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Muda de cana pré-brotada tem restrição a alguns herbicidas

Uso da nova tecnologia requer atenção dos produtores em relação aos produtos químicos e às variedades


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Foto: João Paulo Barbosa Muda de cana pré-brotada tem restrição a alguns herbicidas
Mudas pré-brotadas (MPB): tecnologia de multiplicação com qualidade

A troca do sistema de plantio da cana-de-açúcar, do convencional para a nova tecnologia de mudas pré-brotadas (MPB), pode ser vantajosa ou não dependendo do herbicida utilizado na prevenção do controle de ervas daninhas. É o que se depreende de estudo científico com dez produtos, sobre os quais foram detectados casos de restrições, e três variedades que apresentaram comportamentos diferentes. Ainda que os cultivos tenham resistido aos impactos do ciclo inicial de desenvolvimento das plantas, em alguns casos a produção foi menor.
 
O estudo remete ao entendimento de que produzir com segurança de resultados depende dos componentes químicos do herbicida e da variedade do produto vegetal. Os dados levantados serão apresentados em um boletim técnico a ser disponibilizado ao setor sucroalcooleiro. Porém, desde já informações podem ser obtidas junto ao polo regional de Desenvolvimento Tecnológico Médio Paranapanema, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) em Assis, ou no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste, em Presidente Prudente, conforme o orientador do estudo Dr. Carlos Sérgio Tiritan.
 
Foram três os experimentos em blocos casualizados realizados a campo, entre novembro de 2015 e outubro de 2016 em Assis, pelo engenheiro agrônomo José Roberto Thomazinho Junior, com 11 tratamentos e cinco repetições, com aplicações dos herbicidas após sete dia do plantio e avaliações nos intervalos de 40 dias (40, 80 e 120), em relação aos seguintes parâmetros: eficiência fotoquímica, índices de clorofila, altura média de plantas, perfilhos médios por touceiras e análise da variância da tonelada por hectare.
Foto: João Paulo Barbosa Thomazinho: experimentos com aplicação de herbicidas
Thomazinho: experimentos com aplicação de herbicidas

 
A hipótese confirmada surgiu diante do questionamento se a nova maneira de semear a cana apresentaria alguma resposta diferente aos herbicidas utilizados no plantio convencional. Pelo sistema tradicional, como leva de 15 a 20 dias para brotar, o herbicida inibe a germinação do mato, sem interferir na brotação. Pelo sistema de MPB ocorre a incidência do herbicida diretamente na planta, causando intoxicação foliar no início do ciclo, mas com recuperação ao final.
 
Ainda que existam mais de dez herbicidas e mais de três variedades, o estudo se apresenta como indicativo sobre possíveis combinações entre química e vegetal. Tiritan acredita que a nova tecnologia, já utilizada em regiões como as de Piracicaba e Ribeirão Preto, deverá se expandir rapidamente pelo país afora; isso por algumas razões, dentre as quais estão a economia e a sanidade vegetal. O plantio tradicional consome entre 18 a 20 toneladas de cana (inteira ou picada) por hectare.
 
Pelo novo sistema são consumidas apenas cerca de 2 toneladas e, devido a produção em viveiro, com a  possibilidade de selecionar as mudas, evitando cana doente. Nos experimentos de Thomazinho foram utilizados os cultivares IAC91-1099, IACSP95-5000 e IACSP95-5094. “Os herbicidas ametryn (3500), metribuzin (1920), ametryn (1500) + clomazone (1000), halosulfuron (112,5) e trifloxysulfuron sodium (22,5) não prejudicaram o cultivo de MPBs, pois as plantas apresentaram, ao final do ciclo, boas produtividades quanto a TCH [toneladas de cana por hectare]”, diz o autor do estudo.
 
A produção científica também envolveu, na condição de corientador, o Dr. Carlos Alberto Mathias Azania, pesquisador vinculado ao centro de pesquisa sobre cana-de-açúcar que o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) mantém em Ribeirão Preto. O estudo desenvolvido junto ao mestrado em Agronomia da Unoeste foi avaliado pela Dra. Ana Cláudia Pacheco, que elogiou as informações geradas pela utilidade para o setor sucroalcooleiro, e pelo Dr. Ricardo Augusto Dias Kanthack, da Apta, que citou a importância de se ter herbicidas já disponíveis para MPB, sem a necessidade de novas moléculas e mesmo diante da restrição a alguns deles.
 
Workshop – A parceria interinstitucional entre Unoeste e Apta aproxima a pesquisa científica com aplicação acadêmica da pesquisa científica de tecnologia. Diante do interesse de ambas as partes, essa relação será fortalecida ainda mais a partir de 2018, incluindo a realização de workshop sobre cana-de-açúcar em maio. “É muito bom se relacionar com uma instituição séria como é a Unoeste, pela qual temos grande respeito, pela seriedade como faz as coisas e pelo acolhimento, do jeito como nos recebe”, afirma Kanthack, diretor do polo regional de Desenvolvimento Tecnológico Médio Paranapanema.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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