Pimenta jalapenho em plantio adensado pode produzir 50% mais
Semente imatura em repouso apresenta o mesmo resultado da que já atingiu o estágio natural de maturação



A engenheira agrônoma Nara Ricci produziu experimentos científicos sobre produção e a semente da pimenta jalapenho, variedade média-grande e de origem mexicana. O plantio adensado, com a aplicação de superfosfato simples, apresentou a produção 50% maior em relação ao cultivo tradicional. A semente imatura em repouso resultou na mesma qualidade da extraída do fruto maduro.
O cultivo experimental a campo promoveu o adensamento com 25 centímetros entre plantas e 1 metro entre linha, ante o convencional que é de 35 por 1. Houve a aplicação de superfosfato simples para compensar a maior população de plantas. A aposta em obter bons resultados foi no fósforo como o nutriente que mais influencia na produção de grão de feijão, já que não havia pesquisa com pimenta.
A maior quantidade de plantas por área resultou em produtividade. Houve o aumento de 50%, comparado ao cultivo usual. O que representa um salto de 30 mil para 45 mil toneladas por hectare. A produção média foi de 19 frutos por planta, com o peso médio de 30 gramas por fruto. Os resultados são relacionados à primeira colheita. Ficou provado que o adensamento é viável, conforme a pesquisadora.
Na outra experiência, buscou-se a averiguação se a semente imatura deixada em repouso poderia atender à mesma condição do fruto maduro. A constatação foi positiva. “Não é preciso mais de uma colheita dos frutos somente maduros. Pode ser feita uma única colheita com os frutos em diferentes estágios. É que a semente imatura terá a mesma qualidade da extraída do fruto maduro”, explica a orientadora da pesquisa, a doutora Ana Cláudia Pacheco Santos.
O tempo de repouso foi de 28 dias. As sementes resultaram em ótima capacidade de germinação, sem distinção. Colher os frutos em diferentes estágios e deixá-los em descanso em ambiente fechado e coberto eliminam problemas de intempéries como chuva de granizo e estiagem. É um ganho com segurança para o produtor. Os resultados de ambos os experimentos tornaram-se públicos durante a banca de defesa de Nara no mestrado em Agronomia, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste, realizada na tarde desta quinta-feira (4).
Nara foi aprovada e recebeu elogios da banca em que a orientadora teve ao seu lado o pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) doutor Nobuyoshi Narita e o pró-reitor acadêmico da Unoeste e professor dos programas stricto sensu na área, doutor José Eduardo Creste. Entre várias considerações e arguições, foi dada notoriedade ao alcance social da pesquisa, com focos na produção de alimento e na questão ambiental.
Para Creste, a crescente necessidade mundial da produção de alimentos – diante do aumento vertiginoso da população e que chega a 7 bilhões de pessoas – requer altos índices de produtividade, cada vez maiores. Plantio adensado, regra geral, possibilita produzir mais numa mesma área. Com o adensamento, evita-se a derrubada de matas para expansão de lavouras.
Os avaliadores estimularam as publicações dos resultados das pesquisas em revistas científicas. A orientadora fez convite à Nara Ricci para que faça o doutorado no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste, levando em conta o histórico de que também a orientou no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), na graduação. Nara é de uma família de empresários rurais de Anhumas (SP) e já lecionou para o Centro Paula Souza, na Etec de Teodoro Sampaio (SP).
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste