Acadêmico de Medicina prepara-se para atendimento familiar

Após foco na abordagem ao indivíduo, durante o módulo I da disciplina do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (Papp), os alunos de Medicina da Unoeste concentram-se no atendimento familiar quando passam pelo segundo semestre do curso. Nas aulas teóricas e práticas, aprendem sobre composição dos núcleos familiares e, junto às equipes das Estratégias Saúde da Família (ESFs), onde estão mais ativos e independentes, executam medidas que se destinam a reduzir os riscos que possam afetar os lares e, mais diretamente, os moradores.

Para descobrir o panorama de fragilidades das famílias, os universitários aplicam a escala de risco familiar, um método que aponta se os riscos de saúde, sociais, físicos e educacionais enfrentados são de menor ou maior grau. Os determinantes do estudo avaliam, segundo a professora Maria Rita Guimarães Maia, coordenadora do Papp II, as condições de moradia e se há pacientes analfabetos, desempregados, acamados, cadeirantes, usuários de droga, idosos e recém-nascidos. “Conforme o risco, a família necessita que os alunos priorizem a visita domiciliar”, complementa a docente. Todos os itens são tabulados para criação de estatísticas que facilitem a atuação dos futuros médicos.

No 2º termo há intensificação das visitas familiares e dentre tudo o que o estudante Gabriel de Souza Mota, 19, tem aprendido, ele destaca a humanização na forma de tratar os pacientes. “É muito importante a universidade permitir, desde o 1º termo, o contato bem próximo com a prática, fazendo com que o aluno conheça todos os mecanismos das unidades de saúde, porque nós poderemos ser futuros profissionais delas”. Sulamita Gandia Gregory, professora colaboradora do Papp e médica da ESF do Jardim São Pedro, concorda. “É maravilhoso a universidade fazer com que os acadêmicos entendam o que é trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS), é o que o Ministério da Educação preconiza. E eles vêm com ideias novas para as ESFs, isso vem a somar”.

Um dos professores de campo, André Luis Silvestre, salienta que o vínculo de discentes com os médicos das ESFs é fundamental para mostrar o comprometimento do profissional com a comunidade. Ao espelhar-se nessa realidade, cada aluno adota uma ou duas famílias e as assiste em todos seus aspectos, o que “melhora o conhecimento prático, mas principalmente contribui para que possa compreender com quem ele vai trabalhar futuramente, porque geralmente a maioria dos profissionais de Medicina inicia trabalhando em ESFs e postos de saúde”, sustenta Silvestre.

Também no Papp II os graduandos estreitam relações com as unidades do Centro de Referência e Assistência Social (Cras) e assimilam diversas informações, como do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, que, entre outros objetivos, serve para seleção de famílias que serão vinculadas ao Programa Bolsa Família. Essa aproximação com a assistência social “traz de maneira mais clara para o estudante a importância dos Determinantes Sociais de Saúde relacionados ao Mapa da Exclusão Social em Presidente Prudente”, ilustra o professor doutor Alex Wander Nenartavis, coordenador do Papp. Após os esclarecimentos, os alunos identificam se as famílias estão ou não cadastradas, como modo de terem mais uma ferramenta de identificação das necessidades de saúde e sociais das casas.

Saiba mais - Conheça os demais módulos do Papp: I, III, IV e V.