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Enfrentar para viver


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Você já ouviu falar em bolsa de colostomia ou ileostomia? Conhece alguém que utiliza ou utilizou uma bolsinha para coletar as fezes e gases através de uma abertura feita na parede do abdome? Um exemplo é o ator Luciano Szafir que passou a usar uma bolsa de colostomia após ter uma alça do intestino perfurada durante um tratamento por uma reinfecção da Covid- 19. 

É sobre isso que vamos conversar. Sobre as milhares de pessoas que possuem uma estomia intestinal, um assunto de extrema relevância para quebra do estigma que envolve o uso da bolsa e para que essa população seja amparada em suas necessidades sociais, emocionais e de saúde, para que possam conviver com a estomia com melhor qualidade de vida e tenham seus direitos assegurados conforme a Portaria 400, de 16 de novembro de 2009. 

Vamos entender um pouco mais sobre o assunto? 

A estomia intestinal é um procedimento cirúrgico, que pode ser realizado em caráter provisório ou definitivo. Consiste em uma abertura do intestino para o meio externo (parede abdominal), que permite promover o tratamento ou a cura de pacientes com traumatismo na região abdominal, doenças congênitas, doenças intestinais inflamatórias, patologias crônicas, câncer, dentre outras. Para coletar as fezes e gases que saem sem controle essas pessoas necessitam de basicamente uma bolsa coletora que contém uma parte adesiva que adere a pele circundante ao estoma. 

Mas o que isso traz de consequência para o indivíduo estomizado?

Em geral, as estomias salvam a vida da pessoa e oportuniza o tratamento. No início essa condição imposta é muitas vezes traumatizante, pois causa alterações significativas no estilo de vida, como: necessidade de cuidados com a estomia, adequação alimentar, mudanças no modo de se vestir, perda do controle das eliminações intestinais, alterações na imagem corporal e da autoestima além de alterações nas atividades sexuais, sociais, laborais e emocionais. 

O processo de enfrentamento frente a essas mudanças impostas pela estomização, depende das características individuais, do suporte social e das políticas públicas de saúde recebidas, necessitando de um tempo para se adaptar a essa nova condição, o que pode levar dias, semanas ou meses.

Muitas pessoas, por falta de informação, desconhecem essa temática, levando a julgamentos e atitudes preconceituosas com os indivíduos estomizados. O que nos leva a refletir sobre os padrões de saúde e beleza “impostos" pela sociedade.

É necessária uma rede de apoio para que esses indivíduos se adaptem adequadamente à doença, à colostomia e aos problemas que ela pode causar. Nesse sentido, a família, profissionais de saúde e amigos próximos são as principais redes de apoio para que se sintam acolhidos e pertencentes ao seu núcleo social, apesar da nova condição. 

Garantir os direitos à pessoa estomizada, auxiliar sua reinserção na sociedade e no trabalho, considerando sua condição de saúde atual, possibilitam melhor qualidade de vida, maior grau de independência, autonomia, participação social e dignidade humana ao usuário estomizado.

 

Elaine Negri é enfermeira e professora doutora no curso de Enfermagem da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) 

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