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ESTADO EM DESESPERO NO SÉCULO XXI


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Calma, não é sobre política. É sobre o papel e a função do Estado neste meio de século. Mas para entender, é preciso voltar no tempo...

Tudo começou no governo Collor de Mello, entre 1990 e 1992. Apesar de um período curto, foi protagonista da maior mudança social e econômica do Brasil no século XX: a abertura da economia para o mundo. À época, o presidente Collor repetia o feito de D. João VI: abrir os portos às nações amigas.

A ação provocou um verdadeiro efeito dominó, onde o primeiro dominó atingiu a indústria de forma avassaladora. Claro, com uma economia fechada, ninguém se preocupava em oferecer algo mais, bastando que fosse pouco melhor que o concorrente, que também não se dedicava muito com a competição.

Empresas emblemáticas de repente viraram história, pondo em pânico o meio empresarial, clamando por proteção. Mas já era tarde demais e a sociedade não recuaria. E assim foi para o próximo dominó: o setor de comércio. Menores preços, com custos elevados de operações, inviabilizaram negócios. E o estrago estava feito.

Anos depois foi a vez do setor de serviços colapsando e se adaptando com uma nova realidade: a internet e a portabilidade de comunicações revolucionou a prestação de serviços antes imutáveis.

No século XXI ocorreu o avanço sobre os serviços de utilidade pública, tipicamente estatais prestados por fundações ou organizações de economia mista. E aí começou a ameaçar os serviços públicos.

Hoje, nos deparamos com uma economia que preconiza o custo zero: aplicativos, serviços, produtos. Tudo precisa ser muito barato e competitivo, visando um mercado global. Empresas investiram em robotização, inteligência artificial, técnicas e ferramentas de última geração, para produzir em larga escala, com preços inacreditavelmente baixos.

E aí chegamos ao derradeiro dominó dos serviços públicos do Estado nesta década: prestar serviços a custos baixos ao cidadão. Na sociedade digital, não tem mais cabimento serviços públicos desnecessárias ou inúteis, que oneram o cidadão. 

Reduzir o Estado (federal, estadual e municipal), bem como os poderes (executivo, legislativo e judiciário), é o caminho inevitável para produtos e serviços privados serem competitivos globalmente.

Se Max Weber fosse reescrever a Teoria da Burocracia hoje, estudaria a Estônia e não a Alemanha.

Wilson Roberto Lussari é doutor e coordenador dos cursos de Gestão Comercial e Comércio Exterior do Núcleo de Educação a Distância da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista)

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