Projeto avalia qualidade da água de córregos e balneário

Muito pequenos e com uma importante função ao meio ambiente, os macroinvertebrados bentônicos são organismos que vivem no fundo dos rios e lagos. Encontrados em diferentes espécies como insetos nas fases larvar e adulta, minhocas, sanguessugas e caracóis de água doce são sensíveis à poluição e degradação dos ambientes aquáticos, sendo empregados como bioindicadores da qualidade da água. Nesse sentido, um grupo de alunos dos cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental e Sanitária da Unoeste, desenvolvem estudo que analisa a qualidade da água dos Córregos do Limoeiro, do Veado e do Balneário da Amizade de Presidente Prudente, por meio desses seres vivos.
 
O professor responsável pelo trabalho, Dr. Luis Gustavo Rodrigues Iemma, comenta que o projeto conta com a parceria da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semea). “Os macroinvertebrados coletados são identificados e classificados. Recebem também uma pontuação conforme a família que pertencem. Todos esses dados, nos possibilitará uma visão geral sobre a qualidade e turbidez da água, além da oxigenação desses locais”. O biólogo explica que todo o processo, desde a coleta até elaboração de um relatório final, tem a duração prevista de um ano. “Todavia, já possuímos algumas informações preliminares como, por exemplo, no Córrego do Limoeiro, a fauna emite sinais de regeneração”, pontua.
 
Com apenas 23 anos, o jovem Nikolas Cordeiro Perez Alves pretende atuar na área de impactos ambientais. Foi por esse motivo que encabeçou essa pesquisa que recebe apoio do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (Probic) da Unoeste. No 7º termo do bacharelado em Ciências Biológicas, descreve que o primeiro passo para melhorar um ambiente é saber como ele está. “Esses dois córregos e o Balneário da Amizade são importantes para o nosso município e, por isso, é importante conhecer um pouco das suas características por meio desses organismos considerados como bioindicadores”, reflete.
 
As características químicas da água também serão avaliadas nesse projeto e quem está incumbido deste processo é o acadêmico do 5º termo de Engenharia Ambiental e Sanitária, John Lenon Benedito da Silva, 24. “A minha análise consiste em saber como os macroinvertebrados bentônicos estão interagindo com esses ambientes e, por isso, identificarei o pH da água, cobertura vegetal, oxigênio dissolvido na água e irradiação solar. Para mim é muito gratificante poder interagir com a natureza sem interferir nela. Espero que, por meio dessa compreensão possa contribuir com a preservação desses locais”.
 
Para o biólogo coordenador de políticas ambientais do Semea, André Gonçalves Vieira, a parceria com a Unoeste é uma via de mão dupla muito relevante. “Enquanto a universidade nos oferece o conhecimento científico que contribui com a obtenção de informações que podem nos mostrar o real impacto do despejo irregular de esgoto que ocorreu nesses ambientes até 2010, a secretaria proporciona uma visão mais apurada do trabalho que desenvolve no sentido de promover ações de prevenção e recuperação”.