Consciência Negra: data é comemorada em Prudente
Exposição, palestra e workshop estiveram entre as atividades realizadas no mês de novembro

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, Presidente Prudente foi palco de uma série de atividades promovidas pelo Sesc Thermas, Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Secretarias de Cultura e Educação e o Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo.
Durante todo o mês de novembro, o especial Consciência Negra contou com exposição, palestra e workshop, com o objetivo de provocar uma reflexão sobre a diversidade étnica brasileira, os avanços, percalços e desafios em torno da promoção da igualdade racial e a conquista da cidadania plena.
A instalação da exposição MPB no dia 5, deu início a programação e pode ser conferida no Sesc Thermas até o último dia 30. Nela, constavam fotos de grandes nomes da MPB como Cartola, Luiz Gonzaga, Luiz Melodia, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Jorge Ben Jor, Djavan, Sandra de Sá, entre outros artistas renomados. A autoria das fotos é de Mario Luiz Thompson.
No dia 12, cerca de 200 alunos assistiram a palestra Direitos Humanos e Preconceito Racial, no Auditório das Acácias, no Campus II da Unoeste. A palestra foi ministrada pelo professor Ivair Augusto dos Santos, mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas e doutor em Sociologia pela UNB, que atua nas áreas de direitos humanos e antirracismo da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.
De acordo com a professora Édima de Souza Mattos, representante regional do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo, houve uma grande interação entre os participantes da palestra, motivados pelas dinâmicas desenvolvidas pelo doutor Ivair. No final, os universitários fizeram a leitura dos 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Foi uma verdadeira aula magna de Direitos Humanos e Cidadania”.
No dia 13, ocorreu o workshop Arte Afro - Dos Povos para os Muros. Os alunos da Emeif Rotariano Antônio Zacharias aprenderam as técnicas de pintura de mural e a diferença entre grafite e pichação.
Segundo a professora mestre Alba Lucena, coordenadora do Curso de História da Faclepp, a realização de eventos como a Semana da Consciência Negra é de extrema importância para toda a comunidade acadêmica, que teve a oportunidade de refletir em conjunto sobre vários assuntos que permeiam a realidade vivida pelo negro no Brasil e no mundo. “Temas como preconceito, direitos humanos, ética e políticas públicas necessitam cada vez mais de um debate apurado para que além da fala atinjam uma concretude nas relações humanas. Este é um desafio para nós educadores: trabalhar a convivência com a diversidade, no olhar ético que contempla o respeito pelo outro”, finalizou Lucena.
Acadêmicos do 7º termo da Licenciatura em Pedagogia da Faclepp (Faculdade de Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente), durante todo o mês de novembro, apresentaram um seminário sobre personalidades da cultura afro-brasileira na disciplina de História e Cultura Afro-Brasileira.
A professora Deize Denise Ponciano, responsável pela disciplina, explicou que a lei 10.639/03 tornou obrigatório o ensino da História da África e dos afrodescentendes no currículo escolar da Educação Básica. Sendo assim, procurando estabelecer uma temática interdisciplinar entre Literatura, Educação Artística e História do Brasil, a disciplina foi introduzida na grade de Pedagogia.
“Como ensinar o que não se conhece?”. Ponciano enfatiza que diante dessa pergunta a respectiva disciplina procura mostrar aos futuros professores a influência étnica e cultural africana na formação brasileira.
Para tornar o conhecimento ainda mais prático, Ponciano propôs o seminário que abordou os seguintes personagens: Machado de Assis, Martinho da Vila, Seu Jorge, Lazaro Ramos, Pelé e Michael Jackson (esse pela fama mundial). “Todos esses personagens tem papel transformador e relevante na valorização da cultura negra”.
Para a acadêmica Ana Masuda o trabalho criou a oportunidade de conhecer na prática, a história de artistas Afros, “o quanto sofreram com os preconceitos e quanto tiveram que lutar contra uma sociedade que pensa estar acima do bem e do mal. O compromisso deles através da música, da literatura, e da arte mostra que na etnia negra assim como na dos brancos, também tem pessoas inteligentes, cultas, honestas, e de muito valor humano. Foi uma luta difícil, conseguiram muitas coisas, mas tem muito a conquistar”, finaliza Masuda.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste