Recursos tecnológicos contribuem no aprendizado de autista
Estudo destaca a importância do processo colaborativo e a qualificação dos educadores para trabalhar com práticas inclusivas

Jogos e softwares desenvolvidos para conteúdos pedagógicos de forma interativa, chamados de objetos de aprendizagem (OA), são recursos tecnológicos importantes para aprendizagem lúdica das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A constatação é de pesquisa que utilizou Hagáquê; Scrapbook - a arte de decorar álbuns de fotografia; Fazenda Rived - um dia de trabalho na fazenda; Viagem Espacial - alfabetização; Auti-sim; Math Garden; Endless Alphabet e o Site Brainpop.
Pesquisa desenvolvida pela professora de sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) Renata Picoli Takamori Funada para a produção da dissertação no mestrado junto ao Programa de Pós-graduação em Educação, na Unoeste.
Os dados levantados e analisados apresentaram como resultado que os recursos tecnológicos podem ser usados junto aos estudantes com TEA, para melhoria da aprendizagem e do desenvolvimento, gerando benefícios.
A pesquisa do tipo etnográfica em educação contemplou a coleta de dados com fatos de observação vivenciados pela autora do estudo em sua rotina de trabalho de inclusão e respeito aos direitos de crianças autistas.
Habilidades cognitivas
São várias as reflexões nas considerações finais, que são síntese de tudo que foi estudado, incluindo ter ficado evidente que os jogos digitais podem ser criados ou adaptados para desenvolver habilidades cognitivas importantes.
Dentre as habilidades estão as sociais e comportamentais, desenvolvidas de maneira personalizada e interativa, incluindo a resolução de problemas, raciocínio lógico, memória e atenção.
Outro aspecto igualmente importante é o da colaboração, junto aos professores do atendimento especializado, dos professores regulares, família, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, entre outros profissionais.
São várias as reflexões que contribuem para políticas públicas nesse segmento, em especial para as escolas das redes públicas e em consonância com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPI).
Artefatos sociais
A autora do estudo defende que as tecnologias na educação não podem ser concebidas apenas como objetos ou ferramentas, mas enquanto artefatos sociais que se relacionam com os sujeitos no sentido de exortação da criatividade produtiva e da reflexão crítica.
A pesquisa e a dissertação com o título “Processos formativos e recursos para criança com autismo no atendimento educacional especializado” tiveram a orientação da professora doutora Elisa Tomoe Moriya Schlünzen.
Em recente defesa pública, o trabalho foi aprovado pelas avaliadoras interna Dra. Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos e externa (on-line) Dra. Cícera Aparecida Lima Malheiro, do Programa de Pós-graduação Inclusiva (Profei), da Unesp.
Renata Picoli foi aprovada para receber o título de mestre em Educação, acrescentando mais uma pós-graduação em sua formação, junto as seis em nível de especialização. Suas graduações são em história, tecnologia em gestão pública e geografia.
Sua proposta de estudo no mestrado foi sobre os recursos educacionais digitais para o desenvolvimento das crianças com TEA no Atendimento Educacional Especializado (AEE), em Sala de Recursos Multifuncional (SRM).
Partiu do entendimento de sua experiência profissional de que o uso de tais recursos de caráter pedagógico auxilia na melhora dos processos de ensino e de aprendizagem de Estudantes Público da Educação Especial (EPEE).
Prática pedagógica
Assim, a pesquisa teve como objetivo principal analisar a prática pedagógica do professor do AEE a partir da autoetnografia, direcionada ao desenvolvimento de atividades aplicadas junto a estudantes com TEA usando recursos educacionais digitais.
Pesquisa qualitativa e de natureza descritiva, configurada como um estudo autoetnográfico para descrever e analisar sistematicamente a experiência pessoal da pesquisadora sobre os potenciais destes recursos com os educandos autistas em SRMs.
A finalidade foi buscar compreender a experiência cultural e uso dos recursos para melhorar aspectos sociais e cognitivos dos aprendizes, a exemplo de autoestima, autoimagem, concentração e ganhos cognitivos.
Sendo assim, foram usados recursos tecnológicos, objetos de aprendizagem que são softwares desenvolvidos para apresentar conteúdos pedagógicos de forma interativa, possibilitando uma aprendizagem lúdica.
A produção científica de Renata Picoli foi elogiada na banca de defesa pública, pelo estudo e por sua experiência profissional de quem está sempre se aprimorando e tem, como parte do seu currículo, a produção de dois livros.
É autora de “Educação Infantil: o desafio da qualidade de ensino - Um estudo da rede municipal de creches numa cidade do interior paulista” (Atena, 2025); e “A importância e necessidade de formação dos professores com qualidade para o ensino fundamental e Médio” (Dialética, 2022).
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste