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“Violência doméstica” abre 38ª Semana de Enfermagem

Evento trouxe a Dra. Lucimara Fabiana Fornari, da USP, para abordar tema escolhido pelos próprios alunos


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Foto: Erika Foglia “Violência doméstica” abre 38ª Semana de Enfermagem
Dra. Lucimara Fabiana Fornari ministrou palestra sobre violência doméstica

“Atuação dos enfermeiros na assistência a mulheres vítimas da violência doméstica”. Este foi o tema escolhido pelos acadêmicos para a abertura da 38ª Semana de Enfermagem da Unoeste. O evento, que teve início na noite dessa quarta-feira (8), no Teatro César Cava, campus I, segue até a sexta (10), discutindo os desafios enfrentados pelos enfermeiros na sociedade atual.
 
De acordo com a coordenadora do curso de Enfermagem, Maria Nilda Camargo de Barros Barreto, os temas abordados durante as palestras, minicursos e mesas- redondas, foram todos escolhidos pelos alunos. “Os estudantes estão bastante reflexivos sobre a sociedade que estamos vivendo: questões emergentes, que dizem respeito diretamente aos enfermeiros. Precisamos falar sobre isso e sugerir propostas para o futuro. Achei uma demanda bastante madura por parte deles, com assuntos extremamente atuais e que terão resultados proveitosos durante a semana acadêmica”, conta.
 
Foi através dessa demanda dos próprios alunos que surgiu o tema da palestra de abertura, ministrada pela enfermeira e atual pesquisadora da área de Violência de Gênero da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Lucimara Fabiana Fornari. Para ela, a ideia principal da sua fala foi passar um panorama geral do que se trata a violência doméstica, como ela se expressa na sociedade e também entender como é provocada. “Geralmente não é algo que a mulher chega admitindo que é vítima, existe uma construção histórica do que é ser homem e ser mulher na sociedade. Meu objetivo foi mostrar aos participantes que o enfermeiro pode identificar as lesões fisicamente, mas também precisa entender em que contexto se estruturar para apoiar essas mulheres. Afinal, somente um curativo não as tiram da situação da violência, só trata a lesão. Mas, como fazemos para romper com esse ciclo? Precisamos enfrentar o problema de frente”, explica.
 
A pesquisadora salienta ainda que tratar deste assunto com acadêmicos de enfermagem, futuros profissionais, é fundamental, já que o enfermeiro é quem está na porta de entrada nos serviços de atendimento. “Hoje, ainda há um estigma muito forte sobre as mulheres que sofrem violência, muitos ainda as julgam com falas absurdas como ‘mulher apanha porque gosta’, isso intimida muitas delas a denunciarem uma situação. Cabe ao enfermeiro apoiar e acolher essas pessoas para que elas possam se expressar e para se sentirem seguras depois, no processo de enfrentamento. Além disso, o enfermeiro tem também a capacidade de prevenir sobre essas violências através de trabalhos com grupos de gestantes, por exemplo. É o profissional que atende diversos cenários, possibilitando atuar neste sentido”, diz.
 
Sobre a exposição cada vez maior do problema de violência doméstica e de que maneira as mídias têm ajudado na divulgação de programas de apoio e até mesmo de orientação de como denunciar, Lucimara acredita que seja muito favorável, pois muitas vezes as vítimas sofrem caladas e encontrar um apoio e uma identificação com outras mulheres acaba se tornando um conforto para elas. “A violência sempre existiu na história da humanidade, porém, as mídias sociais têm apoiado na divulgação do problema. A nova onda feminista, que está vindo, também tem colaborado neste sentido, dando ainda mais visibilidade. Vejo todo esse cenário atual muito positivo. O que temos que nos preocupar é de que maneira as mulheres estão sendo amparadas nos serviços, e é aí que entra a importância dos estudantes abordarem essa temática desde a formação, para que quando eles estiverem na comunidade atendendo, eles consigam ajudar essas vítimas a denunciar o problema”.
 
Para a estudante do 4º termo de Enfermagem, Izabella Silva Lemos, a escolha dos temas da semana acadêmica deste ano deu a ela ainda mais motivação para participar das atividades. “Me identifiquei muito, pois tenho interesse em me dedicar à área de parto humanizado, por exemplo, tema de uma das mesas-redondas. A programação está muito diversificada e as atividades nos darão a oportunidade de discutir assuntos que vão muito além da sala de aula”, conta.
 
Mesas-redondas
Como citado anteriormente pela acadêmica Izabella, nessa sexta, durante a manhã, estão programadas duas mesas-redondas com os temas “Parto Humanizado” e “Por que vacinar? Uma luta antiga nos dias atuais”.
 
Diversos profissionais da saúde foram convidados para participar das discussões, entre eles, o médico ginecologista Francisco de Assis Costa, um dos profissionais prudentinos que é adepto ao parto natural. De acordo com ele, a cesariana nos casos em que trabalha, é utilizada apenas como um mecanismo quando o parto normal dá problema. “Trabalho com parto de integração. Toda a minha equipe está alinhada para fazer o melhor para a gestante. Não aceito essa ideia da dor, não quero trazer sofrimento a esta mãe, quero apenas conscientizá-la sobre os benefícios dessa escolha. Falta informação a essas mulheres e é nisso que tenho trabalhado. O parto humanizado é tão emocionante e bonito que não pode ser estragado por uma cesariana. É com este olhar que falarei amanhã aos presentes”, salienta.
 
As mesas redondas terão início às 8h, no Teatro César Cava, e ainda há vagas disponíveis para participação. Mais informações na página do evento, no site da Unoeste.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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