Enped marca início de novo ciclo acadêmico na Unoeste

A qualificação profissional é um diferencial importante no mercado de trabalho. Porém, hoje, o que realmente as organizações do Brasil e do mundo anseiam do profissional vai além de um currículo acadêmico; esperam-se comportamento e atitude. Essa afirmação integrou um dos pontos abordados pelo diretor de desenvolvimento global do Instituto Ayrton Senna, Emilio Munaro, durante a abertura oficial do 12º Encontro Pedagógico dos Docentes da Unoeste (Enped). O evento foi realizado na noite dessa segunda-feira (27), no Espaço Solarium, marcando o início da ampla programação que ocorre durante toda a semana, com mais de 200 horas de atividades voltadas a todos os professores da Unoeste. 
 
Antes de iniciar sua palestra com o tema “O Futuro do Trabalho e as Competências da Educação Superior”, Emilio Munaro contou aos docentes o motivo que o levou a ser um dos principais pensadores em educação. Disse que vem de uma família muito humilde, de pai e mãe que não concluíram o fundamental. Sempre frequentou escolas públicas, e mesmo com as dificuldades escolheu estudar. Fez três graduações e toda sua formação está voltada ao executivo. Hoje, permanece como executivo que luta pela educação. “Sempre acreditei que a educação muda vidas, transforma!”.
 
Em sua abordagem, dentre outros assuntos, ressaltou a percepção de mudança que requer professores e alunos diferenciados, com habilidades e competências emocionais. E diante disso, como integrar esses aspectos dentro de um conceito de educação integral, levando para a realidade do dia a dia. “O que eu, enquanto profissional, preciso despertar em meus alunos e promover esse diálogo para que o desempenho deles seja melhor? Isso refletirá no mercado de trabalho”, frisou.
 
Emilio ressaltou dados apresentados pela HSM Educação Executiva, os quais apontam que, atualmente, contratam-se profissionais por suas habilidades cognitivas, pelo seu currículo; mas que as mesmas pessoas são demitidas pela falta de habilidades socioemocionais. “Contrata-se excelentes engenheiros de formação, por outro lado precisa demiti-los pela falta de capacidade de trabalho em equipe, colaboração, comunicação, enfim. Esses pontos ajudam a enxergar a necessidade de o professor ter uma visão mais ampla e definitivamente integrar o desenvolvimento sociemocional desde o início da infância. E eles como professores também precisam ter essas habilidades”.
 
Outro fato que necessita ser repensado é sobre como formar os futuros profissionais para um mercado de trabalho incerto. Pois, segundo o palestrante, 85% das crianças que nascem hoje não sabem o emprego que vão ter, pelo fato de o emprego ainda não existir. “Portanto, como prepará-las para algo que você não conhece? Então é trabalhar no arcabouço de sustentação delas, em habilidades e competências que depois vão usar para uma coisa ou outra. Não existe mais o profissional de humanas, exatas ou saúde, existe um profissional que, dentre todas as suas constituições, precisa ser superativo, dinâmico e saber se colocar. As empresas pedem isso!”, afirma.
 
Abertura – Para dar início à programação, o pró-reitor Acadêmico, Dr. José Eduardo Creste, enalteceu o momento. “Saibam que vocês, professores, são fundamentais para a instituição, são a linha de frente, que formam pessoas, que trabalham sonhos e que realmente fazem o nosso trabalho ser frutífero e ter sucesso!”. Creste ainda reforçou algumas conquistas da Unoeste em 2019, como a construção dos novos campi em Jaú e Guarujá, além da Sala Betha localizada no campus I. Também ressaltou a posição da Unoeste no último ciclo avaliativo do Ministério da Educação (MEC), que aparece como a 3ª melhor universidade do estado de São Paulo; e mencionou os cursos de graduação que se destacaram no Ranking Universitário Folha (RUF) e no Guia da Faculdade.

Foto: Aline Blasechi

 
Reunião de gestores
Antes da abertura oficial do Enped 2020, os gestores das Pró-reitorias Acadêmica, de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, além de coordenadores de cursos, estiveram reunidos no campus II da Unoeste, na manhã dessa segunda-feira (27), para o primeiro encontro do início do semestre letivo. Vários assuntos foram abordados em busca de promover sempre a evolução da maior universidade do oeste paulista no que se refere ao desenvolvimento de uma educação superior de qualidade.

“É um momento de enxergarmos esse novo horizonte. De recebermos nossos estudantes com todo o carinho e comprometimento. E isso perpassa pelos gestores dos cursos e pelos nossos professores”, ressaltou Creste. Na ocasião, foram relatados também dados sobre as bolsas de iniciação científica e as de intercâmbio, que inserem alunos e professores em diferentes países, em busca de novos conhecimentos que podem ser aplicados no retorno deles à universidade.

“Tivemos ainda a conquista de um novo doutorado, em Educação. Sabemos que isso não é algo fácil, mas que foi possível graças à dedicação de várias pessoas envolvidas. Também gostaria de reforçar o nosso trabalho de extensão, com algumas cidades já definidas para o Unoeste Transforma, entre as novidades estão Tupã e Bataguassu. Falando ainda de volta às aulas, temos uma atuação forte e de responsabilidade social, que é o Trote do Bem”, destacou o pró-reitor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi.

O encontro ainda trouxe considerações importantes na questão que envolve as avaliações institucionais. Inclusive, segundo adiantado pela coordenadora pedagógica, Aparecida Darcy Alessi Delfim, a Unoeste terá uma segunda edição de um livro publicado da Comissão Própria de Avaliação (CPA). A professora do curso de Enfermagem, Dra. Larissa Sapucaia Esteves, também fez um relato de experiência vivida em Portugal, com reflexões sobre metodologias e o ensino superior desenvolvido no país europeu.