Estudo busca colher soja e algodão no mesmo ano agrícola
Proposta para o oeste paulista pesquisa diferentes cultivares e ciclos de maturação de soja mais precoce, produtiva e rápida
Experimentos com diferentes cultivares e diferentes ciclos de maturação da soja, buscam encontrar a mais precoce, produtiva e rápida para dar mais de tempo de plantar algodão e ter as colheitas das duas culturas no mesmo ano agrícola no oeste paulista.
Parte dos experimentos foi apresentada no Tour GEA/Unoeste & Appa, siglas de Grupo de Estudos do Algodão, Universidade do Oeste Paulista e Associação Paulista dos Produtores de Algodão. Evento realizado na Fazenda Experimental da universidade.
Realização na tarde de sexta-feira (28) e que contou com as participações de envolvidos na pesquisa: alunos e professores; parceiros e produtores rurais; organizado pelo GEA que é liderado pelo professor doutor Fábio Rafael Echer.
Os outros dois professores doutores foram Maria Albertina Monteiro dos Reis e Carlos Sérgio Tiritan, diretor da Faculdade de Ciências Agrárias e coordenador do curso de graduação em Agronomia. Os três lecionam na graduação e pós-graduação.
Em área de três hectares da fazenda em Presidente Bernardes, os experimentos foram apresentados pelo mestrando Adenilson José de Souza juntamente com os graduandos Murilo Gonçalves Xavier, Igor Luciano Alves da Silva e Matheus Porlan Grosso.
A apresentação também envolveu o coordenador de desenvolvimento de mercado Guilherme Ribeiro Dantas, sediado em Londrina da HO Genética, empresa de melhoramento e que cedeu as sementes para os experimentos.
Pela Appa compareceram o engenheiro agrônomo Gerson José de Lara Junior e Marcela Guerreiro Wehrle, diretora executiva da entidade no distrito de Campos de Holambra, no município Paranapanema, na região administrativa de Itapeva.
Opinião de quem produz
Dentre os produtores rurais estiveram Edivaldo Pacheco dos Santos e o Junior, pai e filhos que tocam 850 hectares de lavouras, em terras arrendadas em Martinópolis, na região administrativa de Presidente Prudente, a capital do oeste paulista.
Eles são donos do Hotel Pacheco, em Santa Helena de Goiás (GO) e há oito anos tocam os arrendamentos para produzir algodão, mandioca e sorgo; e já fizeram rotação de algodão e milho. Utilizam dois pivôs centrais de irrigação.
Sobre o plantio da soja na fazenda da Unoeste, que tem um pivô central de irrigação, o Pacheco pai estima que poderá colhido de 60 a 65 sacas por hectare e destaca que às 2h da tarde a planta se apresentava bastante vigorosa, mesmo com o sol a pino.
“São experimentos interessantes que a gente acompanha e poderemos utilizar o que apresentar melhor resultado”, disse. O Dr. Fábio contou que a soja foi plantada no dia 17 de setembro, dois dias após o vazio sanitário.
Plantação feita sobre resíduos culturais de aveia utilizada com preocupação de conservar o solo para melhorar as características qualitativas. Feito o cultivo de inverno da aveia, se deu o plantio direto da soja.
O intuito de colheita da soja é para início de janeiro e ter janela adequada para o plantio do algodão com uma série de práticas agronômicas a serem implementadas, para fazer o encaixe em período de tempo, antes que comece a enfrentar frio a partir der maio.
“É um sistema aplicado no Mato Grosso, mas no oeste paulista demanda vários ajustes. É o que está sendo feito. Tradicionalmente, o algodão é plantado, na região de Prudente, a partir de outubro até o começo de dezembro, há mais de 120 anos”, pontuou.
Produção de modelo
“O que nós trazemos de proposta, olhando para a rentabilidade do sistema e o investimento em irrigação, é para proporcionar duas culturas rentáveis, consolidadas no sistema produtivo brasileiro”, explicou.
A intenção é de que o modelo possa servir como estratégia para melhorar a tolerância aos estresses, seja de calor ou de seca. Conforme o Dr. Echer, os dados são muitos preliminares e as avaliações ainda não apresentam a produtividade.
Os dados produzidos serão conhecidos no final de dezembro ou começo de janeiro. “Ainda é muito precoce dizer qual variedade irá produzir mais. Tem ainda uma segunda metade do ciclo para acontecer”, comentou.
As plantas já terminaram a emissão das vagens que agora serão enchidas de grãos; o que deve levar de 50 a 60 dias ainda. Após esse período, será feita a colheita e pesagem para ter os indicativos a serem divulgados.
“Um dos intuitos é recuperar o potencial de produção de algodão no oeste paulista, inclusive por agricultores que deixaram de cultivar, mas que têm afinidade com a cultura”; falou sobre a proposta dos experimentos voltada ao setor socioeconômico.
Para o Dr. Tiritan, os experimentos e o tour têm importância muito grande, por proporcionar a interação entre estudantes, professores e produtores: principalmente por conta da tentativa de desenvolver novos modelos de produção para a região.
“Tudo isso, especialmente nessa situação que tem a irrigação e com a esperança de que traga contribuição muito grande para os alunos, o que ajuda muito na formação; e para o setor produtivo do agronegócio no este paulista”, disse.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste