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Senador reafirma bandeira da Revolução pela Educação

Cerca de 600 pessoas prestigiaram palestra do senador Cristovam Buarque sobre o papel e a responsabilidade social do egresso


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Foto: Ector Gervasoni Senador reafirma bandeira da Revolução pela Educação
Evento teve presença maciça de docentes e universitários no Teatro César Cava da Unoeste




A palestra do senador Cristovam Buarque no Teatro César Cava dentro da programação do Congresso Regional de Computação e Informática – Infoeste 2008, atraiu um público expressivo de aproximadamente 600 pessoas entre acadêmicos e convidados. Ao abrir o evento, a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unoeste, Zizi Trevizan exaltou a postura ética do político, educador e escritor e agradeceu sua ilustre presença na Universidade. Trevizan destacou que a Unoeste sentia-se honrada em prestigiar momentos de profunda sabedoria. Ao comentar sobre um dos livros de Buarque, Sou insensato, Zizi parafraseou Drummond, o poeta que se declarou gouche na vida por sentir-se na contra-mão do sistema contemporâneo.

O pró-reitor Acadêmico da Unoeste, José Eduardo Creste, comparou a postura e atuação do senador à citação bíblica “voz que clama no deserto” referindo-se metaforicamente ao atual contexto político desprovido de bons exemplos e desacreditado pela sociedade em geral. “Sabemos que sua voz também clama em Brasília para que a Educação ocupe seu devido lugar”. E acrescentou: “É um momento que ficará marcado na história de Presidente Prudente, quando o senador vem a nossa cidade e nos deixa seu exemplo e uma mensagem que pode transformar tantas vidas”.

O diretor da Faculdade de Informática (Fipp) da Unoeste, Moacir Del Trejo destacou que a palestra aborda um aspecto interessante que é o capital conhecimento. “É uma esperança para o mundo subtrair a brutal divisão entre riqueza e pobreza, e sim cada vez mais promover o acesso ao conhecimento”.

Cristovam Buarque mostrou-se surpreso com a presença maciça de docentes e universitários e alertou os universitários sobre o compromisso do graduado na transformação da realidade brasileira. Ressaltou que o egresso não tem o direito de abandonar o sonho de ser bem sucedido, mas que priorizar apenas o sucesso individual não é o caminho, pois é do compromisso de cada um que depende o sucesso social do país. “O Brasil ainda não tem massa crítica e sem conhecimento não se sai da pobreza. É preciso promover a Revolução do Ensino em todas os níveis, promover a igualdade do conhecimento, desfazer a idéia de que a Educação é privilégio da classe alta”, enfatizou. Para Buarque, a problemática do país gira em torno do alto índice de brasileiros sem escolaridade (cerca de 16 milhões de analfabetos e 2/3 da população não concluem o ensino médio). “Jogamos fora nossos potenciais, é o trabalho intelectual aliado à natureza que transforma, por exemplo, o petróleo em energia. Se a universidade brasileira não tem qualidade é porque a escola de base é ruim. No Brasil a bola é redonda para todos, mas a Educação de base é redonda apenas para os ricos e quadrada para os pobres”, afirmou.

A seguir, Cristovam Buarque dialogou com a platéia respondendo inúmeras perguntas, o que comprovou o alto nível da palestra.

Leia entrevista na íntegra com o senador e educador Cristovam Buarque:





Qual o papel e a responsabilidade dos egressos de cursos superiores na sociedade e no desenvolvimento tecnológico do país?



Cristovam Buarque -
Todos que entram na universidade tem direito e até obrigação de três coisas: o sucesso pessoal, o reconhecimento público e ter um papel na transformação social do seu país. Todas as profissões têm que fazer isso. Quem escolheu essa área de Computação e Informática tem um mercado aberto, com possibilidade de emprego com certa facilidade, tem a chance de evoluir muito. São profissionais que vão ter reconhecimento, porque é uma área em sintonia com as exigências do futuro. O que eu quero ver e pedir é que eles não esqueçam que têm papel na transformação social do Brasil. O sucesso e o reconhecimento num país despedaçado, não trará um grande futuro para ninguém. Você pode ter o maior sucesso, comprar um carro bonito e no primeiro sinal de trânsito ser assaltado. Você tem uma bela casa, mas toda “murada”. Por isso, esse meu pedido de envolvimento na luta para transformar o Brasil. E o caminho hoje é a educação. Não é mais uma mudança na economia ou na propriedade do capital, é uma mudança na propriedade do conhecimento. Cada criança que nascer nesse país tem que ter a mesma chance. É preciso cobrar uma revolução na educação.





Então, a Educação é o principal fator para uma mudança positiva no nosso país?



Cristovam Buarque -
É o único caminho para mudar o país. A Educação sozinha não leva o país a nenhum lugar, até porque ela não funciona se não tiver uma base social, política, econômica, onde ela possa caminhar. Mas, a economia pode crescer o quanto ela quiser, que o país continua desigual, violento, a corrupção continua, o atraso em relação aos outros países também. Nós não temos outro caminho para dar um salto, saindo do atraso, a não ser a escola igual para todos. Teve um tempo que nós dizíamos que a transformação vinha da tomada do capital, do capitalista para dar ao trabalhador, isso não tem mais nada a ver com os tempos de hoje. O que a gente tem que fazer é pegar o filho do trabalhador e colocar na mesma escola do filho do patrão. Obviamente, para que isso possa ser feito, vai levar 15 ou 20 anos no Brasil, mas precisamos começar já!





O senador defende um pacto mundial pela educação, o que seria essa proposta?



Cristovam Buarque -
Depois da 2º Guerra houve um pacto pelo desenvolvimento econômico, foi criado o Banco Mundial, Fundo Monetário, cada região do mundo tem seu banco. O mundo conseguiu investir, pois houve um desenvolvimento. Eu proponho o mesmo para a Educação: ter recursos mundiais, por exemplo, para erradicar o analfabetismo em todos os países do mundo, ter um fundo mundial para dar um bom salário para o professor, em qualquer lugar do mundo e não apenas nos países ricos, com recursos e organismos mundiais que possam levar a essa revolução educacional. Só isso, vai impedir que a Europa seja invadida pelos pobres da África ou da Ásia, é educando que se consegue fazer isso.





O que o senador acha de eventos como esse promovido pela Faculdade de Informática da Unoeste que propõe uma discussão sobre os caminhos da Educação no país?



Cristovam Buarque –
Eu fico muito feliz de ver aqui em Presidente Prudente um evento como esse que coloca junto às pessoas da área, mas também professores e alunos, pessoas de toda a região para debater como fazer um ensino melhor. Ainda não tinha vindo a essa região do Estado de São Paulo e posso lhe dizer que é uma pena ficar tão pouco, pois queria conhecer melhor a cidade e os municípios vizinhos.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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