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Ensino problematizado consiste em alternativa transformadora

Modelo metodológico sustentado nos cinco passos do Arco de Maguerez pode revolucionar a sala de aula


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Foto: João Paulo Barbosa Ensino problematizado consiste em alternativa transformadora
Doutora Neusi Berbel durante a conferência de abertura do Enaens
Foto: João Paulo Barbosa Ensino problematizado consiste em alternativa transformadora
Seleto público prestigiou a conferência no auditório Azaleia
Foto: João Paulo Barbosa Ensino problematizado consiste em alternativa transformadora
Creste, Zizi, Angelita, Fátima, Darcy e Neusi


Aplicada como metodologia de ensino, o chamado Arco de Maguerez teve origem nos anos 1960 e se apresenta atualíssima. A estrutura compreende cinco etapas: observação do problema, pontos chave, teorização, hipóteses de soluções e aplicação. Em todas há o envolvimento dos atores do processo ensino e aprendizagem. A pós-doutora Neusi Aparecida Navas Berbel trabalha com a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez desde 1992, apresentada como proposta não curricular que pode ser aplicada em qualquer curso.

A teoria criada pelo francês Charles Maguerez aplica o ensino e promove a aprendizagem a partir da realidade. Foi implantada na formação para o trabalho de analfabetos originários de países africanos, que migraram para países em desenvolvimento para trabalhar em indústrias, usinas petrolíferas e na agricultura. A proposta era compreender conteúdos específicos do trabalho, a língua e a cultura do novo país. Da observação do real, seguia-se à maquete do objeto estudado, à discussão das teorias e à execução de outra maquete, para depois estudar o que tinham aprendido a partir da realidade.

O modelo que resultou em eficácia ganhou a adesão de estudiosos como o paraguaio Juan Díaz Bordenave e Adair Martins Pereira, autores do livro Estratégias de Ensino – Aprendizagem, publicado em 1977 e atualmente na 27ª edição. A pesquisadora brasileira Neusi segue a mesma vertente. Do ponto de partida que consiste na realidade, tudo é levado em conta, inclusive a subjetividade de cada um em relação ao real. O próximo passo é o recorte da realidade, para se ter uma delimitação que seja razoável. Em síntese, observa a realidade, identifica os problemas e os seleciona para um estudo de cada vez.

Na base esquerda da figura geométrica utilizada na teoria de Maguerez está a observação do problema. Logo acima, antes do início da curva, são dispostos os pontos chave, com os fatores e assuntos determinantes maiores do problema. No centro da curva aparece a teorização, que não é somente a teoria já elaborada e difundida, mas a busca de informações. É a investigação propriamente dita. Depois da curva, aparecem as hipóteses de solução, através das quais é permitido criar e ousar ao máximo, para sair do círculo vicioso e chegar ao virtuoso. Na base direita inferior está a aplicação, que é a prática.

“É uma prática transformadora, com o retorno do estudo à realidade. Ainda que não seja possível em todas, é importante que uma ou mais hipóteses sejam colocadas em prática, as exequíveis, a mais urgente ou necessária. É possível a ação transformadora da realidade em algum grau, mas, para isso, é preciso planejamento e execução da ação”, diz a doutora Neusi e questiona se tem diferença entre esse caminho pedagógico e a aula expositiva que oferece informações e depois cobra na prova. Ao enumerar dez características essenciais do referido caminho, afirma que para obter resultado é preciso aplicar as cinco etapas, nem mais e nem menos.

Experimento acompanhado pela pesquisadora revela a transformação ocorrida na disciplina de matemática, com o ensino de percentagem para alunos do ensino fundamental. A professora trabalhou visitas ao comércio local e também o reajuste de 8% no salário mínimo brasileiro. Num comparativo, as crianças constataram a disparidade em relação aos doces na cantina da escola, que de dez centavos a unidade passou para 15. O aumento de 50%, bem acima do reajuste salarial, provocou mobilização que resultou em redução nos preços dos doces. “Essas crianças aprenderam o que é percentual e jamais se esquecerão dessa experiência”, diz.

Professora vinculada ao Centro de Educação, Comunicação e Artes da Universidade de Londrina (UEL), a doutora Neusi proferiu na manhã desta terça-feira (23) a conferência de abertura do 9º Encontro Anual de Ensino Superior (Enaens) que ocorre dentro do Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, o Enepe 2012. O auditório Azaleia esteve superlotado, no campus II da Unoeste. Evento prestigiado pelos pró-reitores doutores José Eduardo Creste (Acadêmico), Zizi Trevizan (Pesquisa e Pós-graduação) e Angelita Ibanhes de Almeida Oliveira Lima (Extensão e Ação Comunitária), e pela coordenadora pedagógica da Unoeste, professora Aparecida Darcy Alessi Delfim.

Em nome da reitora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, Creste promoveu a abertura da conferência que contou com o cerimonial feito pelo assessor de Relações Interinstitucionais, doutor Antonio Fluminhan Júnior, e a logística proporcionada pela Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext), por meio da assessora de eventos acadêmicos Juliene Maldonado Orosco. Para o pró-reitor acadêmico, o desenvolvimento do tema Metodologia da Problematização no Ensino, na Pesquisa e na Extensão, numa alternativa transformadora, se adequou ao momento vivido pela Unoeste e se constituiu numa proposta capaz de revolucionar a sala de aula.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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