Portfólio contribui para a formação reflexiva de professor
Experiência na educação física tem o aluno como autor de sua própria história de formação profissional



A professora de educação física Noeli Cristina Alvim adotou o portfólio como instrumento de avaliação de seus alunos no curso de nível superior, desde 2007. Ao ingressar no mestrado em Educação da Unoeste no começo do ano passado, optou em pesquisar os resultados dessa prática de avaliação, empregada na formação reflexiva de professores de educação física. Encontrou excelentes resultados derivados do fato de que o aluno se torna autor de sua própria história de formação profissional.
De uma turma de 64 alunos, elegeu 20 para formular a pesquisa, iniciada no começo de 2011, e transformada na dissertação do mestrado. Resultado prévio da investigação científica foi apresentado em junho deste ano na Universidade do Porto, em Portugal. O resulto final foi conhecido sexta-feira (19) durante a defesa pública da dissertação que resultou na aprovação para receber o título de mestre junto à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.
Na condição de convidado para compor a banca, o doutor Alberto Albuquerque Gomes, do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação do campus da Unesp de Presidente Prudente, solicitou cópia da dissertação para mostrar aos seus orientandos. O que demonstra a qualidade do trabalho e valoriza a pesquisa desenvolvida na Unoeste. Também estiveram na banca e enalteceram a boa qualidade do trabalho as doutoras Tereza de Jesus Ferreira Scheide e Helena Faria de Barros (orientadora), que sugeriu a publicação de artigo em revista científica.
Formada na turma de 2005 das Faculdades Esefap, no município de Tupã (SP), Noeli leciona na mesma instituição. Na condição de professora optou pelo mestrado em educação e conta que a escolha pela Unoeste recaiu sobre o quadro de professores, de alto nível. A escolha em pesquisar resultados na aplicação do portfólio derivou do fato que já aplicava essa ferramenta como meio de avaliação formativa, considerando algumas características de verificação do rendimento no aprendizado medido pelo professor e o progresso do aluno que atua ativamente em sua aprendizagem.
Os procedimentos adotados levam em conta o futuro professor no ambiente escolar. Há uma prática de ensino, na qual o estudante de educação física vai para a escola de ensino fundamental e tudo que observa de importante relata no portfólio. “O fato mais marcante da pesquisa é a comprovação de que o uso do portfólio para formação reflexiva demonstra sua propriedade quando o futuro professor se torna autor de sua própria história. O portfólio é uma autobiografia”, disse Noeli.
Sua pesquisa, por ser qualitativa, não requeria a totalidade de alunos, embora todos sejam avaliados por portfólios. Os 20, cuja produção se tornou objeto da pesquisa, constou de 50% com desempenho entre oito e dez, sendo que a outra metade teve desempenho dentro da média 7. “O portfólio oportuniza mais o crescimento do aluno que o rendimento em nota. Cada desempenho representa a formação dele. Através de relatórios são apresentados todos os acontecimentos da escola”, contou.
A partir da constatação da realidade da escola, o futuro professor desenvolve um projeto que atenda necessidades específicas. Exemplos citados são os da necessidade de trabalhar a questão da obesidade num percentual significativo de adolescentes e o de encontrar meios para combater o bullying. Como é o próprio estudante universitário que levanta problemas e pensa em soluções, tudo fica registrado em sua memória e anotado no portfólio, onde no relatório final descreve suas experiências e o que elas proporcionaram no seu preparo profissional e até mesmo para sua vida pessoal.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste