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Combate a pulgas: estudo avalia mutagenicidade de veneno

Constatou-se ausência de capacidade mutagênica do indoxacarbe, corroborando resultados da literatura


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Foto: João Paulo Barbosa Combate a pulgas: estudo avalia mutagenicidade de veneno
Dayane durante a fase de arguição da defesa pública
Foto: João Paulo Barbosa Combate a pulgas: estudo avalia mutagenicidade de veneno
Banca examinadora: doutoras Cecília, Rosa e Rita
Foto: João Paulo Barbosa Combate a pulgas: estudo avalia mutagenicidade de veneno
Dayane com as doutoras Rosa, Rita de Cássia e Cecília

Como o inseticida químico indoxacarbe é utilizado na medicina veterinária para o combate a pulga em pequenos animais. O efeito é rápido. O inseto apresenta sintomas de neurointoxicação, convulsões e paralisia, chega à morte em cerca de quatro horas. Diante do exposto, a médica veterinária Dayane Aparecida Francisco da Silva se sentiu estimulada em desenvolver estudo científico para avaliar a mutagenicidade do indoxacarbe em ratos e gatos. Os resultados obtidos corroboram com a escassa literatura sobre o assunto, ao constatar a ausência da capacidade mutagênica do inseticida.

A pesquisa levada a efeito no Hospital Veterinário e no Biotério Central da Unoeste teve seus resultados anunciados na tarde desta quarta-feira (16), por ocasião da defesa pública da dissertação produzida junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação. A orientação foi da Dra. Rosa Maria Barilli Nogueira, com avaliação por suas colegas pesquisadoras Cecília Braga Laposy e Rita de Cássia Collicchio Zuanase, da Faculdade de Jaguariúna (FAJ). Dayane foi aprovada para receber o título de mestre em Ciência Animal.

No resumo do trabalho científico consta que os pesticidas são venenos intencionalmente dispersos no ambiente para o controle de pragas e, com sua persistência nesse meio podem induzir a toxidade em seres humanos e animais. Indoxacarbe é um inseticida, oxidiazínico que apresenta atividade sobre insetos da ordem lepidóptera. No tratamento contra pulgas em pequenos animais, o indoxacarbe tem demonstrado uma alta atividade inseticida associada a esses ectoparasitas.

“A escolha da utilização dessas duas espécies animais neste estudo se deu pelo fato de que ratos e gatos apresentam uma grande quantidade de eritrócitos policromáticos micronucleados, facilitando desta forma a realização do ensaio escolhido e, pelo rato ser o modelo biológico padrão para avaliações de mutagenicidade, e por fim pelo fato do produto ser indicado para uso em gatos. A escassez na literatura sobre o efeito mutagênico causado pelo uso desse produto levou a realização dessa pesquisa, cujo objetivo foi avaliar por meio do teste de micronúcleo a mutagenicidade do indoxacarbe em dose terapêutica e em dez vezes maior em ratos e gatos”, diz trecho da introdução.

Sobre materiais, métodos e resultados consta que foram selecionados 40 ratos, com 70 dias de idade, da linhagem Wistar, machos, peso de 280g±10 e 20 gatos adultos, sem raça definida, machos e fêmeas, com peso de 4kg±200gr, ambos do biotério central e gatil da universidade de origem, respectivamente. Os ratos foram mantidos em caixas individuais em ambiente com controle de temperatura 22°C±2, umidade 55%±5, fotoperíodo 12 horas claro e escuro, os gatos foram mantidos em baias individuais, e ambos com água e ração ad libitum. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos, com 10 animais em cada grupo de ratos e 5 animais nos grupos compostos por gatos.

Os tratamentos foram os seguintes: Grupo controle negativo (GCN)-solução de cloreto de sódio 0,9% por via tópica, em dose única. Grupo controle positivo (GCP)-ciclofosfamida em única dose de 50mg/kg por via intraperitoneal nos ratos e intravenosa nos gatos. Grupo indoxacarbe (GI)- indoxacarbe por via tópica, em dose única recomendado pelo fabricante. Grupo indoxacarbe dose alta (GIDA)-indoxacarbe por via tópica, em dose única, porém dez vezes maior que a dose recomendada pelo fabricante. Os ratos foram avaliados 24 horas após o uso do indoxacarbe, após eutanásia e retirada do fêmur para a realização da lavagem do canal medular com soro fetal bovino, posterior centrifugação, retirada do sobrenadante e realização do esfregaço.

Os gatos foram avaliados por meio do teste de micronúcleo antes e 24 após a aplicação do indoxacarbe, através da coleta de uma gota de sangue periférico da extremidade do rabo para a realização do esfregaço. A fixação, coloração e leitura das lâminas foram semelhantes para ratos e gatos. Os testes estatísticos utilizados foram de análise de variância com contraste pelo método de Tukey e, para comparação entre momentos utilizou-se teste t pareado. O nível de significância adotado foi 5%. Indoxacarbe não apresentou atividade mutagênica em nenhuma das espécies e doses estudadas, mesmo nos animais submetidos a altas doses, a quantidade de micronúcleos permaneceu dentro da normalidade (p>0,05).

Conforme o estudo, os resultados obtidos corroboraram com os poucos relatos encontrados na literatura, afirmando a ausência da capacidade mutagênica do indoxacarbe em diferentes espécies animais e vias de administração do produto. Observou-se também a rapidez, e facilidade na realização do teste para micronúcleo, caracterizando-o como um importante bioensaio para avaliações de mutagenicidade.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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