Curso resgata importância da cultura negra
“A Presença Africana na Cultura Brasileira” capacita docentes para difundir a cultura afro e sua contribuição para a história do mundo

Continua em andamento e segue até o dia dois de setembro deste ano, o curso “A Presença Africana na Cultura Brasileira III”, oferecido pela Faclepp (Faculdade de Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente), com o apoio da Facopp (Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente) da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). Em sua terceira edição, o curso tem como objetivo desenvolver metodologias para aplicação da Lei 10.639/2003, que tornou obrigatória a introdução da história africana e afro-brasileira no currículo escolar do país. Por meio da capacitação de docentes da rede pública e privada – dos níveis Fundamental, Médio e Superior – e alunos dos cursos de licenciatura, o curso prepara professores para ministrar aulas referentes ao tema afro-brasileiro.
As aulas – que tiveram início no dia 11 de agosto - ocorrem às sextas-feiras e sábados no anfiteatro do HU (Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo) e têm a presença de professores de renome, provenientes de instituições como USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Os participantes têm a oportunidade de aprender sobre a ideologia africana e sua percepção pelos brasileiros, o tratamento dispensado pela mídia ao tema afro, bem como o aprofundamento em técnicas de confecção de artesanato, artes, dança e música de origem africana.
De acordo com a professora Édima de Souza Mattos, da comissão organizadora do evento, a história dos negros sempre foi mal retratada nos livros didáticos: “Se houvesse uma melhor abordagem da cultura africana e sua contribuição na formação da cultura brasileira, o preconceito diminuiria. O que falta é um conhecimento maior da influência do negro na construção do nosso país”, diz a professora.
Ela ressalta que a Unoeste é pioneira na capacitação de professores para a implantação dessa lei, oferecendo aos seus alunos fontes seguras de conteúdo e metodologia de ensino. “Atendendo a pedidos, o curso está em sua terceira edição. Os professores são referência nesse assunto, garantindo o melhor aprendizado aos participantes. Além da teoria, eles se colocam à disposição para dúvidas, esclarecimentos, e também disponibilizam material didático para os alunos”, diz Édima.
“Berço do mundo” – A contribuição dos negros na formação de várias culturas, inclusive a brasileira, é pouco reconhecida pelas pessoas devido à má abordagem do tema nos livros de história. “De uma forma geral, os livros didáticos exaltam as descobertas dos brancos, negligenciando a contribuição dos negros na consolidação da história do mundo. Foram com os negros que os colonizadores aprenderam a cultura da metalurgia, os conhecimentos de culinária e remédios caseiros. Apesar disso, enquanto outras raças tiveram concessões de terras, os negros foram escravizados”, comenta a professora.
E as injustiças, como informa Édima, não param por aí: “O negro ainda carrega o estigma de ex-escravo. Hoje em dia há um preconceito velado pela sociedade, que se mostra em brincadeiras, piadas, tratamento da polícia. Razões históricas impediram o acesso dos negros ao bom estudo e isso perdura até os dias de hoje. O sistema de cotas, por exemplo, ao meu ver, seria a compensação dos 400 anos de escravidão, de serviço não remunerado”, comenta a professora.
Serviço – Mais informações sobre o curso podem ser obtidas pelo telefone: (18) 3229-1098, ou pelo email: faclepp@unoeste.br.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste