100 anos de Prudente: antes e depois da Unoeste

O ano de 2017 celebra o 45º aniversário da Unoeste e o centenário de Presidente Prudente. No âmbito regional, a universidade e a cidade são as maiores do oeste paulista. Além desse aspecto em comum, ambas têm grande impacto no desenvolvimento da região. Em Prudente, o impulso econômico começou já com a inauguração do primeiro curso da instituição, em 1972. Com a construção do campus I, em 1973, o Jardim Bongiovani ganhou vida e, a partir daí, a zona sul não parou mais de crescer, tanto no aspecto populacional quanto econômico. Da mesma forma ocorreu com o Jardim Vale do Sol com a chegada do campus II, na década de 1980.
 
A universidade passou a ser referência, responsável por movimentar setores como comércio, saúde, transporte e educação. Bom para quem enxergou isso desde o início, como a Sônia Marques Escher e o marido Geraldo Escher, proprietários da Panificadora Bongiovani, que fica a três quadras do campus I. O casal trabalhou durante 10 anos em Ribeirão Preto (SP), mas viu na Unoeste, há 31 anos, uma oportunidade. “Se não fosse a universidade, não montaria a padaria aqui. Graças ao investimento conseguimos formar quatro filhas”, conta Sônia.
 
Com menos tempo nos arredores, desde agosto de 2016, a Rita Kitagawa montou um local exclusivamente para atender alunos, funcionários e professores, o Rikafé, que fica no calçadão do campus I. “Meu marido teve um imóvel neste local entre 87 e 97, agora estou voltando com uma proposta mais moderna. Tudo por causa da Unoeste”.
 
E em meio a toda movimentação que envolve um bairro universitário, estão 127 apartamentos e quitinetes nos arredores do campus I, todos da mesma família. Isso mesmo, 127. A família do Dorival Foz, de 81 anos, acreditou na Unoeste. Tinha uma frota de caminhões que fazia entregas de frutas na região e também em outros Estados, até que o seu Dorival recebeu o conselho de um amigo. Em 1987 inaugurou seu primeiro prédio para locação de imóveis perto da universidade. “Na época aquela rua só tinha esse prédio. E por ali só existia a Sabesp, o cemitério – que ainda não era tão grande, e dali para baixo havia uma estrada boiadeira. A Unoeste só tinha o primeiro bloco [A], não tinha calçadão e o ponto de ônibus mais próximo era onde fica hoje a Santa Casa”, detalha o filho do Dorival, João Carlos Foz.
 
Assim, os caminhões perderam espaço e deram lugar a uma frota de imóveis. Estes passaram a prosperar, sempre apostando na boa-fé dos estudantes da universidade. “As locações sempre foram particulares, nunca teve imobiliária envolvida. No início tinham muitos bolivianos que vinham estudar aqui, eles pagavam em dólar”, afirma João. Maria Aparecida Foz é incisiva ao explicar o progresso da família e do município. “Não dá pra saber o que seria de Prudente sem a universidade”.
 
Já no Jardim Vale do Sol, onde fica localizado o campus II da Unoeste, há 17 anos o empresário Carlos César Nanci está à frente da Papelaria São Lucas. De acordo com ele, que é dono do prédio onde fica o comércio, se não tivesse a Unoeste naquele bairro, dificilmente ele investiria no ramo. “Já tínhamos o terreno há uns 3 anos, porém, a ideia da papelaria foi da minha esposa, que sempre gostou da área. Se não existisse o campus II aqui, talvez investiríamos em um imóvel para alugar para terceiros”, diz.
 
Carlos conta que nos meses de volta às aulas, como fevereiro e agosto, por exemplo, o movimento é grande e a falta de concorrência ali perto o faz investir inclusive em materiais específicos aos cursos oferecidos no campus II. “Atualmente oferecemos produtos para os alunos de engenharia, arquitetura e diversos outros da área de agrárias. Inclusive muitas papelarias do centro da cidade não possuem alguns itens que temos, fazendo com que pessoas de outros bairros nos procurem”, salienta o empresário.