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Pesquisador abre portas para trabalhos científicos no Egito

Passo inicial junto ao centro de pesquisa e desenvolvimento ocorre durante a conferência mundial sobre algodão


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Foto: Cedida Pesquisador abre portas para trabalhos científicos no Egito
Dr. Fábio Echer: participação na 7ª Conferência Mundial de Pesquisa do Algodão, no Egito

Ao participar da 7ª Conferência Mundial de Pesquisa do Algodão realizada no Egito, pesquisador vinculado à Unoeste abre portas para trabalhos científicos em colaboração e intercâmbios no Instituto de Pesquisa do Algodão (CRI) do país com a Unoeste. No evento realizado pela Associação Internacional dos Pesquisadores do Algodão (Icra) e Comitê Consultivo Internacional do Algodão (CAC), de 3 a 7 deste mês na cidade do Cairo, o coordenador do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia e professor da graduação na mesma área Dr. Fábio Rafael Echer, além de ampliar o network, moderou sessão, apresentou seis trabalhos e assistiu várias palestras. 

Considerando que o grupo de pesquisadores de algodão no mundo não é muito extenso, o pesquisador vinculado à Unoeste disse ter sido bastante representativo estar no evento dessa cultura praticada em cerca de 80 países. Institucionalmente a universidade está inserida em seleto grupo de fomento às atividades de pesquisa, ensino e extensão dessa produção agrícola. Fato que o Dr. Fábio classifica como grande marco. “São relações que começam a serem construídas e que levam tempo para ser firmadas e que podem impactar muito positivamente na formação dos nossos alunos e na colaboração internacional”, pontua.

Mediante agendamento prévio, assim que definiu sua participação na conferência, o Dr. Fábio foi recebido no CRI pela diretora de pesquisa Dra. Abber Samir Arafa e pela pesquisadora da área de fisiologia do algodoeiro Dra. Alshaimaa Ibrahim. O centro de pesquisa e desenvolvimento possui nove unidades no Egito, com a atuação de cerca de 400 pesquisadores, todos focados no algodão. A visita foi à unidade de Gizé, onde atuam 100 pesquisadores envolvidos em atividades de melhoramento genético. “A Dra. Alshaimaa é fisiologista e a gente espera estabelecer alguns trabalhos em parceria com ela”, prevê o Dr. Fábio.

Relevância mundial

“A Dra. Abber é responsável pelo Laboratório de Tecnologia de Fibras, onde tem vários equipamentos que auxiliam no processo de seleção de cultivares pelos melhoristas. A gente vê muita possibilidade de colaboração com eles para realização de trabalho em parceria e mobilidade acadêmica também. Vamos cultivar essa relação iniciada agora”, diz e conta que sobre o agendamento fez contatos com colegas de outros países para saber quem trabalhava em área similar a que atua na Unoeste e chegou à Dra. Alshaimaa; sendo que junto com a Dra. Abber foi possível conhecer os laboratórios e parte dos processos que usam no dia a dia.

Para contextualizar essa nova relação que está nascendo, o Dr. Fábio conta que na última safra foram cultivados cerca de 85 mil hectares de algodão no Egito, o que é pouco se comparado com o Brasil que cultivou 1,6 milhão de hectares. “A produtividade deles é 750 kg por hectare, enquanto a nossa é 1.750 kg. Porém, o algodão que eles produzem é de qualidade diferente, que é o famoso algodão egípcio. Em termos botânicos é de uma espécie diferente do algodão cultivado no Brasil. Lá eles cultivam Gossypium barbadense e aqui a gente cultiva o Gossypium hirsutum”, explica.

Ainda em termos comparativos, conta que a principal característica do algodão barbadense é de ser uma fibra mais longa e muito resistente. “Isso permite com que faça fios mais finos e isso dá origem a tecidos mais nobres. Eles conseguem atingir um nicho de mercado diferente e com precificação diferenciada. Em termos quantitativos, no mundo inteiro esse algodão de fibra longa representa de 1,5 a 2%, dependendo do ano. Os outros 98% são o hirsutum ou herbáceo que a gente produz no Brasil. Só que desses 2%, o Egito produz cerca de 1/3. Eles têm relevância mundial bastante interessante de participação no mercado de fibras longas”, diz.

Origem 8 mil anos a.C.

Do ponto de vista geográfico, comenta o seguinte: “A região de produção deles é no delta do Nilo; próximo de onde o rio desagua no mar Mediterrâneo. O rio nasce no coração da África e ao longo de quase 7 mil km vai levando resíduos orgânicos que ficam mais concentrados na região do delta, o que confere uma fertilidade natural muito grande para o solo. Isso é uma característica milenar. Existem registros de que o cultivo de algodão nessas áreas ocorre há cerca de 10 mil anos; portanto, 8 mil anos antes de Cristo. Um dos centros de origem do algodão é próximo dessa região, entre as penínsulas  arábica e da Somália”. 

“As terras são muitos férteis e são áreas irrigadas, pois 96% do território do Egito é deserto. Na região do delta do Nilo chove cerca de 200 mm por ano. O que não é suficiente para a produção de algodão. Então, há o complemento com irrigação, com  sistemas modernos de contenção de água para evitar que na época da cheia do Nilo tenha alagamento e encharcamento, porque isso prejudica a produção. Eles têm sistema modernos de irrigação e de drenagem, desenvolvido ao longo de séculos”, conta para, sem seguida, comentar sobre as relações comerciais entre Brasil e Egito.

“O Egito é grande comprador de carne, açúcar e alguns produtos à base de grãos. O Brasil compra matérias primas de fertilizantes e produtos agrícolas, tais como laranja, uva e alho; por acordos comerciais recentes. A gente entende que tem bastante espaço para aumentar a relação entre os países, principalmente porque o Egito é considerado o país mais rico da África. Eles têm bastante riqueza, incluindo minério; principalmente ouro. Têm renda bastante elevada com o turismo”, diz e apresenta o canal de Suez, entre os mares Mediterrâneo e Vermelho, como outra fonte de renda. Navios que não passam pelo canal, aumentam a viagem em 21 dias.

Grandes oportunidades

Por tudo isso, o pesquisador vinculado à Unoeste entende o Egito como um país com grandes oportunidades na área comercial e na colaboração de trabalhos científicos. Dentre outros contatos, o Dr. Fábio voltou a se encontrar com dois pesquisadores contemporâneos da época em que fez o seu doutorado sanduíche na Universidade do Arkansas, nos Estados Unidos, em 2012. O encontro foi com a Dra. Mathilda Pretorius, que está atuando na África do Sul; e com o Dr. Tyson Raper, do Instituto de Agricultura da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, onde fez palestra em 2018. 

A conferência encerrada no Dia Mundial do Algodão (7 de outubro) e o Dr. Fábio esteve entre os  autores dos seis trabalhos apresentados no formado de banner; sendo os demais: Ciro Antonio Rosolem, Carlos Felipe dos Santos Cordeiro, Thais Coser, Leonardo Soares, Leonardo Vesco Galdi, Bruno Senna e Silva, Elio Jesus La Torre, Daniel Rodela Rodrigues, Caroline Honorato Rocha, Gustavo Ricardo Aguiar Silva, Jorge Willian de Souza dos Santos, Camila Pereira Cagna, Cássio Antonio Tormena, Igor Freitas Silva e Ricardo Atarassi. 

As relações interinstitucionais formalizadas nos trabalhos são com a Unesp em Botucatu; Universidade Estadual de Maringá; Yara Fertilizantes Brasil, de Rondonópolis/MT; Cofco International - unidade de Potirendaba/SP; Solinfictec, de Primavera do Leste/MT; Grupo Três Coqueiros, de Sapezal/MT; Fazenda Belizário, de Riachão das Neves/BA.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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