Experimento científico avalia cicatrização de ferida dérmica
Estudo com gel de plasma rico em plaquetas heterólogo é realizado em coelhos; reparação é satisfatória



A enfermeira Karina Gomes Barros Abegão desenvolveu, no mestrado em Ciência Animal da Unoeste, mantido junto à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, experimento sobre “Efeitos do gel de plasma rico em plaquetas heterólogo na cicatrização de feridas dérmicas patronizada em coelhos”, sendo este o nome dado à sua dissertação levada à defesa pública na tarde desta segunda-feira (17). Conclusão: aplicado topicamente, em intervalos cursos e de forma seriada, não causou efeitos prejudiciais sobre o tecido mole e promoveu a reparação de feridas dérmicas de forma satisfatória.
Durante a apresentação, a autora dos estudos disse que o plasma rico em plaquetas surge como nova biotecnologia no tratamento de tecidos moles e duros. “É um preparado do sangue total contendo diversos fatores de crescimento, com grande potencial terapêutico no processo de reparação residual. Pacientes com problemas de saúde geral e a ausência de volume de sangue, necessário para produção do plasma rico em plaquetas autólogo, podem ficar limitados para receber esse tratamento inovador”, pontuou.
Com a finalidade de ultrapassar a limitação, o estudo avaliou os efeitos do gel de plasma rico em plaquetas heterólogo no processo de reparação tecidual de feridas dérmicas em coelhos. Contou que foram produzidas duas incisões cirúrgicas na região dorsal de seis coelhos, utilizando “punch” de 8 mm de diâmetro. Aleatoriamente, um lado foi escolhido como controle, designado de A, permanecendo o contralateral como tratado, definido como B. Nas lesões A foi utilizado soro fisiológico a 0,9%. As B foram tratadas com o gel de plasma, obtido a partir de um cão doador saudável.
O tratamento foi realizado em diferentes momentos durante 17 dias, com avaliação morfológica e morfométrica das lesões. A análise estatística não mostrou diferença significativa entre as feridas A e B quanto ao percentual de contração e na redução da área total das lesões. Realizada no 17º dia, a análise histológica revelou melhor tecido de reparação nas feridas tratadas com soro fisiológico. O gel de plasma promoveu reparação satisfatória, conforme o experimento no qual Karina recebeu orientação da Dra. Rosa Maria Barilli Nogueira.
Na banca examinadora estiveram os doutores José Carlos Silva Camargo Filho, convidado junto à Unesp de Presidente Prudente, e Cecília Braga Laposy. Ao final de suas arguições, ambos elogiaram os estudos e estimularam Karina a fazer doutorado. Para a orientadora, sua orientada tem o perfil de pesquisadora e de quem pode desenvolver carreira acadêmica. Para corroborar seu pensamento, apontou algumas características: criteriosa, dedicada, organizada, atenciosa e educada. Formada em Enfermagem pela Unoeste, Karina já lecionou na graduação e por sete anos trabalhou no Hospital Regional de Prudente, do qual se desligou para fazer o mestrado. Aprovada, agora tem duas metas: voltar a lecionar e fazer o doutorado.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste