Indústria sucroalcooleira otimiza eficiência e reduz impacto
Utilização de subprodutos da cana oferece grande ganho ambiental que inclui a redução na aplicação de insumos



Neste quarto e último dia da Jornada da Ambiental 2012, entre os assuntos em pauta esteve o setor sucroalcooleiro relacionado à utilização de tecnologias, à otimização da eficiência e à utilização de subprodutos. Um setor considerado vilão da agressão ao meio ambiente, mas que tem buscado se redimir. A atuação do engenheiro ambiental é apresentada como fundamental para possibilitar a sustentabilidade nesta área em franca expansão, inclusive na região de Presidente Prudente. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo – só perde para os Estados Unidos e juntos representam 70% da produção global –, o maior exportador mundial e líder internacional em matéria de biocombustíveis.
Com foco nesse universo macro é que o professor Luís Eduardo Vieira Pinto desenvolveu, na tarde desta quinta-feira (10), palestra sustentada na utilização de subprodutos sólidos e líquido da cana-de-açúcar pela própria indústria do setor. Um deles é a vinhaça, subproduto que resulta da destilação e fermentação de matéria-prima no processo de fabricação de álcool. Rico em matéria orgânica com alto teor de potássio e quantidades significativas de fósforo, nitrogênio, cloretos e sulfatos. Utilizado na adubação, resulta em redução da utilização de insumos agrícolas produzidos por processos químicos. Existem ainda a torta de filtro, mistura de bagaço moído e lodo da decantação, e a biomassa para produção de energia térmica e elétrica, com a utilização do bagaço.
Vieira Pinto é professor da Unoeste nos cursos de Engenharia de Produção, Tecnologia em Agronegócio e Produção Sucroalcooleira. Também trabalha para o Centro Paula Souza. Entrou na Jornada para substituir a engenheira ambiental Jacqueline Souza que, por motivo de ordem maior, não pode responder ao compromisso. A outra palestra da tarde foi da engenheira ambiental Ana Carolina Correia de Oliveira, formada na Unoeste pela sétima turma, no final de 2010. Foi estagiária da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), trabalhou um ano numa empresa e atualmente faz mestrado na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) onde obteve aprovação para em breve trabalhar como professora da graduação. Sua palestra esteve voltada à importância da pós-graduação e falou também sobre as atribuições do engenheiro ambiental a quem “compete o desempenho de atividades referentes à administração, gestão e ordenamentos ambientais e ao monitoramento e mitigação de impactos ambientais, seus serviços afins e correlatos”, como diz a legislação do setor e elenca 15 atividades como opções de trabalho.
A Jornada teve como uma das vertentes oferecer ao aluno uma visão do amplo mercado de trabalho. O último de três minicursos, realizado na manhã desta quinta-feira, esteve voltado para o georreferenciamento com a utilização do Global Position System (GPS), o sistema de posicionamento global norte-americano. O professor do curso de Agronomia da Unoeste, José Gustavo Vieira, explicou que o GPS não é o único sistema neste segmento, pois existe um similar que é o Global Navigation Satellite System (Glonass), de origem russa.
O levantamento topográfico também pode ser feito com equipamentos tradicionais como teodolito e estação total. É uma atividade pertinente aos engenheiros cartógrafos e agrimensor, que serve para o engenheiro ambiental em casos de emissão de laudo ou busca de solução para erosão.
Balanço positivo – A frequência maciça dos inscritos avalizou o sucesso da Jornada. “Gostei bastante. Os temas desse ano foram mais relacionados com a nossa área. A organização foi muito boa. Sinto a satisfação dos colegas. A turma se manteve do começo ao fim, não se dispersou”, disse a aluna do 3º termo Angélica Marchetti de Oliveira. “Achei muito enriquecedora, tanto para quem está terminando o curso como para quem está começando. Enfim, para todos”, comentou Mayara Maezano Faita, aluna do 7º termo, membro da comissão organizadora e mestra do cerimonial.
“Do meu ponto de vista foi a melhor Jornada dos últimos três anos, desde que passamos a fazer somente a da Ambiental, separada das outras engenharias. Fica a tendência de aprimoramento a cada ano. Se fosse atribuir uma nota, ficaria entre 9 e 10”, disse a professora Leila Maria Sotocorno e Silva que integrou a comissão com as professoras Leila Maria Couto Sturaro e Isabela Marega Rigolin, os alunos Rodrigo Coladello, Mayara Faita, Lorrayne Mendes Marques, Marina Ramos Furlan Solina, Camila Dias Pinaffi, Carolina Guarizi Sanches Oliveira e Carlos Eduardo Rodrigues Bargulha, juntamente com o coordenador do curso de Engenharia Ambiental, Ivan Salomão Liboni.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste