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Pesquisa avalia ensino de psicanálise em curso de psicologia

Atuação docente se depara com o conflito de naturezas subjetiva e objetiva nessas práticas da ciência humana


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Foto: João Paulo Barbosa Pesquisa avalia ensino de psicanálise em curso de psicologia
Roberto Mielke durante a apresentação
Foto: João Paulo Barbosa Pesquisa avalia ensino de psicanálise em curso de psicologia
Banca avaliadora: Raquel, Carmen e Hashimoto
Foto: João Paulo Barbosa Pesquisa avalia ensino de psicanálise em curso de psicologia
Mielke com Carmen, Raquel e Hashimoto


Psicanálise e psicologia apresentam práticas terapêuticas diferentes, ainda que o fim de suas aplicações sejam os mesmos: a melhora dos pacientes, proporcionando alívio de sintoma e de sofrimento. Ainda que a psicanálise seja estudada em cursos de psicologia, uma não é considerada abordagem da outra. Os objetos de estudos são distintos, sendo que a psicanálise estuda o inconsciente e a psicologia a consciência. Diante desse quadro é que o psicólogo e especialista em psicanálise Roberto Mielke desenvolveu pesquisa junto ao Programa de Mestrado em Educação da Unoeste, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.

Na psicologia, o objeto de estudo é a pessoa em relação aos seus sentimentos, pensamentos e comportamentos, a partir da consciência. Para atuar nesta área é preciso curso superior voltado aos estudos dos processos mentais. Psicanalistas analisam questões subjetivas, como sonhos e fantasias. Cursos de psicanálise são ofertados para profissionais de diversas formações, numa concepção em debate que se estende ao longo dos anos, iniciado pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, no começo do século 19. Para ele, ser psicanalista é preciso um tripé: curso específico, supervisão de casos clínicos e análise pessoal, o que significa fazer análise de sua própria vida.

Como os cursos de psicologia oferecem a disciplina de psicanálise, Mielke promoveu um estudo de caso para apurar qual a concepção docente sobre o ensino nesta condição. Numa abordagem qualitativa e com questionário semiestruturado, aplicou a pesquisa com três professores que ministram psicanálise em uma instituição de ensino superior do interior paulista. Os questionamentos se deram em três eixos: qualificação profissional, concepção sobre o ensino de psicanálise e prática pedagógica nesta área específica. A motivação da pesquisa surgiu da prática docente de Mielke, que há 23 anos leciona no curso de Psicologia da Unoeste e atua na área clínica.

O estudo revelou que os professores se deparam com algumas dificuldades devido ao conflito entre subjetividade e objetividade. A natureza da psicanálise é subjetiva e dentro de uma ciência objetiva, a psicologia, perde a sua originalidade. Aí reside um impasse, visto por Mielke como salutar, no sentido de que essa discussão seja alimentada e o professor esteja sempre aberto a melhorar a prática docente tanto no processo ensino e aprendizagem, quanto na avaliação muitas vezes aplicada levando em conta o acúmulo de conhecimento e não pelo seu despertar para as questões da psicanálise.

Outra constatação de Mielke é que os professores aprenderam com a própria prática, “embora a formação como psicólogo já os capacite”, pontuou ao apresentar as considerações finais durante a defesa pública de “Concepção docente sobre o ensino da psicanálise nos cursos de psicologia: um estudo de caso”, feita nesta quarta-feira (12). Compuseram a banca de avaliação os doutores Francisco Hashimoto, convidado junto à Unesp em Assis, Raquel Rosan Christino Gitahy e Carmen Lúcia Dias (orientadora). Mielke foi aprovado para receber o título de mestre em Educação, pela Unoeste.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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