Reabilitação equestre dobra o número de pacientes atendidos

Com número dobrado de pacientes, de 18 para 36, são retomadas as sessões de atendimento do Programa Multidisciplinar na Reabilitação Equestre junto ao Grupamento de Policiamento Montado, no 18º Batalhão da Polícia Militar em Presidente Prudente.  Antes era uma e, a partir de agora e até o fim deste ano letivo, serão duas sessões, em dois dias da semana: às terças-feiras, das 7h30 às 11h30, e às quartas-feiras, das 13h30 às 17h30. Está sendo cogitada a possibilidade da abertura de mais seis vagas, conforme anuncia a professora Maria Tereza Arteiro Prado Dantas.

Implantado há 14 anos, como iniciativa inédita em instituição de ensino superior, no começo deste ano o projeto foi transferido do campus II da Unoeste para a sede do Batalhão, por conta da parceria iniciada com a Polícia Militar. A utilização do manejo de equinos para promover o desenvolvimento de funções neuropsicológicas em crianças e adolescentes que tenham algum tipo de deficiência envolve os cursos de Fisioterapia, através de Maria Tereza; de Psicologia, com Rosana Vera de Oliveira Schicotti; e de Fonoaudiologia, com Sandra Silva Lustosa.
 
Neste semestre, são cerca de 100 alunos envolvidos, com a estimativa de que 60 atuarão nas terças-feiras e os demais nas quartas-feiras, sendo mais aluno em um dia e menos noutro por conta dos períodos de aula: integral e noturno. São pelo menos três alunos que acompanham cada praticante, além do policial que conduz o animal. Um aluno vai fazendo instruções de exercício durante a cavalgada e dois amparam lateralmente. Se o praticante apresenta algum problema para permanecer sentado, ocorre a montaria dupla, com o envolvimento de mais um aluno.
 
Em alguns casos, como são os de cadeirantes, dois outros alunos ficam posicionados junto à rampa de acesso para a montaria, com a função de colocar o praticante em cima do animal, sendo ainda que um outro aluno fica do lado oposto para ajeitar a perna direita no estribo. Antes da montaria, ocorre o alongamento. Depois da montaria é feito o relaxamento. Eventualmente, algum atendimento é feito no quiosque ao lado das baias da cavalaria. Assim, os universitários vão se revezando em equipes, mas permanecem o tempo todo no apoio.
 
Karina Padoim está no 3º termo de Fisioterapia e desde o 1º atua no programa de extensão. Na manhã desta terça-feira (14), quando retomada as sessões com os animais, ela andou a cavalo como experiência para possível montaria dupla. “Eu não tinha noção de como é para o praticante. A primeira impressão é estranha, mas rapidamente ocorre a acomodação. A gente aprende muito nesta atividade extraclasse e também comemora muito a evolução do praticante, na melhora de sua qualidade de vida”, comenta a universitária.
 
Gabriel Matheus de Jesus Alves é autista e tem 12 anos, sendo que desde os 8 pratica a recuperação equestre. É um menino amoroso que leva flores para as alunas, abraça aquelas com as quais já adquiriu intimidade e na hora de se despedir, abaixa-se e beija a mão de cada uma. Sua mãe, Solange Silva Jesus, servidora pública municipal aposentada, afirma ter sido muito importante a atividade, promovendo avanços no equilíbrio, na fala e no comportamento, “bem mais tranquilo e bem mais fácil de lidar com ele”.
 
Como dentre os universitários, vários estavam participando pela primeira vez, o comandante do Grupamento de Policiamento Montado,  capitão Ives Minosso de Almeida Ramos, apresentou as instalações e ofereceu orientações gerais. Os praticantes tiveram suas inscrições feitas na Clínica de Fisioterapia da Unoeste, onde passaram por avaliações desde o retorno às aulas no começo deste mês.

Foto: João Paulo Barbosa