Estudo sugere reflexões sobre políticas de base ao professor

O professor de ensino fundamental no início de carreira enfrenta dificuldades que passam pelo choque de realidade, por conta dos desafios que encontra e sem ter soluções para resolvê-los. É uma situação que decorre de alguns fatores detectados por uma pesquisa que teve como temática a problematização da trajetória docente, com foco na inserção do professor nos anos iniciais da primeira etapa do ensino básico. O problema tem origem na opção pela profissão e passa por questões como formação docente, inicial e continuada, e ausência de políticas de apoio. Condições que remetem para a luta diária pela construção da identidade profissional, a partir da ação/reflexão/ação de sua própria prática pedagógica.

A autora do estudo Tânia Cristina Silva Pessoa, amparada em amplo estudo bibliográfico, aplicou questionário e entrevistou oito professoras em início de carreira. A maioria iniciou as atividades em 2015. Todas vinculadas à rede municipal de ensino de uma cidade do oeste paulista. Os resultados indicaram que a maioria torna-se professor pela disponibilidade do curso em sua cidade e por ser a formação, local, com maior possibilidade de inserção no mercado de trabalho. Ao ingressar na profissão, percebe que a formação inicial é insuficiente para suprir os problemas com os quais se deparam, surgindo aí o choque de realidade.

Todavia, pelo desejo de terem seu trabalho reconhecido por suas competências, se empenham em construir a identidade profissional a cada dia, agindo, refletindo e agindo novamente sobre as práticas pedagógicas. Paralelamente, fazem cursos voltados à formação continuada. Diante do exposto, o estudo sugere discussões e reflexões sobre processos de formação e políticas de base para dar suporte ao professor, pelos órgãos públicos da educação que utilizam do trabalho desse profissional.

O trabalho seguiu a linha de pesquisa Formação e Prática Pedagógica do Profissional Docente, junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da Unoeste. A orientação foi da Dra. Raimunda Abou Gebran, que recebeu na banca examinadora seus colegas Adriano Rodrigues Ruiz e Raquel Lazzari Leite Barbosa, na condição de membro externo, procedente do campus da Unesp em Marília. Tânia foi aprovada para receber o título de mestre em Educação.