Avanço tecnológico impulsiona imprescindibilidade do ensino

Diante do acelerado avanço da tecnologia, o ensino se torna cada vez mais imprescindível para ingressar e se manter no mercado, associado a outras questões, mas especialmente à capacidade de inovação e empreendedorismo. O que tem muito a ver com o ensino superior e a produção de novos conhecimentos através da pesquisa; seja ela de base tecnológica ou não. São condições de uma argumentação sem discordância, mas que não asseguram uma fórmula pronta para conquistar o mercado e obter sucesso, devido as grandes transformações em andamento e as projeções futuras.

Algumas profissões estão desaparecendo, outras se ajustando e novas estão surgindo, conforme expos o Dr. César de Augusto Souza de Andrade na conferência “Pontes para o futuro através de inovação e empreendedorismo”, realizada na manhã desta quarta-feira (25) durante a abertura do 22º Encontro Anual de Pesquisa Institucional e Iniciação Científica (Enapi), um dos três grandes eventos dentro do 22º Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enapi) da Unoeste.

Pesquisador vinculado à Universidade Federal de Pernambuco e gerente de tecnologias da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Andrade tem acompanhado de perto experimentos desenvolvidos em parques tecnológicos do Brasil e do mundo. Sustentado em múltiplas vivências, conduziu sua fala voltada ao tema do Enepe 2017: “Novas profissões, tecnologia e empreendedorismo”. Lembrou que no século 19, o orgulho de uma família era ter filhos médico, advogado e padre. Hoje, advogado e médico permanecem entre as preferências, mas tem outras profissões bem interessantes.

A tecnologia proporcionou ao médico a telemedicina, de tal forma que pode atender pacientes de qualquer região do país e do exterior. Os equipamentos dão o diagnóstico por imagem e se o médico não for daquela especialidade, envia para um colega, na mesma hora, fazer a leitura e estabelecer as prescrições. Dentre as novas profissões, igualmente interessante, surge a de youtuber, com alguns ganhando muito dinheiro com a produção de vídeos postados em canais criados na rede social YouTube.

As possibilidades de exercício profissional são ampliadas, possivelmente, nas mesmas proporções das dificuldades do jovem fazer a sua escolha. Porém, se não há formula pronta, existem algumas questões imprescindíveis para entrar e permanecer no mercado, como são os casos do domínio tecnológico para novas competências; pro-atividade em decidir e agir rapidamente; e hipercultura gerada pela formação generalista, interdisciplinar, transdisciplinar e multidisciplinar; associadas ao planejamento de cenário, seja em ambiente local, regional ou mundial.

Outras condições dessa associação são a simulação para saber o que é possível, o que é provável e o que é preferível; a previsão de mercado sobre qual curso fazer; a extrapolação para pensar processos futuros; o marketing pessoal e o network. Conforme Andrade, as instituições de ensino devem e podem direcionar seus alunos para a inovação e o empreendedorismo, considerando o egresso inserido no mercado como o melhor marketing institucional. Também devem estar atentas às necessidades empresariais e das políticas públicas voltadas vinculadas à geração de emprego e renda.

Na sessão de perguntas, o questionamento feito pela pesquisadora da área de educação Dr. Maria de Lourdes Zizi Trevizan Perez, foi sobre a tecnologia cada vez mais presente nas vidas das pessoas e a maior complexidade nas relações humanas. Para Andrade, não há dúvida de que a inserção tecnológica reduz o relacionamento interpessoal, mas esse é problema a ser trabalhado pela absoluta necessidade de ser superado, considerando ser imprescindível o trabalho em equipe. Inclusive, disse que o indivíduo para ingressar no mercado de trabalho vai ter que se relacionar com alguém ou com várias pessoas.

Na abertura do Enapi, o pró-reitor acadêmico Dr. José Eduardo Creste representou o chanceler Agripino Lima e a reitora Ana Cristina de Oliveira Lima. Também estiveram presentes o pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão Dr. Adilson Eduardo Guelfi e a coordenadora pedagógica da Unoeste professora Aparecida Darcy Alessi Delfim.