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Uso de produtos químicos contra praga gera perdas auditivas

Evidências são encontradas com análise de perfil audiométrico de trabalhadores rurais da região do Pontal


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Foto: João Paulo Barbosa Uso de produtos químicos contra praga gera perdas auditivas
Meire Judai ao fazer a defesa pública de sua dissertação
Foto: João Paulo Barbosa Uso de produtos químicos contra praga gera perdas auditivas
Banca avaliadora: doutoras Cristina, Patrícia e Ana Paula
Foto: João Paulo Barbosa Uso de produtos químicos contra praga gera perdas auditivas
Meire com as doutoras Patrícia, Cristina e Ana Paula


Substâncias tóxicas utilizadas para repelir ou matar pragas, denominadas praguicidas, causam males à saúde. Entre eles estão perdas auditivas, conforme estudo científico recém-realizado, no qual foram encontradas evidências de manifestação de redução da capacidade de ouvir em trabalhadores e moradores da zona rural no Pontal do Paranapanema, região de tríplice fronteira dos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. A fonoaudióloga Meire Aparecida Judai desenvolveu a pesquisa com 83 pessoas dos municípios de Rosana, Euclides da Cunha, Teodoro Sampaio, Mirante do Paranapanema, Marabá Paulista e Sandovalina.

Realizado com a orientação da Dra. Patrícia Alexandra Antunes, o trabalho fez parte dos estudos no mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Unoeste. Nesta quinta-feira (26), a autora da pesquisa fez a defesa pública da dissertação “Estudo dos Limiares Auditivos Convencionais e de Alta Frequência de Moradores e Trabalhadores Expostos a Praguicidas na Região do Pontal do Paranapanema, Estado de São Paulo Brasil”. Disse que os praguicidas são resistentes ao ambiente e apresentam alta toxidade, crônica e aguda. Geralmente, as pessoas que manipularam os produtos têm pouca informação sobre os malefícios.

São três as vias de toxidade: dérmica, por aspiração ou ingestão. Quem manipula não usa equipamentos de proteção individual, como são os casos de luvas, botas, máscara de filtro e boné árabe, uma espécie de capuz. Os mecanismos de vigilância são precários, principalmente em relação aos envolvidos com a agricultura familiar. Diante desse conjunto de fatores, o estudo promoveu análise do perfil audiométrico da amostra populacional formada por pessoas entre 18 e 60 anos ou mais, de ambos os sexos. Com a parceria do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), a Regional de Presidente Prudente, foram realizadas reuniões com os pesquisados.

Nos encontros in loco as instruções foram ministradas em palestras. Em seguida, os participantes responderam um questionário e passaram por avaliações audiológicas. Nas avaliações, por via aérea, as investigações ocorreram nas frequências de 250 a 16 KHz (quilohertz), sendo que as mesmas avaliações foram aplicadas para participantes expostos (83) e não expostos (35) aos praguicidas, sendo que estes últimos serviram como grupo controle, para efeito de comparações. “Foi possível concluir que o grupo de indivíduos expostos aos praguicidas apresenta perda de limiares maiores em todas as frequências, quando comparado ao grupo controle”, pontuou.

Disse ainda que as diferenças ficaram mais evidentes na faixa etária acima dos 40 anos e em relação às frequências altas. “Há evidências de manifestação de perdas auditivas potencializadas no grupo exposto aos praguicidas, por possíveis danos causados ao sistema auditivo em consequência do tempo de exposição e da idade com características de toxidade crônica”, disse a autora da pesquisa em suas considerações. Os praguicidas resultam também em outros problemas, como alteração de visão e distúrbios gástricos, sendo que as entrevistas apresentaram relatos de dois casos de câncer, porém se estuda para estabelecer possível correlação.

Com o resultado da pesquisa, algumas ações estão previstas pelo próprio Cerest, incluindo a produção de uma cartilha sobre os problemas de saúde, em geral, que trabalhadores e moradores rurais estão expostos, especialmente os da agricultura familiar, que ocupam os 108 assentamentos do Pontal com 6,8 mil famílias. No final da apresentação foram feitos nominalmente agradecimentos à diretora regional do Cerest, Maria Aparecida Rodrigues, às doutoras Patrícia, Maria Cristina Alves Corazza e Ana Paula Favareto (membros da banca examinadora).

Também às doutoras Cilene Lino de Oliveira e Lilian Francisco Arantes, além de Jamile Silveira Tomiazzi e aos demais que contribuíram com o estudo que resultou na aprovação de Meire, estando apta para receber o título de mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, concedido pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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