Produção rural que respeita a natureza gera bons resultados
Atuação em conjunto resulta em benefícios, e parceria universitária proporciona respaldo nos empreendimentos



O debate de questões ambientais passa necessariamente pela produção no campo e práticas simples que rendem bons resultados social e econômico, ao mesmo em que contempla a sustentabilidade. É o que foi apresentado durante a manhã desta terça-feira (10) na primeira de três mesas redondas do 6º Fórum Regional de Meio Ambiente da Unoeste, evento que integra o Enepe 2013 – Encontro de Ensino Pesquisa e Extensão. O foco dado à pecuária leiteira sustentável mostrou que a produção rural que respeita a natureza gera bons resultados, que a atuação associada de produtores resulta em benefícios, e que a parceria universitária permite segurança em novos empreendimentos.
No fórum com o tema “Identidade profissional, interdisciplinaridade e desenvolvimento sustentável”, a mesa redonda de hoje, no auditório Primavera, foi aberta com a fala do engenheiro agrônomo Joel Martines de Oliveira, supervisor do Grupo Técnico de Campo (GTC) da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), no escritório de Presidente Bernardes, cidade onde existem seis assentamentos da reforma agrária. “Nos assentamentos a pecuária leiteira tem uma importância muito grande”, afirmou para apresentar o Pastoreio Racional Voisin, um sistema de manejo de pastagem que utiliza a divisão da área em várias parcelas, tornando a produção autossustentável.
Um sistema de caráter perene, sem a necessidade de reformas das pastagens e sem utilizar insumos artificiais de alto custo. Uma prática desenvolvida pelo francês André Michel Voisin e difundida no Brasil por Humberto Sorio. “Antes da carne ou do leite, o criador de gado precisa ser um excelente produtor de capim”, disse Oliveira que mostrou em detalhes os bons resultados encontrados em propriedades de agricultores familiares, incluindo uma que é conduzida por três mulheres: mãe e filhas. O manejo é fácil, a estrutura é barata, o animal fica bem alimentado e o solo se mantém fértil.
O presidente da Associação de Produtores Rurais de Agissê, no município de Rancharia, Leonildo Moreira foi o segundo expositor do fórum. Contou sobre a experiência associativa voltada à organização da produção e comercialização do leite. Falou que a associação surgiu da necessidade dos pequenos se imporem num mercado em que os grandes, donos de maiores rebanhos e produções, eram privilegiados pelos laticínios com os melhores preços. “Quando os pequenos se organizam, se tornam grandes. Não é só na questão da comercialização, mas na participação em políticas públicas”, afirmou.
No momento a associação está empenhada em novo empreendimento que é pasteurizar o leite para poder participar de programas sociais, pelos quais os governos adquirem produções familiares de alimentos destinados à merenda escolar e afins. Moreira disse que para viabilizar o pasteurizador de leite e fábrica de iogurte, busca recursos do Programa Microbacias II, desenvolvido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por intermédio da Coordenadoria de Assistência Integral (Cati). Para isso a associação conta com o suporte da empresa Facic Jr, dos cursos de Administração, Gestão Comercial e Ciências Contábeis da Unoeste.
Ao final das explanações, houve o debate conduzido pelo professor do curso de Zootecnia da Unoeste, Pedro Luiz Fiel Rinaldi, juntamente com o engenheiro agrônomo da Cati, Roberto Yassuo Shirazaki. O fechamento foi feito pelo professor e pelo coordenador do curso de Agronomia, Edemar Moro e Carlos Sérgio Tiritan. “As soluções existem, mas é preciso que sejam aplicadas”, sintetizou Moro. “Respeitar o meio ambiente é tudo. Enquanto existir vida, haverá necessidade de alimento, vegetal ou animal”, disse Tiritan.
Para a coordenadora de Ações Extensivas Gerais da Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext), Cidinha Martines, integrar os conhecimentos acadêmicos aos empíricos costumam dar bons resultados, como os do debate que se estenderão em outras duas mesas nos dias 10 e 24 de outubro. A abertura do fórum foi feita pela pró-reitora da Pesquisa e Pós-graduação, Dra. Zizi Trevizan, no ato representando a reitoria e os pró-reitores Acadêmico e de Extensão e Ação Comunitária, respectivamente doutores José Eduardo Creste e Angelita Lima.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste