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Termografia pode contribuir na economia da produção leiteira

Detectar problema de saúde animal em fase de reprodução, o quanto antes, evita perdas consideráveis


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Foto: João Paulo Barbosa Termografia pode contribuir na economia da produção leiteira
Fernanda Deak: mestre em Ciência Animal

Um estudo com foco em reprodução e saúde animal nas fases reprodutivas de vacas leiteiras da raça holandesa resulta em constatações de interesse para os criadores. O uso de termografia, que consiste na biotécnica de registros gráficos de temperatura, pode ajudar na economia da propriedade. Diante da possibilidade de se detectar um problema, o quanto antes possível, não se perde dinheiro devido a piora da qualidade do leite, aumento do uso de medicamentos e elevada taxa de descarte de animais.
 
O complexo e desafiador estudo científico feito pela médica veterinária Fernanda Luiza Guinossi Barbosa Deak, orientada pelo Dr. Marcelo George Mungai Chacur, teve seus resultados divulgados em defesa pública de dissertação na tarde desta terça-feira (14), avaliada por banca instalada pelo Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal, para obtenção do título de mestre junto à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da Unoeste.
 
Em trabalho de campo com duração de 1 ano, numa fazenda no município de Ribeirão dos Índios (SP),  a veterinária fez os experimentos objetos de estudo com 24 vacas em diferentes fases de gestação, no pós parto imediato e também não prenhez, para efeito de comparação. A termografia de infravermelho em áreas do corpo foi realizada a cada 28 dias, seguida de termometria retal, ultrassonografia para o diagnóstico de prenhez, mensuração de fatores climáticos, exame de California Mastitis Test (CMT) e coleta de leite para estudo de sua composição.
 
“As áreas do corpo [globo ocular, narina, flanco direito, períneo e glândula mamária] examinadas por imagens termográficas apresentaram diferentes temperaturas, mostrando variações fisiológicas que podem auxiliar na avaliação clínica das áreas examinadas. As temperaturas das áreas do corpo das vacas analisadas obtiveram correlações positivas com a temperatura retal, porém, de acordo com este estudo a temperatura mais fidedigna em relação a retal é a temperatura por infravermelho do flanco”, pontuou a autora da pesquisa.
 
Há nisso a vantagem de que a termografia não apresenta riscos e não é invasiva como ocorre com a medição clínica da temperatura retal. Além do que, não causa estresse ao animal e apresenta acurácia na mensuração da temperatura da superfície da pele; permitindo o controle por intermédio de manejo. Também foi avaliada a influência climática na temperatura do animal, em relação aos períodos secos (abril a setembro) e chuvoso (outubro a março), com a verificação de que em dias mais quentes a temperatura do animal é maior.
 
Foto: João Paulo Barbosa Fernanda com os doutores Chacur, Bomfim e Vianna
Fernanda com os doutores Chacur, Bomfim e Vianna
As imagens de termografia por infravermelho também se mostraram sensíveis para detectar alterações de temperatura na superfície da pele, em resposta a graus variados de gravidade da infecção da glândula mamária, como sugere o CMT. Portanto, de acordo com Fernanda, a termografia é perfeitamente viável para ser empregada no rastreamento de vaca leiteira em relação à mastite, processo inflamatório da glândula mamária; doença bovina considerada por estudiosos como a maior vilã da produção leiteira. O uso de termografia é aconselhado como complementar ao exame clínico.
 
Após a formulação da defesa, na fase de arguição os examinadores fizerem os apontamentos científicos pertinentes. Os doutores Luís Carlos Vianna e Carlos Antônio de Miranda Bonfim, membro externo convidado pela Unesp em Araçatuba, elogiaram o trabalho e os que nele estiveram envolvidos. O estudo foi visto como um grande desafio pelos fatos de que reprodução de gado de leite apresenta suas complicações, pelo tempo do experimento a campo, pela disciplina, por sair da zona de conforto e por seguir a linha de pesquisa do Dr. Chacur, na qual a ciência contempla o pecuarista que precisa de informações sobre as condições de criação de animais, especialmente o gado holandês, em regiões de climas severos, como é o caso da região de Presidente Prudente.
 
Com o estudo que já resultou em dois artigos científicos, Fernanda foi aprovada para receber o título de mestre em Ciência Animal. Um artigo recebeu o título “Efeito dos estágios fisiológicos e épocas do ano na temperatura do corpo, prenhez e componentes do leite em vacas da raça Holandês Preto e Branco” e o outro “Termografia de infravermelho da glândula mamária, CMT, células somáticas e componentes do leite de vacas Holandesa Preto e Branca em diferentes estágios fisiológicos”.
 
Ao final da defesa, Fernanda agradeceu a todos que contribuíram na realização do estudo e ao auxílio financeiro obtido junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), concedido para alunos de programas e de instituições que desenvolvem pesquisa de qualidade, como são os casos do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal da Unoeste.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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