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Aceleração da alfabetização na infância preocupa educadores

Ensino na educação infantil relega para um segundo plano a necessidade da criança aprender brincando


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Foto: João Paulo Barbosa Aceleração da alfabetização na infância preocupa educadores
“Jogar capoeira também é brincar, tocar berimbau também é brincar”
Foto: João Paulo Barbosa Aceleração da alfabetização na infância preocupa educadores
Rafael Ferrari, Marcos Francisco, Cinthia Arisi e Janaina Duarte
Foto: Cedida Aceleração da alfabetização na infância preocupa educadores
Sonia Sato (3ª da esq. p/ dir.) integrou a mesa na solenidade de abertura

A educação infantil tem sido tema de frequente debate por pesquisadores e profissionais do setor em Presidente Prudente e outros 27 municípios ao seu entorno. O que ocorre há nove anos, desde que foi implantado, em 2008, o Fórum Regional Permanente de Educação da Infância (Forpedi). Agora, no congresso de 2016 é manifestada a preocupação com a aceleração da alfabetização na infância. Fato causador do prejuízo do brincar para aprender, o que promove na criança o desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, biológico e motor. Começou na terça-feira (26) e prossegue até sexta-feira (29) desta semana o Congresso Nacional da Primeira Infância “Pelo Direito do Brincar”, realizado com ampla programação e em diferentes espaços do Centro Cultural Matarazzo, da Unesp e do Sesc Thermas.

A pesquisadora e coordenadora do congresso Cinthia Magda Arisi afirma que o avanço do ensino apostilado e praticado em massa tem cerceado a liberdade de atuação do professor na primeira infância. “A criança não brinca mais, para poder fazer atividades, em nome da escolarização precoce. A criança deixa de ser criança”, comenta Cinthia que é vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Unesp – mestrado e doutorado. “Tem muita atividade no caderno. A criança passa muito tempo sentada nas cadeirinhas. Isso provocou um grito de alerta dos professores”, conta a vice-coordenadora do evento Janaina Pereira Duarte, doutoranda com vínculo no Núcleo de Educação a Distância (Nead) da Unoeste.

Desde 2013, a lei obriga os pais a matricularem seus filhos na escola aos 4 anos de idade e os manterem estudando até os 14 anos. Inicialmente, são dois anos de educação infantil, denominados pré I e pré II, quando começa a alfabetização. Aos 6 anos ocorre o ingresso no ensino fundamental, para a continuidade do processo de alfabetizar. A pedagoga e especialista em educação infantil na área da psicopedagogia Luciana Ferreira dos Santos, que leciona na rede municipal em Pirapozinho e participa do congresso, vê a educação infantil como primeiro passo para o ingresso no ensino fundamental, onde ocorre a cobrança da alfabetização da criança. “Se a gente não trabalha agora, a criança sofre muito depois”, avalia.

No entendimento de Luciana, que leciona há 15 anos e na última década está na educação infantil, é importante começar preparar a alfabetização na pré-escola, mas o brincar tem que ser prioridade. “Penso que o ideal é mais brincar. Estamos falando não do brincar por brincar, mas pelo desenvolvimento da criança. O brincar com objetivo: fazer um jogo, montar um quebra cabeça. Brincar com a imaginação”, diz com referência em relação aos modos da criança de perceber e interpretar através de situações que exigem atenção, associação, raciocínio e linguagens verbal ou corporal, e assim por diante. A professora pirapozense faz parte dos mais de 400 inscritos previamente no evento que permanece recebendo inscrições até o último dia, no limite máximo de 600 pessoas.

O congresso está aberto ao público em geral, com a predominância de participação de professores da educação infantil. Entre os parceiros do Forpedi está a Unoeste, representada pelo Nead, pelo curso de Educação Física e pelo Programa de Mestrado em Educação, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), por intermédio de grupos de estudos. Entre os pesquisadores participantes, o pós-doutorando na Unoeste Marcos Vinicius Francisco faz parte da organização e afirma que o direito de brincar da criança, que na educação infantil passa o dia na escola, consta em várias publicações científicas produzidas por estudiosos dos mais renomados centros de pesquisa do mundo.

Na abertura do congresso, na noite de terça-feira (26) no Matarazzo, a Unoeste foi representada na solenidade oficial pela coordenadora geral do Nead, Sônia Sanae Sato. Também esteve presente a coordenadora do mestrado em Educação, Dra. Camélia Santina Murgo. Outros profissionais vinculados à Unoeste participaram de diferentes atividades, a exemplo dos professores Rafael César Ferrari dos Santos, Danielle Aparecida do Nascimento e Ana Lucia Farão Carneiro de Siqueira. Além da conferência de abertura, são realizadas mesas-redondas, minicursos e atividades culturais como a da apresentação do Grupo de Capoeira Brasileirinho, de Estrela do Norte, na tarde desta quarta-feira (27).

No jogo de capoeira por crianças e adolescentes, as músicas cantadas em coro e ao som do berimbau entraram no tema do congresso com letras como as que diziam “jogar capoeira também é brincar, tocar berimbau também é brincar” e “a,e,i,o,u – u,o,i,e,a vem criança, vem brincar”. Conforme Janaina, o congresso será avaliado na próxima reunião do Forpedi, que ocorre na terceira quarta-feira de cada mês no Centro de Formação Permanente dos Profissionais da Educação de Presidente Prudente (Ceforp). “A partir dos resultados iremos pensar no segundo congresso e até ampliar a temática para outros eixos de discussão”, anuncia e ressalta que o Forpedi, de iniciativa da pesquisadora Célia Maria Guimarães, promove para os gestores de educação infantil cinco oficinas diferentes ao longo de oito encontros por ano.

Além do Forpedi, Nead e PRPPG da Unoeste, estão envolvidos na realização a Prefeitura, Sindicato dos Servidores Municipais (Sintrapp), Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Ludicidade, Infância e Juventude (CEPELIJ), Grupo de Estudo e Pesquisa sobre a Primeira Infância (Geppi), Centro de Estudos em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil (CELLIJ) e Grupo de Estudos e Pesquisa em Desenvolvimento Humano e Motricidade (Gepedem/Unoeste). Os parceiros são o JR Hotel, Proex, Toka Editora, Nátali-Brink, Rádio Táxi Líder, Binaulab e Terra Parque. Apoio do Sesc, Rede Nacional de Primeira Infância, União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), jornal O Imparcial, Conselho de Pedagogia e Departamento de Educação da Unesp.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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