Técnicas incentivam aleitamento materno
Hospitais adotam práticas que estimulam amamentação desde o nascimento do bebê até o dia da alta; medidas reduzem mortalidade infantil

Teve início na última quarta-feira (1) a Semana Mundial da Amamentação no Brasil. Com o tema “Amamentação na primeira hora, proteção sem demora”, a iniciativa tem como objetivo capacitar profissionais que atuam em hospitais, clínicas e postos de saúde no incentivo ao aleitamento materno nas primeiras horas de vida do bebê. De acordo com os organizadores, a ação ainda visa apoiar as práticas que incitam o aleitamento materno como forma de reduzir os índices mundiais de mortalidade infantil.
No ranking dessas práticas, o método “mãe-cangurú” – também chamado de incubadora biológica - ocupa posição de destaque. Ao lado do exame pré-natal e da vacinação, foi reconhecido pelo Ministério da Saúde como uma alternativa eficiente e barata de salvar a vida de recém-nascidos prematuros e de baixo peso. Isso porque a técnica faz com que os bebês ganhem peso e imunidade sendo alimentados exclusivamente com leite materno. Devido à sua importância, o “mãe-cangurú” foi integrado ao quadro de políticas públicas de incentivo ao aleitamento materno e hoje é adotado em muitos hospitais brasileiros.
“Neste método o bebê permanece junto ao corpo da mãe envolto numa bolsa, como um cangurú, onde recebe calor e amor em tempo integral, mamando sempre que tem vontade. Dessa forma, ele engorda cerca de 25 a 30 gramas por dia, muito mais do que engordaria na incubadora. Além disso, ele fica mais calmo e dorme melhor sentindo a proteção e a segurança materna”, explica a pediatra Elza Akiko Natsumeda Utino, responsável pelo Departamento de Pediatria do HU (Hospital Universitário “Dr. Domingos Leonardo Cerávolo”), onde o método é adotado.
Segundo a pediatra, além das vantagens para a saúde física do bebê, a relação entre mãe e filho se torna mais intensa, pois a prática aumenta o vínculo afetivo e a confiança entre ambos.
“A duração mínima do ‘mãe-cangurú’ é de 40 minutos diários. Quanto mais o bebê ficar nessa posição, mais peso ele ganha e mais cedo irá para casa. A alta hospitalar só acontece quando o recém-nascido atinge o peso ideal, que deve ser superior a 2,5 quilos”, informa a médica.
Leito conjunto – Outra maneira de incentivar o aleitamento materno é o alojamento conjunto, sistema na qual mãe e recém-nascido sadio permanecem juntos no mesmo ambiente desde a saída da sala de parto até o momento da alta médica. Além de estimular o relacionamento precoce entre mãe e filho e facilitar o aleitamento materno já nas primeiras horas de vida da criança, o leito conjunto também diminui os riscos de infecção hospitalar para o bebê, como informa o pediatra Ricardo Castilho, do HU:
“O alojamento conjunto é vantajoso tanto para a mãe quanto para o recém-nascido, pois aumenta o vínculo afetivo entre ambos e possibilita que o bebê mame à vontade, sem restrições de horário. Por permanecer em contato direto com a mãe e suas bactérias 24 horas por dia desde o nascimento, o bebê adquire imunidade e desenvolve uma capa protetora na sua pele, que diminui os riscos de infecção hospitalar”, explica Castilho.
De acordo com o pediatra, além de um método de assistência, a técnica ainda tem um alto conteúdo educativo. “Por permanecer o tempo todo com o bebê, a mãe se sente motivada a aprender os primeiros cuidados. As auxiliares de enfermagem fazem o papel das professoras, ensinando, por exemplo, como cuidar do umbigo da criança, as técnicas de amamentação e a melhor posição do bebê junto ao seio da mãe. O objetivo é que a mãe saia do hospital sabendo todos os cuidados básicos com o recém-nascido”, diz o médico.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste