Você já se medicou por conta própria nos últimos meses?
Estudo do Conselho Federal de Farmácia indica que 77% dos brasileiros tem esse hábito; uso irracional de medicamentos traz danos à saúde e a Unoeste promove ações de conscientização sobre o assunto
Os números chamam a atenção: uma pesquisa desenvolvida pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) por meio do Instituto Datafolha evidenciou que a automedicação é comum em 77% dos brasileiros que utilizaram algum medicamento nos últimos seis meses. E, tem mais! A frequência da automedicação é predominante no público feminino (53%); já os remédios mais usados são os analgésicos e antitérmicos (50%), seguido pelos antibióticos (42%) e relaxantes musculares (24%). Esses são alguns dos dados que respaldam a campanha nacional de conscientização, promovida pelo conselho em relação ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, lembrado neste domingo (5). A Unoeste também realiza ações em alusão à data.
Promovidas pelo curso de Farmácia da universidade, em parceria com a Prefeitura de Presidente Prudente e o apoio do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), as atividades tiveram início na quinta-feira (2), com a palestra “Uso racional de medicamentos no cuidado integral à saúde”, ministrada pela assessora técnica do conselho, Dra. Amouni Mohmoud Mourad que também é consultora do programa Bem-estar da TV Globo. Nesta sexta-feira (3) e sábado (4), os acadêmicos do curso de Farmácia realizam panfletagem e orientações sobre o assunto e, também sobre as interações com as plantas medicinais. Hoje, as atividades ocorrem nos campi I e II da instituição e, amanhã serão para toda a comunidade, a partir das 9h, na Praça Nove de Julho.
“Medicamento é coisa séria, não existe um que seja inofensivo. Ele é muito importante quando eu estou precisando, porém, se eu faço o uso inadequado, se torna uma arma contra mim”, salienta Amouni. Ela chama a atenção, para que as pessoas tenham cuidado com o que leem, com as propagandas que veem, com as fake news e, também, com as conhecidas indicações de amigos, familiares ou vizinhos. “Quem tem que dar o diagnóstico é o médico, quem pode orientar quanto ao uso do medicamento é o farmacêutico. Não dá para a gente imaginar que o fato de ler qualquer informação disponível na internet, já nos deixa preparado para interpretar e para conseguir saber as consequências do uso de tal remédio”.
Sobre a abordagem realizada na Unoeste, pontuou sobre a importância da utilização racional do medicamento. “Aproveitei para orientar os futuros farmacêuticos para que fiquem atentos nas dispensações, se a prescrição está ou não legível, principalmente, porque existem nomes muito parecidos. É importante lembrar também, que o medicamento precisa ser entregue com consciência e responsabilidade”.
Em uma plateia formada por estudantes da área da saúde, Amouni salientou que para lidar com os problemas de saúde é preciso um pensamento e uma atuação multidisciplinar. Declara que não é a primeira vez que vem à Unoeste e é sempre uma honra estar na universidade. “Além da receptividade, a gente percebe que aqui se leva muito a sério o trabalho multidisciplinar. Existe um respeito à saúde desde o início da graduação. É muito gratificante estar num ambiente que está preparado para receber informações e utilizá-las num contexto mais global”, conclui.
Após a palestra, foi realizada uma mesa-redonda sobre o uso racional de medicamentos mediada pelo coordenador do curso de Farmácia, Luis do Nascimento Ortega. Participaram também, as docentes da Unoeste: Maria Nilda Camargo de Barros Barreto (coordenadora de Enfermagem) e Cláudia Alvares Calvo Alessi (docente responsável pela extensão do curso de Medicina); pela Prefeitura Municipal, Katia Regina Sobires (supervisora de assistência farmacêutica) e o farmacêutico do Hospital Regional, Marcelo Kitayama.
“O medicamento foi desenvolvido para trazer benefícios ao ser humano e, quando utilizado indevidamente podem causar danos, tanto para as pessoas, quanto para o meio ambiente. Existe também o uso elevado dos antibióticos que podem influenciar no surgimento de superbactérias”, pontua Ortega.
Sobre as ações desenvolvidas pela universidade, afirma que a ideia é sensibilizar a comunidade em geral e, também, despertar nos estudantes e profissionais da área, a importância de se ter um olhar diferenciado para o uso dos remédios. “Contamos também com o apoio dos farmacêuticos dos Programas de Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso, Intensivismo e Urgências e Emergências do Hospital Regional (HR), em parceria com a Unoeste”.
Prefeitura e Unoeste – De acordo com Katia, que é a supervisora de assistência farmacêutica do município, essa relação estreita com o curso de Farmácia da universidade é muito importante, sendo que, essas primeiras atividades marcam o início de uma parceria em longo prazo. “Em 2018, foram investidos em medicamentos por volta de R$ 5,5 milhões. Considerando que a cidade possui 230 mil habitantes, avaliamos que esse investimento é alto, mas o que nos preocupa é saber se estamos investindo bem. Nesse sentido, a graduação nos dará um suporte técnico-científico para a formação de indicadores que ajudarão nessa mensuração, para melhorar a qualidade de vida da população”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste