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Estudo caracteriza violência contra o idoso em Prudente

Iniciativa desenvolvida pelo curso de Enfermagem da Unoeste, contabilizou entre os anos de 2013 e 2017, mais de 2 mil ocorrências na Delegacia de Proteção ao Idoso (DPI)


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Foto: Gabriela Oliveira Estudo caracteriza violência contra o idoso em Prudente
“Apresentação dos resultados trazem uma devolutiva para a sociedade”, pontua Larissa que foi a orientadora da pesquisa

Homens de até 70 anos que residem com os familiares são os que mais registraram boletins de ocorrências de violência na Delegacia de Proteção ao Idoso (DPI) de Presidente Prudente, entre os anos de 2013 e 2017. Tem mais! Das 2.445 ocorrências contabilizadas nesse período, 38% estão ligadas à violência emocional, que é praticada por desconhecidos e representam 51,5%. Essas e outras estatísticas foram apontadas por meio de uma pesquisa desenvolvida pelo curso de Enfermagem da Unoeste. A apresentação dos dados foi realizada nesta sexta-feira (28), aos parceiros do estudo e representantes de toda a sociedade.
 
De acordo com a orientadora do estudo, a professora Dra. Larissa Sapucaia Ferreira Esteves, a parceria com a DPI possibilitou o acesso aos materiais que foram analisados. Pontua que a exposição desses resultados teve como intenção dar uma devolutiva para a comunidade em relação ao assunto. “Nesse sentido, a graduação da universidade em parceria com o Conselho Municipal do Idoso e essa delegacia especializada disponibilizou esse espaço que promoveu também um diálogo com várias entidades que representam e contemplam o público idoso”.
 
Ela afirma que os boletins de ocorrência feitos pelos idosos aumentaram a cada ano no período analisado. “Um aspecto que merece atenção é o fato de os homens serem os que mais denunciam. Isso pode ocorrer, pois possuímos uma delegacia da mulher, ou seja, muitas são encaminhadas para esse local. Entendemos ainda que, em muitos casos, o idoso não quer falar quem é o agressor principal, e na maioria das vezes pode ser um familiar, já que é com quem a maioria reside”.
 
Larissa esclarece que os profissionais de saúde que atuam com esse público, geralmente desconhecem que o idoso sofre algum tipo de violência, já que ela necessariamente não é física, ou seja, não apresenta sinais clínicos visíveis. “A formação em saúde precisa ser voltada para o reconhecimento dessa violência. Segundo o Estatuto do Idoso, nós temos a obrigação de notificar”.
 
Pontua que durante a pesquisa científica, não foram encontradas notificações compulsórias dos profissionais de saúde nos registros do DPI. “Dessa forma, entender essa violência contra o idoso é muito importante, já que ela gera outros fenômenos como a depressão e a tentativa de suicídio. Acredito que a formação em saúde pode contribuir com a proteção dessas pessoas e, daí, a relevância de trabalhar esse tema na formação dos futuros enfermeiros”.
 
Foto: Gabriela Oliveira “Podemos criar políticas públicas que venham ao anseio da sociedade em relação ao idoso”, diz Marcelo Quevedo Minari, delegado da DPI
“Podemos criar políticas públicas que venham ao anseio da sociedade em relação ao idoso”, diz Marcelo Quevedo Minari, delegado da DPI

Marcelo Quevedo Minari, delegado da DPI, esteve na Unoeste para a apresentação da pesquisa nesta sexta (28). Ele afirma que diante do aumento das ocorrências praticadas contra o idoso é importante contar com o trabalho de outras instituições e entidades. “A abordagem desse problema tem que ser multidisciplinar. Não adianta só a delegacia com a punição, precisamos da atuação das vertentes sociais e de saúde. Então, estamos nos valendo do curso de Enfermagem da Unoeste, para que de posse dessas estatísticas possamos criar políticas públicas que venham ao anseio da sociedade em relação ao idoso”.
 
Para Elen Regina Henares Castilho, gerente do Centro de Referência do Idoso, unidade pública ligada à Secretaria Municipal de Saúde, essa pesquisa traz além dos dados quantitativos, pois apresenta informações qualitativas. “O panorama apresentado por esse estudo pode contribuir com a promoção de ações ao idoso. Acredito que essas informações são de grande importância e podem nos ajudar a fundamentar o trabalho que desenvolvemos com essa população”.
 
Envolvimento acadêmico – Intitulada como “Caracterização da violência contra a população idosa em um município do oeste paulista”, o estudo foi o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos alunos do 8º termo de Enfermagem da Unoeste: Adrielle Zenilda Andrade, Mauricio Ximenes e Rafaela dos Santos Sobrinho.
 
“Pra mim foi muito gratificante e importante participar desse projeto, pois com a baixa natalidade e o avanço da saúde, a população idosa tende a crescer cada vez mais”, diz Rafaela. A futura enfermeira ressalta que a violência contra os idosos é agravante, com sérias consequências. “Podemos ajudar e fazer a diferença, prevenindo a violência e realizando ações que promovam o bem-estar físico e mental, fazendo com que os idosos se sintam úteis, respeitados e que não tenham os seus direitos violados, criando também redes de suporte para eles”.
 
A jovem declara que se sente extremamente feliz por ter desenvolvido esse trabalho com os seus colegas de grupo, sob a orientação da professora Larissa. “Essa docente é apaixonada pela enfermagem e nos motivou muito. Formamos uma boa equipe e não medimos esforços para realizar esse estudo. Fizemos esse trabalho com coração e amor pela profissão que escolhemos”, encerra.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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