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Experimento avalia demanda hídrica da soja no oeste paulista

O objetivo é estabelecer valores sobre a demanda de água em cada fase da cultura para orientar os produtores


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Foto: Homéro Ferreira Experimento avalia demanda hídrica da soja no oeste paulista
Experimento feito em caixa de drenagem, na Estação Meteorológica da Unoeste

Experimento em agrometeorologia é voltado para abastecer com informações relevantes os produtores de soja do oeste paulista. São levantados dados para dimensionar a demanda hídrica dessa cultura especificamente nessa região, o que serve de parâmetro para calcular a irrigação. Dados que serão compartilhados pela Estação Meteorológica da Unoeste através do Boletim de Pesquisa do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia, que oferta mestrado e doutorado e envolve em suas produções alunos da graduação inseridos em atividades práticas e em projetos de iniciação científica. 

Nos últimos dois anos, a nova gestão da estação adotou a postura de ir além dos registros de dados climáticos, para fazer estudos de interesse regional. Nesse período foram feitos estudos sobre estiagem, baixas temperaturas e caracterização climática da soja, dentre outros. Agora está sendo feito o primeiro estudo com a utilização do cultivo de planta em todas as suas etapas e o ciclo completo, para saber o quanto a soja necessita de água, no oeste paulista, ao longo dos estádios fenológicos; ou seja: as diferentes fases do crescimento e desenvolvimento das plantas.

Aula que virou experimento 

Conforme o responsável pela estação e professor da disciplina de Agrometeorologia no curso de graduação, Dr. Alexandrius de Moraes Barbosa, a ideia é o fruto de aula que virou experimento, pelo interesse de três alunos que estão concluindo o 2º termo: Eduardo Sanches Grandolpho, de Tupã; Jefferson Fernando Alves Cavalcante, de Martinópolis; e Antonio Carlos Silva Marchiori, de Presidente Prudente. O experimento começou a ser preparado em setembro, com análise do solo colocado em lisímetros (caixas de drenagem), seguindo os mesmos procedimentos de cultivo no campo.

Após ser analisado, o solo característico da região recebeu adubação e calcário, culminando com o plantio da soja no dia 21 de outubro; da variedade mais cultivada na região. A adubação seguiu os mesmos parâmetros utilizados pelos produtores: 8-28-16.  São quatro caixas de drenagem: duas com soja e duas com grama. Todas encharcadas semanalmente, o que tecnicamente é tratado como saturação do solo com água; para depois coletar a quantidade drenada. Por exemplo: se forem colocados 100 litros e cerca de duas horas depois a coleta for de 20, então foram perdidos 80 litros.

Foto: Homéro Ferreira Antonio Carlos, Eduardo, Dr. Alexandrius e Jefferson
Antonio Carlos, Eduardo, Dr. Alexandrius e Jefferson

Obtenção de valores regionalizados

As caixas com grama servem como padrão de referência para comparar a evapotranspiração, sendo que uma delas recebe água todo dia e serve de análise da evapotranspiração potencial (ETP). A outra caixa com grama, para evapotranspiração real (ETR), e as duas com soja somente recebem água por irrigação. Nos outros seis dias da semana apenas se chover, por estarem expostas aos efeitos do tempo. Outro detalhe interessante é que uma das caixas com soja tem palha para simular o sistema plantio direto, que ajuda reter água no solo; e a outra não, seguindo o sistema de plantio convencional.

O experimento prosseguirá até fevereiro de 2022, ao final do ciclo da soja, visando obter valores regionalizados sobre demanda hídrica da cultura, que ainda não existem na literatura científica agronômica, de tal forma que os produtores usam dados de regiões agrícolas de outros estados ou até mesmo de outros países. Algo que inviabiliza o uso da quantidade apenas necessária de água (nem mais e nem menos), por conta de que as condições climáticas e de solo são diferentes do oeste paulista.

Atenção aos recursos naturais 

Faz parte dos procedimentos encharcar a caixa de drenagem semanalmente, o que tecnicamente é tratado como saturação do solo com água; para depois coletar a água que drena. Por exemplo: se forem colocados 100 litros e coletar 20, então foram perdidos 80 litros na semana. No caso de previsão de chuva, o procedimento de saturação é realizado um dia antes. Conforme o Dr. Alexandrius, o termo final será a evapotranspiração de cultura (ETc) calculada pelo coeficiente de cultivo (Kc), com valores próprios para a cultura de soja no oeste paulista.

A previsão é a obtenção de valores de demanda hídrica também em outras culturas, as mais praticadas na região, como são os casos de feijão, amendoim, milho e algodão. Os produtores serão beneficiados ao calcularem as irrigações de suas lavouras, sabendo qual a demanda hídrica em cada fase da planta. “Em tempo de crise hídrica, a irrigação mais eficiente evita desperdícios dos recursos naturais”, pontua o professor em relação à sustentabilidade.  Os alunos estão empenhados e encantados na associação da teoria com a prática, alimentando o entendimento que esse e outros experimentos servem como diferencial acadêmico e para o futuro profissional.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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