, mas de uma maneira que as pessoas sintam a necessidade e percebam a importância de se desenvolverem sites acessíveis.
 
“Hoje em dia, existe uma tendência e uma busca pelo cumprimento das diretrizes de acessibilidade nacionais e internacionais voltadas às páginas da web. Esse é um dos aspectos, o outro é que, quanto menos acessíveis são as páginas da internet, menos força elas têm como um todo e, consequentemente, reduz a movimentação e lucro dos negócios. Dessa forma, quem pretende atuar com a web, precisa ter um olhar diferenciado para a construção de mecanismos que atendam as necessidades ligadas à acessibilidade”, diz a palestrante.
 
Lêda acrescenta que a acessibilidade não é somente para as pessoas com alguma deficiência. “A intenção é trazer para o meio virtual não só esse público, mas também as pessoas com característica pontual, idosos ou até mesmo aqueles que falam outro idioma”. Destaca ainda que, na próxima quinta-feira (17), a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) de São Paulo (SP), lançará o Selo de Acessibilidade Digital. “Acredito que essa iniciativa é muito válida, pois será capaz de incentivar a conscientização e a prática da acessibilidade na web brasileira”.
 
31ª Infoeste – A programação do evento é bem intensa e conta com mais de mil participantes. Ao todo, são 57 cursos, quatro palestras, além de outros eventos paralelos como o Encontro de Ex-alunos, Festa Linux, Maratona de Programação, Workshop sobre Educação em Computação e Informática, Ciclo de Cursos e Palestras para as Escolas Técnicas, além dos desafios de jogos (Game Developer) e de Interface (Hackathon).
 
Moacyr Del Trejo, diretor da Fipp, destaca que essas ações oportunizam aos alunos lidarem com temas que não são tratados no cotidiano. “A gente tem vários cursos de graduação, cada um possui uma matriz curricular e, mesmo com a facilidade para flexibilização das abordagens pedagógicas, existe uma demanda constante por atualizações ligadas a área da tecnologia. Sendo assim, esse grande evento, atua como uma complementação diferenciada que traz profissionais de alto gabarito”.
 
Ele comenta que a Infoeste também destaca a trajetória dos egressos da Fipp. “O ex-aluno é o nosso espelho, sendo que o êxito dele reflete na qualidade das nossas graduações, que estão entre as melhores do país. Para os estudantes, essa iniciativa é um intercâmbio de informações e de experiências, que pode ajudar na visualização das oportunidades do mercado”, conclui.
 
Cerimonial de abertura – Além de Del Trejo e Contessoto, compuseram a mesa principal do evento, os docentes Leandro Luiz de Almeida (representante institucional da Sociedade Brasileira de Computação) e Francisco Maracci (membro da comissão organizadora da 31ª Infoeste).