Experimento busca definir melhor época do plantio da canola
Pesquisa desenvolvida na Unoeste pode contribuir para que São Paulo adote produção em larga escala



Quais as épocas adequadas de plantios da canola para genótipos de ciclo vegetativo precoce e de ciclo vegetativo tardio? A resposta é buscada em pesquisa desenvolvida no Campo Experimental Agrícola da Unoeste. Ao mesmo tempo, o experimento contempla à proposta de cultivo da oleaginosa em regiões de clima tropical, sendo ela originária de países de clima temperado. É uma pesquisa que pode contribuir para que o Estado de São Paulo seja um produtor em larga escala dessa cultura atualmente com produção predominante no Rio Grande do Sul e Paraná.
O trabalho feito no campus II da Unoeste segue as recomendações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e se integra ao conjunto de experimentos do principal pesquisador do Brasil neste segmento, o engenheiro agrônomo PhD Gilberto Omar Tomm, da Embrapa-Trigo, em Passo Fundo (RS). Não é a primeira vez que a universidade oferece sua contribuição. O desempenho agronômico na região, com 12 diferentes cultivares, já contou com dois experimentos voltados para adaptação ao clima e resistência à doença canela-preta.
O atual experimento, do ponto de vista prático, começou em 27 de abril deste ano, quando do primeiro de nove plantios em épocas diferentes. Os espaços entre um e outro são de 15 dias, sendo que o nono plantio está programado para o dia 17 de agosto. São empregados dois genótipos de canola, o Hyola 61 e o Hyola 433. Para cada um dos nove canteiros são feitas quatro repetições, sendo 36 para cada material, perfazendo o total de 72 canteiros de 14 metros quadrados cada.
Concluídas as etapas de plantio, dentro de minuciosos padrões como o de espaçamento de 35 centímetros entre as linhas e a média de cinco centímetros de uma semente para a outra, serão feitas oito ações diferentes. Haverá a apuração de quantas plantas por metro linear, a data de emergência para saber a germinação mais rápida, início de fim da floração, data da maturação em relação a mais precoce e a mais tardia, altura da planta, produção em gramas colhidas por 14m² com aplicação da regra de 3 a ser convertida em produção por hectare, teor de umidade dos grãos e peso da matéria seca.
Ao final será possível uma série de informações de interesse para a disseminação dessa cultura em regiões de clima tropical, no que se inclui o interior paulista. Com a produção em maior escala no Brasil, seria reduzida a importação dos países de clima temperado. “O óleo vegetal de canola é um dos que tem melhores características nutricionais, somente inferior ao azeite de oliva”, explica o orientador da pesquisa, doutor Antonio Fluminhan Júnior, sobre o interesse do consumidor para o óleo dessa espécie.
“Falta pesquisa que assegure o bom desempenho da cultura de canola em São Paulo”, diz o professor, numa referência de que a Unoeste pode contribuir para a adoção do cultivo em propriedades paulistas. O estudo feito no Campo Experimental Agrícola serve de embasamento ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do aluno de graduação em Agronomia, Felipe Luiz Alves Greter, que é de Rancharia. Ele se manifesta satisfeito com o andamento da pesquisa e comemora a nota nove na apresentação do projeto em forma de pôster.
Greter se interessou pela canola no segundo termo do curso, quando acompanhou a primeira experiência, sendo que na segunda ele esteve envolvido. Agora, tem a colaboração de três alunos do segundo termo, que são Rodrigo Carlos de Pádua, de Presidente Prudente, Rafael Pasquali, de Paranavaí (PR), e Fernando José Vasconcelos Soares, de Nova Andradina (MS), que no sétimo plantio, feito na manhã desta sexta-feira (20), esteve acompanhado de seu pai o agropecuarista Fernando Lemes Soares, filho do ex-prefeito prudentino Walter Lemes Soares.
Um fator importante é a polinização por abelhas para a formação de sementes das quais se extrai o óleo. No plantio objeto da pesquisa ocorre esse fenômeno em que a espécie Apis mellifera, a mais comum das Américas, provoca o aumento da produtividade (índice de produção por unidade de área) da canola. As sementes utilizadas pelos alunos da Unoeste são de procedência australiana, onde ocorreu o desenvolvimento de cultivares Hyola, um conjunto de variedades obtidas a partir do melhoramento da colza (de origem europeia), a qual foi submetida a um programa de seleção no Canadá para níveis menores de ácido erúcico e de glucosinolatos, e batizada com o nome de canola – Canadian Oil, Low Acid.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste