Humanização na saúde esteve em foco no 1º evento acadêmico
Jornada Acadêmica da Faculdade de Medicina de Jaú realizou 12 palestras em dois dias de atividades

Humanização na saúde, olhar para o paciente como um todo e sempre se colocar no lugar do próximo. Esses três aspectos foram destacados por todos os palestrantes da 1a Jornada Acadêmica de Medicina de Jaú, realizada nos dias 16 e 17, comprovando que independentemente da área médica e da situação, o profissional deve atender o indivíduo em todas as suas dimensões, e não cuidar somente da doença. O evento reuniu profissionais de renome para tratar de diferentes temas.
A Dra. Bruna Maria Melo Carapeba, que ministrou a palestra “Cardiologia pediátrica: importância da avaliação cardíaca em crianças”, destacou que o médico precisa ter sensibilidade na hora de falar o diagnóstico para os pais, porque o primeiro contato é desesperador. Na ocasião, ela falou sobre os exames necessários desde a gestação para já verificar qualquer alteração cardíaca do bebê. Apresentou também casos reais de pacientes, comprovando que com um diagnóstico precoce é possível manter a qualidade de vida e o desenvolvimento normal da criança com os tratamentos adequados para cada caso.
Em seguida, o diretor das faculdades de Medicina da Unoeste, Dr. Gabriel de Oliveira Lima Carapeba, ministrou a palestra Reabilitação Pós-trauma, explicando um pouco de sua atuação como médico fisiatra. “Avaliamos o potencial de capacidade do paciente, buscando reintegrá-lo social e profissionalmente, utilizando para isso não somente meios clínicos e farmacológicos, mas também ter conhecimento dos recursos físicos, ocupacionais, cinesiológicos e ergométricos, além de técnicas fonoaudiológicas e psicológicas”, ressaltou, mencionando tratar-se de uma especialidade médica essencialmente multidisciplinar. “Precisamos ter esses conhecimentos para analisar quais são as possibilidades que temos para conseguir o diagnóstico e o encaminhamento corretos”.
Mais uma vez ficou demonstrada a necessidade de o médico olhar para o paciente como um todo, ainda mais quando se busca uma reabilitação. Carapeba deu o exemplo de um jovem que ficou paraplégico por conta de um acidente, mas que a sua casa estava localizada num morro de difícil acesso, então, não dava para simplesmente indicar uma cadeira de rodas. “O médico deve ter um bom contato com o serviço social. Ele também pode verificar questões de financiamento, fazer contas para verificar a possibilidade de a família mudar para uma casa numa localização mais baixa do morro, ou seja, tentar encontrar uma solução, pois isso também é medicina. Para tratar o paciente de reabilitação é preciso ter um contato geral com o mundo, não adianta checar apenas o problema físico dele”, frisou.

Para encerrar o ciclo de palestras da tarde, o Dr. Flávio Renato de Almeida Senafonte, professor da Universidade Estadual de Medicina do Mato Grosso do Sul, falou sobre “Perspectivas do futuro da medicina: inteligência artificial, automação e telemedicina”. Ele apresentou uma frente nova de trabalho trazida pela inovação tecnológica. “Esses futuros profissionais precisam conhecer as novas frentes e saber de que forma elas vêm agregar e transformar o trabalho, assim aproveitá-las da melhor forma”. Com a automação, logo será possível que o diagnóstico por imagem seja feito por robôs. A telemedicina é outra novidade que, segundo Senafonte, vem contribuir. “Com essa prática, é possível que um técnico ou um clínico geral leve um aparelho de acuidade visual para uma aldeia indígena e que um núcleo de oftalmologistas de São Paulo consiga avaliar e prescrever a lente por meio da Telemedicina”, exemplificou.
“Obesidade e o câncer de mama” também esteve entre os assuntos do último dia da Jornada Acadêmica de Medicina de Jaú. Na ocasião, o Dr. Daniel de Araújo Brito Buttros apresentou estudo que apontou risco da obesidade principalmente pós-menopausa. “No geral, conclui-se que mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama apresentaram maior risco para a síndrome metabólica, diabetes, hipertrigliceridemia, doença aterosclerótica, obesidade abdominal, quando comparadas às mulheres na mesma faixa etária sem câncer”. Quanto a se preocupar com a obesidade durante o tratamento dessa doença, o médico foi enfático. “Na maioria dos casos, o câncer de mama se torna doença crônica, por isso é preciso, sim, pensar em outros fatores para a qualidade de vida dessa mulher que passará por tratamento pela vida toda”, destacou.
A Dra. Lenira Maria Queiroz Mauad, do Hospital Amaral Carvalho, abordou o tema “Câncer de colo de útero”, e o Dr. João Gabriel Soares de Campos Silva falou sobre “Sífilis”. As técnicas de enfermagem do Hospital Thereza Perlatti Daniela Costa e Martides Pereira da Silva Ruiz prestigiaram todas as palestras da jornada e enalteceram a programação. “Todos os temas tratados são importantes para todos os profissionais da saúde. São ensinamentos para toda a vida”, destacaram. Atualmente, elas também cursam a graduação em Enfermagem em outra instituição em Jaú.
Anjos da Unoeste
O diretor das faculdades de Medicina da Unoeste falou sobre o Programa Anjos da Unoeste, o qual visa criar um banco de voluntários composto por alunos e funcionários para atender demandas de projetos sociais. O programa reflete na postura da universidade, que visa a formação humanística dos futuros profissionais. As inscrições para integrar a iniciativa abrem novamente no próximo semestre.
Internacionalização
A responsável pela Assessoria de Relações Interinstitucionais da Unoeste, Adiane Mitidiero, esteve no 1º JAM para falar de internacionalização e apresentar o setor da universidade. Compartilhou com os estudantes suas experiências de intercâmbio e o quanto elas contribuíram para a sua formação profissional e pessoal, além das portas que se abriram depois dessas vivências.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste