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Pesquisa sugere conteúdo sobre bullying na formação docente

Dissertação produzida no Programa de Mestrado em Educação da Unoeste é recebida como importante contribuição


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Foto: João Paulo Barbosa Pesquisa sugere conteúdo sobre bullying na formação docente
Guilherme Carapeba com os doutores Carmen Lúcia, Marcos Francisco e Terezinha Colombo

O bullying escolar está entre os mais graves problemas de violência no setor da educação mundial, com histórico de massacres como os de Columbine, em 1999 nos Estados Unidos, e do Realengo, em 2011 no Brasil. O debate em torno dessa temática tem uma nova e importante contribuição com a dissertação produzida no Programa de Mestrado em Educação da Unoeste, resultado de pesquisa com estudantes de licenciatura em Pedagogia para avaliar se na formação docente estão sendo preparados para conscientização, prevenção e enfretamento desse comportamento agressivo nas escolas.
 
O estudo é de autoria do publicitário, gastrólogo e gestor educacional Guilherme de Oliveira Lima Carapeba. A defesa pública do seu trabalho ocorreu nessa quarta-feira (29), com sua dissertação sendo recebida como importante contribuição à educação. Para a orientadora, a psicóloga e pedagoga Dra. Carmen Lúcia Dias, a pesquisa trouxe informações que servem para alimentar outros estudos e que também sugerem novos estudos. A pedagoga Dra. Terezinha Ferreira da Silva Colombo, pesquisadora vinculada ao campus da Unesp em Marília, enalteceu a relevância do tema e disse que a qualidade do trabalho provoca um olhar para promover a consciência.
 
O educador físico e estudioso da temática Dr. Marcos Vinicius Francisco, coordenador do programa, fez apontamentos sobre a magnitude social e científica do assunto que até recentemente tinha apenas meia dúzia de trabalhos produzidos em toda a América Latina. Terezinha e Francisco compuseram a banca examinadora que aprovou a dissertação de Carapeba que passa a ostentar o título de mestre em Educação. A pesquisa consistiu num estudo de caso no qual estudantes de Pedagogia, do 3º e 7º termos de uma instituição de ensino superior do interior paulista, responderam a questionário com nove questões, disponibilizados na plataforma Google Forms.
 
O estudo foi embasado em rica literatura e também trouxe à luz a legislação brasileira pertinente. Porém, mesmo com a criação do Programa de Combate à Intimidação Sistêmica, em 2015, outras tragédias voltaram a ocorrer no Brasil, em Goiânia e Suzano, em 2017. No ano seguinte houve a inclusão de dispositivo legal na LDB (Lei de Diretrizes e Bases), mas o autor do estudo pode detectar que não bastam as políticas públicas se não houver ações eficazes e uma delas está em preparar o professor, já na sua formação inicial, para identificar o bullying e atuar na sua prevenção e enfrentamento, objetivando uma convivência mais democrática e respeitosa no ambiente escolar. 
 
A pesquisa apontou essa necessidade de oferta de conteúdo específico que hoje não aparece no Projeto Político do Curso (PPC) e nem em planos de ensino da licenciatura em Pedagogia. Ainda que boa parte dos estudantes tenha conseguido conceituar o bullying utilizando conhecimento que se aproxima da literatura científica; alguns se mostraram presos ao senso comum. Os que conhecem são por informações veiculadas pela mídia, no convívio universitário, através de palestras ou, eventualmente, em comentários de professores. Há ainda outra questão problemática que é não saber diferenciar o bullying de outros tipos de violência.
 
Em síntese, o bullying é uma agressão repetitiva e prolongada, que ocorre em situação de desigualdade na relação de poder, de tal forma que a vítima inferiorizada não consegue reagir. É uma agressão capaz de provocar desequilíbrios emocionais e pode até levar ao suicídio. O estudo de Carapeba também lançou olhares para o espectador e para o agressor, com foco maior na vítima, pela proposta de que o professor possa enxergar essa prática antissocial e criminosa. Para o Dr. Gabriel de Oliveira Lima Carapeba, diretor da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp) da Unoeste, nessa mesma linha da pesquisa de seu irmão cabe estudo específico sobre o agressor.
 
Criador do Programa Anjos da Unoeste, cuja atuação também abrange a problemática do bullying, o diretor, ao assistir a defesa pública em companhia de sua mãe Regina de Oliveira Lima, disse que os agressores podem estar tão perdidos emocionalmente quanto às suas vítimas e merecem atenção, não por proteção, mas para que deixem de fazer mais vítimas. Contou ainda que, em diferentes situações, os abraços dos voluntários Anjos têm ajudado a construir pessoas melhores, mais seguras e felizes.

Foto: João Paulo Barbosa Lucas Simirio com as doutoras Raimunda Gebran, Edislane Barreiros e Zizi Trevizan
Lucas Simirio com as doutoras Raimunda Gebran, Edislane Barreiros e Zizi Trevizan

Jovens e adultos
Também foi levada à defesa pública nesta quarta-feira (29) dissertação sobre a ação docente em ciências naturais na Educação de Jovens e Adultos (EJA) mediante um olhar histórico-crítico e histórico-cultural. O biólogo Lucas Vilas Boas Simirio buscou saber, a partir da matriz epistemológica do materialismo histórico-dialético, quais ações teórico-metodológicas e pedagógicas são assumidas por professores de Ciências Físicas e Biológicas das séries finais e suas articulações com a formação do aluno.
 
A pesquisa envolveu três professores e 12 alunos em duas escolas municipais do interior paulista, com quatro procedimentos para coleta de dados: questionário para os professores, questionário para os alunos, diário de bordo e entrevista semiestruturada com os professores. As análises também ocorreram em quatro eixos: o ensino de ciências, os alunos e o processo de ensino-aprendizagem em ciências, a modalidade de educação de jovens e adultos e a prática do ensino-aprendizagem. A pesquisa apresentou conclusões que sugerem revisão das ações que foram analisadas.
 
A prática dos professores ainda se caracteriza pela reprodução de teorias tradicionais e tecnicistas com o uso de metodologias transmissivas sem articulação com as questões histórico-sociais. Sendo assim, os alunos possuem uma concepção de ciência puramente biológica e utilitarista. Os professores apresentaram formação deficiente para atuarem nessa modalidade de ensino, com a aprendizagem dos alunos ocorrendo de maneira descontextualizada e sem compromisso social. O estudo apurou ainda que a tendência mais comum de ensino tem por base o cotidiano, com ênfase em conteúdos conceituais.
 
Outras constatações são as de que as avaliações são seletivas e uniformizadoras; e que existe a necessidade de superar o paradigma mecanicista da educação científica na EJA, especialmente com a adoção de uma formação e prática docente pautadas na pedagogia histórico-crítica e na teoria histórico-cultural que valorizam a humanização do aluno, sua transformação social e plena vivência democrática. A dissertação de Vilas Boas Simirio, orientada pela Dra. Raimunda Abou Gebran, foi recebida pela banca avaliadora como boa contribuição na discussão para melhorar o ensino de jovens e adultos.
 
A banca examinadora foi composta pela Dra. Maria de Lourdes Zizi Trevizan Peres e Dra. Edislane Barreiros de Souza, convidada junto ao campus da Unesp em Assis. Simirio foi aprovado para receber o título de mestre em Educação.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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