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Pessoas com Síndrome de Down aprendem a fazer ovos de páscoa

Oficina da Gastronomia Unoeste buscou promover inclusão e interação entre pessoas ligadas à Associação do Oeste Paulista de Síndrome de Down


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Foto: Emerson Sanchez Pessoas com Síndrome de Down aprendem a fazer ovos de páscoa
Na oficina, os participantes puderam aprender técnicas de preparo de ovos de chocolate; a Yone (foto) adorou

Em uma iniciativa linda e de encher os olhos ao ressaltar o valor da inclusão e da diversidade, o curso de Gastronomia da Unoeste realizou recentemente uma emocionante oficina de ovos de chocolate com o objetivo de mobilizar e gerar sensação de pertencimento a pessoas com Síndrome de Down ligadas à Associação do Oeste Paulista de Síndrome de Down (AOP Down). Além de proporcionar uma experiência gastronômica enriquecedora, a iniciativa também evidencia o compromisso da Unoeste em promover a inclusão e a igualdade de oportunidades.

Realizada no Laboratório de Panificação e Confeitaria, que fica no Bloco B3 do campus 2 da universidade, a atividade ocorreu em alusão ao Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado no dia 21 de março. No calendário, essa data foi escolhida para representar as 3 cópias do cromossomo 21, já que a Síndrome de Down é gerada pela presença de uma terceira cópia desse cromossomo em todas as células do organismo (trissomia). O dia 21 de março também celebra a vida das pessoas portadoras dessa condição que podem sim ter acesso as mesmas oportunidades educacionais, sociais e profissionais que muitos têm.

A oficina contou com a participação de 20 famílias de atendidos pela entidade e proporcionou a todos os participantes uma experiência única no mundo gastronômico e, ao mesmo tempo, a interação e o convívio entre eles. Coordenadora do curso de Gastronomia, a Chef Mari Sato foi quem recebeu a turma animada e comandou a oficina com a ajuda da equipe da Gastronomia e de alunos do 1º e 3º termo.  Na ocasião, ressaltou que atividade não tinha apenas o viés sobre aprender a manipular o chocolate e um pouquinho de gastronomia, mas principalmente sobre inclusão e respeito às diferenças. 

“A ideia não é só ensinar a fazer o ovo de páscoa, o ovo de colher, até porque esse tipo de receita a gente vê no Youtube. Mas a gente está aqui para mostrar que a universidade também é um espaço para eles. A verdadeira inclusão está em trazer essas pessoas para que se sintam bem-vindas e saibam que são capazes de estarem aqui dentro, e quem sabe no futuro estimulá-los a fazerem faculdade. E não só de Gastronomia, mas qualquer curso que eles quiserem fazer: ou um curso técnico, um curso profissionalizante, uma graduação. É para que possam ter autonomia, porque em conversa com os pais vimos que essa é a maior preocupação deles, o futuro de seus filhos. Então essas pequenas ações que a gente vai fazendo é para mostrar paras as famílias que a Unoeste também é um lugar para eles”, explicou ela.

Durante a oficina, os participantes puderam aprender técnicas de preparo de ovos de chocolate, desde o derretimento e temperagem do chocolate até a decoração e embalagem dos ovos, sob a supervisão atenta da Chef Mari Sato e sua equipe. Integrante da diretoria da AOP Down, a conselheira fiscal Thaiane Ferreirra, que é turismóloga por formação e já lecionou no curso de Gastronomia da Unoeste, disse não ter dúvidas de que a educação de qualidade só se pratica em um ambiente verdadeiramente inclusivo. Ela elogiou a iniciativa da Unoeste e em nome da entidade agradeceu a oportunidade pela atividade extramuro e que faz toda a diferença no atendimento prestado pela AOP Down aos seus assistidos. “A Unoeste se mostra um ambiente inclusivo e acolhedor, e isso é muito importante porque a importância dessas pessoas estarem aqui é elas entenderem que o lugar delas é onde elas quiserem estar. É importante que as famílias também compreendam isso. Quebrar a bolha cientes de que seus filhos têm potenciais, que podem sim no futuro fazerem uma faculdade”.

Foto: Emerson Sanchez Aos oito anos, Miguel participou da oficina ao lado da mãe Roseli; com ajuda dela, ele produziu seu próprio ovo de páscoa
Aos oito anos, Miguel participou da oficina ao lado da mãe Roseli; com ajuda dela, ele produziu seu próprio ovo de páscoa

Para a Thaiane, oficinas fora do ambiente da associação são de extrema importância porque capacitam e estimulam as pessoas com Síndrome de Down para o mundo. “A estrutura da Gastronomia da Unoeste já enche os olhos de qualquer um, todo mundo que vem aqui comenta que é uma estrutura realmente diferenciada. Com eles não é diferente. Eles ficam encantados pela limpeza, pela higiene, pelos vários laboratórios, cozinha quente, cozinha fria, confeitaria. Nós já estamos aqui pela terceira vez com eles. Na primeira, teve um churrasco com o Chef Ulisses. No Natal eles já haviam participado de um workshop de bolo de Natal e biscoitinhos natalinos. Agora pra Páscoa estão produzindo os ovos de chocolate. Faço até um apelo aqui para que outras empresas, assim como a Unoeste, também abram suas portas pra gente e proporcionem momentos como estes para nossos assistidos”, completou.

Experiências e pertencimento

O Miguel Vitor de Oliveira Santos, de 8 anos, participou da oficina e produziu ao lado da mãe seu próprio ovo de chocolate. O que encheu a dona Roseli de Oliveira Santos de orgulho. “É muito empolgante ver ele sair daquela rotina das terapias e estar aqui interagindo com outras crianças, outros pais. Ele fica muito feliz e animado. Eu como mãe, só tenho a dizer que ficamos muito felizes em poder ser recebidos tão bem pela universidade que é receptiva. Não tenho nem palavras para agradecer, fico até emocionada de ver toda essa interação do pessoal do curso [de Gastronomia] com a gente”, elogiou ela.

A Yone Renata Dias de Souza, de 25 anos, é uma das assistidas que também marcou presença na atividade. E a felicidade dela em estar ali dava para ver nos olhos e no sorriso que não sumia do rosto dela em nenhum instante. “A Unoeste é o lugar da minha aula preferida. Eu gosto de estar aqui com meus amigos”, dizia simpática. Questionada se fazer ovo de Páscoa era novidade, olha só o que ela respondeu. “Eu sei sim, aprendi com meu irmão. Eu já sabia, tá mais fácil pra mim”.

Considerado o assistido mais veterano da turma, o senhor Josias da Silva, de 55 anos, também gostou de participar desse momento doce e saboroso. “Eu gostei daqui, não sabia fazer ovo de Páscoa, ‘tô’ aprendendo”. Ao final da oficina, todos os participantes exibiram com orgulho os ovos de chocolate que produziram, compartilhando sorrisos e momentos de alegria, demonstrando que, através da educação e da convivência harmoniosa, é possível construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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