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Pesquisa inédita no Brasil é publicada em periódico europeu

Produção científica de médicos de Prudente é voltada ao diagnóstico de pacientes com doenças raras, como alguns tipos de câncer


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Foto: Homéro Ferreira Pesquisa inédita no Brasil é publicada em periódico europeu
Larissa, Euribel, Pedro, Gabriela, Kethilin, Maisa e Tamires: no ambulatório do HR

Médicos de Presidente Prudente publicam em importante periódico europeu artigo científico de pesquisa inédita no Brasil, realizada com pacientes portadores de doenças raras, como alguns tipos de câncer. O médico infectologista Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, responsável pela condução do estudo, conta que o objetivo esteve voltado ao diagnóstico, considerando que quanto mais cedo os pacientes forem diagnosticados, melhor serão as suas evoluções com reposição mensal de imunoglobulina, devido a grande diminuição de anticorpos por causa dos medicamentos que produzem imunossupressão. Redução que deixa os pacientes extremamente vulneráveis a infecções. 

O infectologista explica que as imunodeficiências secundárias são deficiências do sistema imunológico devido a fatores extrínsecos que aconteceram durante a vida do indivíduo. “Elas são cerca de 30 vezes mais comuns que as imunodeficiências primárias ou genéticas, que o indivíduo já nasce com ela. Muitas causas podem induzir as imunodeficiências secundárias: alterações hematológicas (câncer de origem hematogênica) como o Linfoma Não-Hodgkin, Leucemia Linfocítica Crônica e Mieloma Múltiplo; doenças autoimunes como Síndrome Nefrótica, Lupus Eritematoso Sistêmico; desnutrição grave; doenças metabólicas; infecções crônicas e traumas graves”, pontua.

Perfil imunológico

“As imunodeficiências secundárias ainda podem ocorrer frequentemente pelo tratamento de tumores ou doenças autoimunes com medicações que produzem um enfraquecimento do sistema imune ou imunossupressão, especialmente os chamados ´biológicos´. Eles podem produzir uma grande diminuição de anticorpos deixando o paciente vulnerável a infecções graves e mesmo a morte. Portanto, além do tratamento do câncer ou de doenças autoimunes, é preciso que o médico fique atento a queda do sistema imunológico desses pacientes e ao grande risco de infecções”, alerta.

Com essa e outras pesquisas, Presidente Prudente vem se tornando um centro de referência para as imunodeficiências primárias e secundárias no oeste paulista. “Pacientes com essas doenças que residem aqui e em diferentes cidades da região são acompanhados por médicos de várias especialidades como hematologia, oncologia, reumatologia, pediatra, nefrologia, imunologia e infectologia e atendidos em diferentes centros médicos e nos diferentes consultórios de especialidades. O objetivo desse projeto foi estudar o perfil imunológico de pacientes do oeste paulista com essas doenças ou tratados com imunossupressores e que tiveram o diagnóstico de imunodeficiência secundária pela diminuição de anticorpos, com foco especial nas infecções causadas por esses tratamentos”, diz.

Hospital e consultórios

Na pesquisa foram estudados 20 pacientes, 10 que são acompanhados por diferentes especialistas e no ambulatório de Imunodeficiências e Infectologia do Hospital Regional (HR) Dr. Domingos Leonardo Carávolo, em Presidente Prudente, e os outros 10 pacientes que são acompanhados em consultórios das diferentes especialidades e em um consultório privado especializado. Junto a eles foram determinadas as características demográficas como idade, sexo, local de residência e os dados clínicos e laboratoriais como tipo de doença, duração do tratamento, marcadores imunológicos e as infecções que ocorreram durante o tratamento.

“Dentre os tumores hematológicos, o Linfoma não-Hodgkin foi responsável por 30% dos pacientes, a leucemia linfocitária crônica por 20% e o mieloma múltiplo por 15%. Pacientes com síndrome nefrótica representaram 25% dos pacientes. Uma diminuição do nível dos anticorpos foi detectada em 94,1% dos pacientes e 101 infecções ocorreram sendo 82.1% classificados como leves ou moderados, 7.9% como potencialmente fatais e 3.0% dos pacientes foram a óbito durante ou após o tratamento”, conta o Dr. Euribel. 

Relação dos pacientes

Esse estudo inédito no Brasil foi conduzido pelo infectologista com mestrado e doutorado em Imunologia, Dr. Euribel que tem um rico histórico de atuação nessa área. Em 2022 participou em Madri de workshop sobre diagnóstico e conduta de pacientes com imunodeficiência secundária, algo pouco conhecido de médicos não especialistas na área. Em 2023, esteve entre os organizadores do 1º Workshop de Imunodeficiências Secundárias do Oeste Paulista, com participação de 20 médicos de Prudente e região. Nesse encontro começaram a montar uma relação dos pacientes que culminou com a pesquisa e publicação do artigo. 

A produção científica, além do Dr. Euribel como coordenador do projeto vinculado ao Mestrado em Ciências da Saúde da Unoeste, envolve o médico pediatra e imunologista Pedro Henrique Meireles Vieira que é seu orientado nos Mestrado em Ciências da Saúde pela Unoeste; Paula Andreia Martins Carrilho, da Santa Casa de Presidente Prudente; Danielle Francisco Honorato de Barros Torelli e Jose Antônio Nascimento Bressa (hematologia), Ana Carolina Gomes Parizi (nefropediatria) e Fernanda Miranda Caliani Sá (reumatologia), da Unoeste e Hospital Regional.

Expressivo envolvimento

Também têm o envolvimento do médico imunologista Mauricio Domingues Ferreira, do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O trabalho foi publicado no importante periódico científico europeu Journal of Tropical Medicine and Infectious Diseases, com o seguinte título: Infectious Diseases and Secondary Antibody Deficiency in Patients from a Mesoregion of São Paulo State, Brazil. Publicação que pode ser acessada na íntegra pelo site https://www.mdpi.com/2414-6366/9/5/104

No Ambulatório de Imunodeficiência e Infectologia de Presidente Prudente, no Hospital Regional a atuação do Dr. Euribel envolve uma equipe e dentre os integrantes estão o médico Pedro Meirelles, as médicas residentes Maisa Mochi Davanço, Tamires Acorsi de Lima e Larissa Stelato Soares; e estudantes do curso da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp/Unoeste), como são os casos de Gabriela Taccaci Michelis e Kethilin Patrícia Gatti Corrêa.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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