Função cognitiva de idosos é avaliada em estudo acadêmico
Acadêmica de Educação Física contribui para elaboração rápida e eficaz de cronograma de atividades físicas da terceira idade

Conforme o IBGE, a população acima de 60 anos cresce em velocidade três vezes maior do que a população adulta. Isso faz com que estimativas atuais projetem o Brasil, até 2025, ocupando o 6º lugar no ranking mundial dos países mais populosos em idosos de todo o mundo. Nesta época, prevê-se que 15% dos brasileiros estarão acima dos 60 anos.
Com este avanço etário é preciso tomar alguns cuidados para chegar à velhice em plena forma e disposição. Diante deste cenário, existem pesquisas voltadas para a qualidade de vida da terceira idade, como o trabalho intitulado originalmente “Cognitive function seems to mediate the perceived exertion during light and moderate handgrip performance?” (A função cognitiva parece mediar a percepção subjetiva de esforço na força de preensão manual de intensidade leve e moderada?), desenvolvido por Letícia de Mattos Oishi, acadêmica do 7º termo do bacharelado em Educação Física da Unoeste, sob a orientação do professor doutor Vagner Raso.
“Este estudo avaliou o nível cognitivo de 60 idosos através da escala de Percepção Subjetiva de Esforço (PSE). Em um primeiro momento, aplicamos o questionário denominado Mini Exame de Estado Mental (MEEM) e em seguida realizamos com o dinamômetro, testes de força de preensão manual”, explica Oishi.
Ela revela que o esforço destes indivíduos foi avaliado nas intensidades 4, 6 e 8 que significam respectivamente, 40, 60 e 80% de força. “O nível cognitivo destas pessoas influencia as avaliações dos estágios 4 e 6, entretanto, no estado 8 este aspecto não causou nenhuma interferência”, diz.
Oishi declara ainda que o projeto foi idealizado durante o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da licenciatura em Educação Física, sendo que através do bacharelado pretende reforçar a validação da escala de PSE, um método que poderá ser adotado durante a avaliação física de idosos. “Através deste procedimento, será possível a verificação rápida da percepção do indivíduo e elaboração de exercícios específicos para esta faixa etária. Além disso, quanto maior o número de pessoas analisadas, mais prestígio esta escala possuirá, por isso, pretendemos ampliar o número de participantes para 600”, acrescenta.
A educadora física, Elza Oishi Junqueira, 65 anos, esteve entre as pessoas avaliadas pelo projeto. “As atividades físicas contribuem diretamente com o nosso bem-estar e, por isso, esta iniciativa é de grande relevância, pois a mensuração eficaz da nossa capacidade é um dos critérios adotados durante a elaboração de um cronograma de exercícios”, afirma ela.
Raso observa que a pesquisa colabora significativamente com o embasamento acadêmico. “Este campo permite ao aluno a ampliação da sua perspectiva profissional, mas, sobretudo, ressalta a importância de como esta postura deve ser baseada em evidências e conduzida de modo criterioso”.
Além de Raso e Oishi, o professor do curso de Fisioterapia da Unoeste, Weber Gutemberg Alves de Oliveira e a pesquisadora Sandra Marcela Mahecha Matsudo também são autores do estudo.
Congresso – O trabalho “Cognitive function seems to mediate the perceived exertion during light and moderate handgrip performance?” será apresentado no 17th Annual Congress of the ECSS – European College of Sport Science (17º Congresso Anual do Colégio Europeu de Ciência Esportiva), que será realizado entre os dias 4 e 7 de julho, em Bruxelas, na Bélgica.
Raso relata que o evento é considerado o segundo mais importante do mundo na área. “Participar é algo considerável, pois causa um impacto positivo na vida acadêmica, assim como na profissão e postura pessoal. Muitas possibilidades podem surgir mediante a aprovação para integrar este congresso, que não são apenas relacionadas ao crescimento, mas à superação”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste