Enfermeiro tem papel importante no parto humanizado
Palestrante promove reflexões sobre novo paradigma do enfermeiro obstetra

“Precisamos mudar a cultura de que o parto é uma experiência dolorosa. A tecnologia deve ser utilizada quando necessária, fora isso, tem que acompanhar riscos e a fisiologia do parto, e deixar que a mulher seja protagonista desse processo”. É com este conceito que a professora do curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina do ABC e da Universidade Paulista, Maria Inez Rosselli Puccia, encerra a XXXI Semana de Enfermagem da Unoeste. Doutoranda pelo Programa Interunidades em Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), ela foca o papel do enfermeiro obstetra na atenção ao parto humanizado, com reflexões sobre o novo paradigma desse profissional.
Segundo ela, as diretrizes governamentais estão em consonância com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Até 2015, o Brasil se comprometeu com oito metas, algumas voltadas à questão da mulher: igualdade de gênero; melhora na saúde das gestantes; redução da mortalidade infantil e das doenças emergentes e endemias, entre elas, o HIV/Aids – que tem a transmissão de mães para bebês. “Nesse cenário, todos os países membros da ONU [Organização das Nações Unidas] têm o compromisso de reduzir a mortalidade materna e infantil, principalmente àquela que acontece antes do bebê completar 28 dias – neonatal”, destaca.
Com as metas, a professora salienta que o Brasil deverá traçar uma agenda de mudanças, com ações, programas e projetos, que deem conta de recursos políticos e financeiros para que as instituições possam mudar esse cenário na saúde. “Há diretrizes, mas antes disso, precisamos atuar no fator humano, dos profissionais e estudantes”, pontua.
Parto Humanizado – O tema tem sido destaque no Brasil há mais de duas décadas. A palestra que encerra o evento da Unoeste promove uma reflexão do conceito. “O parto humanizado, que tem sido bastante abordado pela Enfermagem, é uma atenção voltada às necessidades particulares de cada mulher. Cada parto é um parto, não pode ser apenas um número”, destaca Maria Inez. De acordo com ela, a atenção deve ser voltada a cada pessoa, e o enfermeiro tem papel fundamental. “Ele tem um referencial teórico, próprio da profissão, que condiz com esta perspectiva, que é considerar o indivíduo como um todo, e todas suas subjetividades. Não só a doença”.
A professora sustenta a ideia de que o profissional deve fugir do modelo focado na tecnologia pura, e apenas adaptá-la conforme a necessidade de cada um. “Fala-se do parto desumanizado porque, atualmente, utilizamos excesso de tecnologia para mulheres de baixo risco, e usamos de maneira inadequada nos casos que realmente precisam dela. Tanto intervém que acaba produzindo outros danos”, explica. Afirma que cada vez percebe-se mais a necessidade do enfermeiro para manter a qualidade da atenção básica. Desta forma, o profissional deve estar em sintonia com as novas tendências. “Se focarmos muito em procedimentos, nas tecnologias duras, perdemos a oportunidade de conhecer realmente o nosso cliente, pensar num prognóstico. E a enfermagem precisa recuperar este espaço para constituir uma profissão mais firme e com autonomia”, assegura.
Ela salienta que a área materna e infantil é uma excelente oportunidade para o enfermeiro exercitar a reflexão sobre a humanização. “É onde começa a vida, e o profissional inicia este processo. É aí que temos que proporcionar para o ser humano um novo jeito de nascer. Para as mulheres, uma nova experiência de parto. E para isso, precisamos mudar esse conceito, já nos estudantes, para que eles possam dizer para as gestantes que pode ser diferente, sem sofrimento”, finaliza.
Ações de combate a dengue – Na tarde desta sexta-feira, integrantes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) de Presidente Prudente se reuniram com professores do curso de Enfermagem, no campus I, para avaliar os vídeos produzidos pelos alunos da graduação durante as ações de combate a dengue, que ocorreram na terça-feira, em diversos bairros da cidade. Susy Mary Sampaio foi uma das autoridades de Saúde presentes na avaliação. A diretora técnica da Sucen considera que a orientação passada pelos acadêmicos à comunidade “é importantíssima porque a área da saúde precisa ter formadores de opinião e multiplicadores para criar alternativas para a população colocar em prática ações que minimizem a problemática da dengue”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste