Protocolo abre possibilidade de obter braquiária transgênica
Estudo voltado à manipulação genética é pioneiro em utilizar Picloram na indução de embriogênese somática
Pesquisa sobre otimização da regeneração in vitro de Urochloa spp (nome científico) via embriogênese somática estabelece protocolo que abre possibilidade de se obter o capim braquiária (nome popular) transgênico. O estudo desenvolvido no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste é pioneiro em utilizar Picloram (herbicida) no processo de indução; fato elogiado pela Dra. Maricilia Conceição Cardoso de Arruda, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) ao compor a banca examinadora da dissertação defendida pela autora da pesquisa, a engenheira agrônoma Luciana Midori Takamori.
O trabalho científico, orientado pela Dra. Alessandra Ferreira Ribas, também recebeu elogios da Dra. Lucélia Borgo, da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), instituição vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, mantida em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). A defesa pública ocorreu na tarde desta quarta-feira (5), prestigiada por pesquisadores e estudantes. Luciana foi aprovada para receber o título de mestre em Agronomia, a ser outorgado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.
O estudo voltou-se em estabelecer uma metodologia eficiente para regeneração in vitro de Urochloa spp via embriogênese somática, medida classificada como essencial aos trabalhos de manipulação genética e voltada a oferecer suporte ao melhoramento do capim braquiária, que tem origem na África Equatorial, com o cultivo se expandindo à América do Sul, Ásia e Austrália. A cultivar perene tem no Brasil 40 milhões de hectares, com capacidade alimentar para 210 milhões de cabeças de gado.
A braquiária também é amplamente cultivada na região de Presidente Prudente, que possui o maior rebanho bovino do Estado de São Paulo, com 1,9 milhão de cabeças, conforme dados de 2013 do Instituto de Economia Agrícola (IEA). O que representa 19% do rebanho paulista de 9,8 milhões. Com foco regional, mas de alcance nacional e internacional, o objetivo do trabalho esteve voltado para avaliar diferentes concentrações de reguladores de crescimento na indução de calos, embriões somáticos e na regeneração do capim, utilizando sementes maduras como explante inicial.
A conclusão, formulada pela autora da pesquisa é de que plantas verdes e morfologicamente normais foram regeneradas e aclimatizadas, abrindo a possibilidade do uso desse protocolo para a obtenção de plantas transgênicas em Urochloa spp. Para a Dra. Maricilia o quadro docente e discente do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste demonstra grande potencialidade, como ficou comprovado com o trabalho desenvolvido por Luciana, com a orientação da Dra. Alessandra, que estará disponibilizando rico protocolo a ser utilizado por outros pesquisadores. Esteve presente na sessão pública o coordenador do programa, Dr. Fábio Fernando Araújo.
Mais informações sobre o estudo na página da Pós Unoeste.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste