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Prudente é modelo em mitigar impacto de resíduos eletrônicos

Entre as 50 melhores do Brasil em qualidade de vida, a cidade realiza mutirão de coleta e destinação correta


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Foto: João Paulo Barbosa Prudente é modelo em mitigar impacto de resíduos eletrônicos
Mutirão de 2018 arrecada 70 toneladas, 10 a mais que em 2017

Presidente Prudente encontrou um meio que tem se mostrado eficiente para a destinação correta do descarte de produtos eletroeletrônicos, capaz de servir como referência para São Paulo e o Brasil. É um mutirão de coleta do lixo eletrônico e sua destinação correta. Evento que envolve o poder público municipal e a Unoeste, que promove mobilização da população e que em dez anos está consolidado como ação prática de educação ambiental, de tal forma a ganhar o apoio institucional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cestesb), agência vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Uma realização que tem influenciado para a cidade estar entre as 50 melhores do Brasil em qualidade de vida, conforme o Observatório das Metrópoles, coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 2016), com levantamento realizado em 5.565 municípios brasileiros. Também está entre as 50 melhores do Brasil para sobreviver, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM, 2016), ocupando o 25º lugar conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud/ONU).

Iniciado em 2009 com duas edições, no sábado (9) foi realizado o 11º Mutirão do Lixo Eletrônico, com a maior parte da coleta centralizada no Parque do Povo, extensa área verde e de lazer com 24 alqueires, servida por vias de trânsito rápido, o que facilita o acesso da população de 225.271 moradores, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017). Em 11 edições passam de 700 toneladas coletadas, com arrecadação de 70 toneladas, no último sábado, 10 a mais que em 2017, e cerca de 2 mil pessoas, representando suas famílias ou empresas, que atenderam o apelo dos organizadores.

No balanço divulgado nesta segunda-feira (11) foi constatado que a cada ano aumenta o número de participantes, e neste ano foram 3,14% a mais que no ano anterior. Como 37% foram pela primeira vez, isso sinaliza a existência de rodízio por parte da população e muitos que levaram no anterior não tinham o que levar neste ano cuja média ficou em 35 Kg por pessoa. Na realização estiveram envolvidos 290 voluntários, dos quais 240 estudantes universitários de 19 cursos de graduação e do mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.

A logística contou com a recepção e separação entre objetos maiores e menores, a exemplo de televisores e pilhas, para serem acondicionados em ecobags colocadas, por empilhadeiras, em quatro carretas destinadas pela Silcon Ambiental, empresa de Cerqueira César (SP) que possui certificação para gerenciamento e tratamento de resíduos industriais. Junto ao evento foram promovidas ações de educação ambiental, envolvendo alunos de escolas municipais do primeiro ciclo do ensino fundamental, com foco sobre possíveis formas de reaproveitamento, incluindo a produção de objetos de arte.

Para o diretor estadual de controle de licenciamento ambiental, Geraldo do Amaral Filho, com mais de 40 anos de serviços prestados à Cetesb, o mutirão é um evento raro, se não for o único, já que outros eventos tratam do genérico e não especificamente do eletroeletrônico que é um resíduo muito agressivo ao meio ambiente. Entende que a iniciativa é altamente eficiente por envolver a comunidade e sua força está no empenho do poder público chancelado pela universidade, “que coloca ciência por traz disso e constrói credibilidade”.

O prefeito Nelson Roberto Bugalho, promotor público do meio ambiente e que foi vice-presidente da Cetesb, disse que o objetivo é evitar a contaminação ambiental com substâncias tóxicas, como são os casos de mercúrio, chumbo e cádmio, entre outras que podem prejudicar o solo, águas superficiais e subterrâneas. O fato de as pessoas guardarem o lixo eletrônico e fazer o descarte somente no mutirão, é visto pelo prefeito como um importante componente de educação ambiental.

O pensamento do prefeito é compartilhado pelo pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão da Unoeste, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, que analisa o evento como modelo estadual e nacional, dentro de um contexto de preocupação global, considerando que a indústria eletroeletrônica gera por ano 44,7 milhões de toneladas de resíduos, com apenas 20% tratado de maneira apropriada, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma/ONU), sendo o restante jogado no lixo e reciclado sem cuidados com a manipulação e segurança, causando prejuízos ao meio ambiente e à saúde humana.
 
Foto: João Paulo Barbosa Componentes eletroeletrônicos contêm pesadas substâncias tóxicas
Componentes eletroeletrônicos contêm pesadas substâncias tóxicas
Cidadania – A coordenadora do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Leila Sotocorno e Silva, entende o mutirão como um megaevento de educação ambiental que, embora tenha em seu nome a palavra lixo no sentido de fazer o apelo popular, recebe resíduos eletroeletrônicos para ser reciclado e servir como matéria-prima em outros produtos, apenas virando lixo o que não serve para ser reutilizado, mas recebendo a destinação correta. A professora Leila Maria Esturaro avalia o mutirão como exercício pleno da cidadania, pelo qual a pessoa se torna responsável pelo seu consumo e descarte.
O envolvimento da Unoeste em recursos humanos foi com alunos e professores dos cursos de graduação em Administração, Agronomia, Alimentos, Arquitetura e Urbanismo, Artes Visuais, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Gestão da Tecnologia da Informação, História, Jogos Digitais, Medicina Veterinária, Psicologia, Publicidade e Propaganda, Redes de Computadores, Sistemas de Informação e Sistemas para Internet; e também na pós-graduação o Programa de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.
 
A participação da Unoeste se dá em projeto cadastrado na Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext), sob a responsabilidade do professor Haroldo Alessi, da Faculdade de Informática de Presidente Prudente (Fipp), cujo aluno Nélio da Silva Souza participou pelo terceiro ano consecutivo, dizendo estar mais interessado na proposta do mutirão do que nas horas atividades atribuídas pelo curso de Gestão da Tecnologia da Informação. Procedente de Petrolina (PE), sua intenção é trabalhar um período no Estado de São Paulo e depois voltar à sua cidade, mas que em qualquer situação pretende cuidar da destinação correta dos resíduos eletrônicos.
 
O gerente de conta da Silcon acredita que o mutirão é o maior evento do gênero no Brasil e conta que, como a atual edição superou as expectativas e lotou as quatro carretas que a empresa tinha locado para o serviço, estima serem necessárias mais duas para poder transportar tudo. Acredita que em 15 dias as 70 toneladas de resíduos eletrônicos já estarão devidamente transformadas em matéria-prima para outros produtos. Conta que a Silcon tem forte atuação em São Paulo, onde trabalha com pós-produção industrial.  Como exemplo, cita o lote de impressoras com defeitos, que fica mais prático descartar do que tentar reaproveitar.
 
Educação – Também ocorreram duas ações de educação ambiental, com trabalhos de artes utilizando lixo eletrônico. Pelo Programa Cidadescola, da Secretaria Municipal de Educação (Seduc), o professor Itamar Xavier desenvolveu trabalho com um grupo de alunos da Escola Dr. João Franco de Godoy (Navio), os quais participam de atividades na Fundação Inova Prudente. Foi feito um desenho de 900 metros quadrados, utilizando resíduos eletrônicos, para formar a imagem do rosto do aluno Otávio Micael Lima de Souza, de 10 anos, escolhido pelo estilo do seu cabelo black power.
 
Pelo curso de Artes Visuais da Unoeste, o professor Josué Pantaleão trabalhou com alunos da Escola Municipal Coronel José Soares Marcondes, que fica no bairro do Bosque. Para ele, teve importância o entusiasmo das crianças em poder utilizar a criatividade e habilidade manual, ter atenção com a proporção dos objetos e com as cores. “Ações que impactam a educação ambiental”, diz o professor e no que concorda a secretária municipal de educação professora Sônia Maria Pelegrini, para quem a ação prática torna mais fácil a tomada de consciência e do papel da criança na sociedade.
 
O secretário municipal do meio ambiente, Wilson Portella Rodrigues, entende que a educação ambiental está no fato de as pessoas guardarem os aparelhos eletroeletrônicos em desuso para descartarem no mutirão, algo que contribui bastante para mitigar os problemas ambientais de uma cidade que produz diariamente 250 toneladas de resíduos sólidos e 360 toneladas na área da construção civil. Para Milton Carlos de Mello “Tupã”, cujo mutirão nasceu quando era prefeito, a parceria da prefeitura e da Unoeste deu tão certo que o evento faz parte do calendário oficial da cidade e que as pessoas, em sua grande maioria, espera pelo momento em fazer o descarte corretamente.
 
Premiação – Responsável direto pela organização do mutirão, o secretário municipal da tecnologia da informação, Rogério Alessi, comemora o bom resultado alcançado, que superou a expectativa inicial de 60 toneladas. Comenta que o uso de camisetas amarelas foi em alusão ao Brasil na Copa do Mundo da Rússia. Foram distribuídos 3 mil papa-pilhas e sorteados 13 prêmios:  notebook, bablet, videogame e dez bicicletas a serem entregues na quarta-feira (13) desta semana, às 11h, na Reitoria da Unoeste, no campus I.
 
Os prêmios são os seguintes: tablet - Simone Machado, notebook - Ítalo Alves Bomfim, videogame – Gisele Nai, e as bicicletas – Luiza Naron, Sinival de Souza, Roberto de Souza Nunes, Marcelo Freitas, Ilda Maria Martins, Antônio Mariano, Valdir Marques Caldeira, Doralice Maria Batista de Aguiar, Eduardo Felix e Marcelo Moura Leite. Joaquim Antunes de Carvalho, morador da Vila Cláudia Glória, que fica ao lado do ponto central do mutirão, já participou de outras vezes e, em nenhuma delas foi pelos prêmios, embora entenda que deve ter esse estímulo.
 
Por morar perto, o bancário aposentado utilizou uma carriola para transportar os aparelhos eletroeletrônicos, incluindo um televisor colorido pequeno que já tinha sido consertado uma vez, com 30 anos de uso, incluindo tempo de uso por uma filha quando estudou no Colégio Dom Bosco, em Lins. Um aparelho que foi de uso da família, incluindo as três filhas formadas médicas pela Unoeste. Conta que o aparelho estava guardado realmente para ser descartado e não pelo valor sentimental, algo fora de moda em tempos de novas tecnologias, nos quais os eletroeletrônicos tem prazo de vida útil mais curto que antigamente.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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