Alunos de Fisioterapia aplicam ressuscitação cardiopulmonar
Técnica ajuda a salvar vida de quem acaba de sofrer parada cardiorrespiratória



Os estudantes de Fisioterapia aprendem noções básicas de pronto-atendimento. Um dos conhecimentos transmitidos a eles, pelo professor Flávio Danilo Mungo Pissulin, é sobre ressuscitação cardiopulmonar, técnica para reanimar quem acaba de sofrer uma parada cardiorrespiratória. Por meio de disciplina no 2º termo, o docente ensina técnicas para rápida avaliação do paciente e mostra qual conduta deve ser tida prontamente.
Durante estágio no Hospital Regional (HR), Fernando Zandonadi, do 3º termo, presenciou uma parada cardiopulmonar. “Os profissionais fizeram as técnicas de ressuscitação e a pessoa voltou”. Apesar de ter sido espectador no episódio, o acadêmico está preparado para salvar vidas e dá importância a isso. “Em qualquer lugar posso ajudar quem precisa de socorro”. Pissulin considera que saber colaborar em situações parecidas com a que o universitário viu é válido desde o início da graduação, pois “desde os primeiros termos os alunos têm contato com pacientes, primeiro nos estágios de observação e depois nos estágios de avaliação e tratamento”.
Para agir na prática, a teoria foi passada a Zandonadi e aos colegas de classe dele, “para falar das regras de como deve ser aplicada a ressuscitação”, endossa Pissulin. Os procedimentos a serem feitos estão nas letras ABCDE, como estipulam as diretrizes atuais da American Heart Association. E o professor as explica: “A” se refere às vias aéreas (airway); “B”, respiração (breathing); “C”, circulação (circulation); “D”, funções motoras e neurológicas (disability); e “E”, exposição do paciente, quando necessário (exposition). Se por perto houver, é recomendado o uso do desfibrilador automático – dispositivo de estímulo elétrico para os batimentos cardíacos retornarem.
O fisioterapeuta diz que as etapas primordiais ao suporte básico de vida estão na ordem CAB. Ou seja: caso não se detecte, na vítima, a pulsação carotídea (verificação de batimentos cardíacos pelo pescoço), primeiro são feitas as compressões torácicas, a chamada massagem cardíaca. Depois, abrem-se as vias aéreas e intercala-se com respiração boca a boca ou com auxílio do ambu, aparelho respirador manual presente em clínicas e hospitais. Se houver sucesso na intervenção haverá recuperação das funções do coração e do pulmão. “A precocidade no atendimento é fundamental para o paciente ser salvo. Toda vez que a reanimação é feita em até cinco minutos após a parada há mais chances de sobrevivência. Depois disso, o risco de óbito é maior”. Mesmo com a rapidez no atendimento, alguns tipos de paradas são irreversíveis.
A prática de ressuscitação cardiopulmonar é simulada na Clínica de Fisioterapia da Unoeste. De acordo com a coordenadora do local, Renata Aparecida de Oliveira Lima, “essa atividade estabelece um procedimento ideal dentro da clínica, no caso de uma parada cardiorrespiratória em qualquer paciente, independentemente do setor onde está sendo atendido”. Ela conta que os alunos são orientados a realizar primeiros socorros, avisar o professor responsável e comunicar o resgate “em tempo para a sobrevivência do paciente e também evitando o máximo de intercorrências”. Na clínica da Unoeste há material básico para o procedimento, cilindros de oxigênio, máscaras e ambu em todos os andares e ambu pediátrico na ala correspondente.
Curiosidade – A parada cardiopulmonar tem causas variadas, segundo Pissulin. Pode estar relacionada a problemas neurológicos, pulmonares, cardíacos, politraumatismo e infecções (choque séptico, por exemplo). Para revertê-la, as técnicas de ressuscitação cardiopulmonar são empregadas desde 1740, segundo conta a American Heart Association. Naquele ano, a Academia de Ciências de Paris (França) recomendou oficialmente a respiração boca a boca para vítimas de afogamento.
Serviço – Vale ressaltar que há técnicas e frequências a serem respeitadas durante a ressuscitação. Portanto, leigos que não têm treinamento prático no procedimento não devem realizá-lo. Nessa situação, o indicado é imediatamente acionar os serviços de urgência (socorro dos bombeiros pelo número telefônico 193) ou emergência (telefone 192 para ambulância). Para suporte avançado à vítima, a presença médica é indispensável.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste