1º Tour do Algodão contempla produtores com experimentos
Resultados de pesquisas são apresentados e agradam por atenderem às necessidades do cultivo na região

Produtores da região de Presidente Prudente tiveram a oportunidade de participar do 1º Tour do Algodão, realizado durante a manhã desta sexta-feira (26) na Fazenda Experimental da Unoeste, em Presidente Bernardes. Foi uma oportunidade para conhecer resultados de experimentos científicos que atendem mais especificamente o oeste paulista em termos de variedade e no plano nacional dos sistemas de rotação.
Com apoio da Associação Paulista dos Produtores de Algodão (Appa), o evento foi realizado pelo Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia, que oferta mestrado e doutorado, juntamente com o Grupo de Estudos do Algodão (GEA), liderado pelo pesquisador Dr. Fábio Rafael Echer, também vice-coordenador do programa, que esteve acompanhado de alunos e do coordenador Dr. Carlos Sérgio Titiran.
Foram apresentados seis experimentos: cultivares e épocas de plantios; densidade de plantas e adubação nitrogenada; sistemas de produção; plantas de cobertura e adubação nitrogenada e potássica; e sistemas de plantio direto e população de plantas (densidade). De acordo com Echer, já são quatro anos de realização de experimentos voltados para atender algumas demandas.
As necessidades dos produtores da região, onde a área de cultivo de algodão é de 1,6 mil hectares, estão mais relacionadas com variedades que melhor se adaptem ao solo e ao clima. No plano nacional, cuja cultura ocupa 1 milhão e 400 mil hectares, os experimentos contribuem com informações sobre sistemas de rotação com soja e plantas de coberturas, gramíneas ou leguminosas.
“Plantar a variedade certa e respeitar a época de plantio é meio caminho andado para obter bons resultados”, comenta Echer na condição de pesquisador de referência em produção de algodão. Não somente as variedades, mas questões de manejo também têm contribuído na produção regional, sendo que o Tour do Algodão surge com novidade capaz de promover a presença in loco do produtor no local dos experimentos.
“Vendo as pesquisas no local em que são desenvolvidas, fica reafirmado para eles [produtores] o resultado que tem obtido ou almejam na prática”, pontua Echer. Para Tiritan, o aluno é parte contemplada na interação com os produtores, apresentando os resultados dos experimentos e recebendo feedback de quem trabalha no campo e tem a oportunidade de conhecer as inovações tecnológicas que poderão ser implementadas em suas propriedades.
O aluno Carlos Felipe dos Santos Cordeiro, envolvido na experimentação científica pelo mestrado, disse que o Tour do Algodão veio coroar a relação entre a academia e o produtor, especialmente por apresentar suas necessidades e proporcionar ideias para novos estudos. “É muito bom estar envolvido em pesquisas que resolvem dificuldades técnicas de produtores da região”, afirma.
Santos Cordeiro manifesta entusiasmo com a qualidade da estrutura do ensino na Unoeste, instituição que escolheu para fazer o mestrado por dois motivos: a competência associada ao estímulo de seu orientador, o Dr. Echer, e o desenvolvimento de experimentos que atendem as necessidades regionais, além de outras regiões do país, citando Mato Grosso e Bahia na condição de grandes produtores de algodão.

O produtor e beneficiador Lucas Carneiro Cordeiro, cujo sobrenome é apenas coincidência com o do aluno, classifica como muito importante o trabalho realizado na Unoeste e destaca a contribuição de Echer, prestada ao longo dos últimos quatro anos. “As multinacionais estão voltadas para desenvolver pesquisas para as grandes regiões produtoras”, conta.
“Para nós aqui do oeste paulista, o Dr. Echer e a Unoeste exercem um papel fundamental” diz o produtor que tem utilizado os cultivares IMA 5801 e Basf 983, conseguindo aumentar a produção entre 15% e 20%. “Isso é muito significativo”, afirma. A produção média por hectares tem variado entre 180 e 200 arrobas, menor, por exemplo, do que foi a média da Bahia no ano passado: 300 arrobas.
“Em nível de Brasil, nossa produção é baixa, mas o nosso custo é bem menor. Então, nossa produção é boa. Lá eles utilizam em uma safra cerca de 20 aplicações de inseticidas. Aqui, nós aplicamos seis ou sete. Portanto, em uma aplicação tecnológica menor, menos da metade. Eles produzem mais, mas gastam mais. Nós produzimos menos, mas gastamos menos”, compara.
O trabalho que a Appa vem fazendo em São Paulo é enaltecido por Echer, que manifesta gratidão à associação sem fins lucrativos e congrega os produtores paulistas de algodão com incentivo à produção e a difusão da cultura no estado, inclusive promovendo financiamento à pesquisa, como tem feito com os experimentos desenvolvidos na Unoeste.
Além dos estudantes que apresentaram os experimentos, outros alunos do mestrado e doutorado foram convidados para acompanhar o 1º Tour do Algodão. Anne Roefero Tolosa, que faz mestrado, disse que o maior impacto dos estudos está em ver algo sendo feito na prática, “como no caso da adubação que soubemos como foi feita e vimos os resultados”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste